quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Quentes e Boas

Boas são as intenções, quentes as trapalhadas que daí podem advir. Desde a mudança dos clubes para SAD’s e, com a assunção de actividades que nada tem a ver com o futebol (Shoppings, etc), da qual é expoente máximo a dupla Roquette/Dias da Cunha, que não se via tamanho apetite, por todas as formas de fazer dinheiro, esgotadas que estão as receitas ditas normais, como sejam, a bilheteira, a quotização, a publicidade e os inevitáveis direitos televisivos.

Vem isto a propósito da recente vitória eleitoral de Mário Figueiredo, não tanto pela obra feita, que não se lhe reconhece, mas pelas intenções que sugeriu no seu programa. Com o currículo de advogado do Marítimo, e uma sociedade (em fim de ciclo) com Adelino Caldeira, o senhor, trouxe dependuradas numa varinha de condão, 3 cenouras: 1 - O “alargamento de 16 para 18 clubes na Liga Sagres”; 2- A ideia (já aprovada pela Liga) de que as equipas B “podem servir de formação para o aparecimento de novos valores”; 3 - a já tão falada “negociação em bloco, pela LIGA, dos direitos televisivos”.

1 – Como devem estar recordados, com a falta de espectadores em quase todos os jogos, os estudos económicos, aconselham que se deve diminuir e não aumentar o número de equipas. Claro que para a instituição, os seus “excedentários” tem que se entreter com qualquer coisa (Jorge Jesus dixit) e nada melhor, segundo este carroceiro pensante, do que lhes arranjar mais 4 joguinhos por ano. Como, mesmo no caso de serem cedidos a terceiros, a obrigação de lhes pagar é do clube do regime, assim, como assim, pelo menos tendo mais jogos para disputar, sempre ficam debaixo de olho. O principal óbice é que o alargamento necessita do acordo da FPF (leia-se dos clubes), e do novel CND, Conselho Nacional do Desporto. O Conselho, que funciona junto do membro do Governo que tutela o desporto, tem ainda por missão acompanhar o desenvolvimento de políticas desportivas e pronunciar-se sobre projectos legislativos relativos a matérias de desporto (o sublinhado é meu), e não me palpita que estejam de acordo.

Integram o novo organismo, que vem substituir o antigo Conselho Superior de Desporto, o membro do Governo responsável pela área do desporto, o presidente do Instituto do Desporto de Portugal, representantes de seis ministérios, das regiões autónomas, da Associação Portuguesa de Municípios, dos comités Olímpico e Paralímpico e da Confederação do Desporto de Portugal entre outros. Além disso, será também necessária a aprovação dum novo Regulamento, para saber quantos sobem e descem, etc. Como a LIGA e a FPF tem contrato estabelecido até 2013, os clubes mais aflitos que esperavam vender mais uns bilhetinhos quando os grandes lá fossem jogar, podem tirar o cavalinho da chuva. A haver alterações, só lá para a época seguinte.

2 - A inclusão de equipas “B” já foi testada sem grande sucesso, até me lembro que lhes chamavam “reservas”, mas o único aliciante que poderiam ter (a subida de divisão até à Liga Sagres), como se sabe, não é permitida pelos regulamentos. No caso do clube da treta com 70 jogadores sob contrato (é o que consta do último RC anual) até podiam arranjar equipas “C”, “D”, etc. mas não vejo que por esta via, aumentassem as receitas.

3 - Por último mas não menos interessante vai ser o debate pela melhoria das condições financeiras resultantes dum novo critério de negociação das transmissões televisivas em pacote, onde a LPFP teria papel fundamental. No caso de ser aprovada uma melhor redistribuição dos valores em causa em benefício dos mais fracos, necessariamente que o montante global terá que subir um bom bocado afim de que os 3 grandes recebam, pelo menos, aquilo a que estão habituados. Para o dono dos direitos, Joaquim Oliveira, com a crise a chegar à porta, se oferecer muito aos clubes não vejo a quem consiga, depois, “revender” os jogos. Basta ver o falhanço estrondoso do conde de opereta, o senhor Pais do Amaral, que bateu em retirada para parte incerta.

Todos os projectos que conduzam a eventuais aumentos de receitas devem ser analisados atentamente mas, voltar a aumentar o número de clubes da Liga Sagres, acho mal. Que raio de interesse terá para os espectadores dos estádios ou das televisões, verem um Trofense X Nacional ou um Freamunde X Olhanense? Não seria mais rentável, e consentâneo com a legislação da Comunidade Europeia, as estruturas do futebol negociarem com o Estado a retirada do monopólio à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e viabilizar as apostas on-line?

Até para a semana

1 comentário:

  1. @ Lima

    Tal como tudo em Portugal no Futebol tudo é feito a pensar somente na conquista da gamela e nada mais.

    Fazem-se promessas ridículas e criam-se ilusões. Foi assim que o tal de Coelho chegou ao Cadeirão do Poder e este fulano da Liga fez exactamente o mesmo.

    O que eu vou achando piada é ao Presidente do Gil Vicente. Desculpe que escreva tal coisa, mas o Homem é parolo como tudo...

    E assim vai o nosso lindo Futebol.

    Aquele abraço.

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