sábado, 3 de novembro de 2012

Talento puro à solta no Dragão

Três pontos requintados, à medida da melhor exposição de arte do futebol. O FC Porto abriu a cortina da 8ª jornada do Campeonato Nacional com dois momentos de beleza sublime na vitória por 5 x 0 sobre o Marítimo.
Da Madeira, diga-se, chegou o melhor cliente para a mostra: os verde-rubros entraram de borla e ainda ficaram com os melhores lugares da sala para observarem atentamente os golos de Jackson Martínez e Silvestre Varela. A equipa de Pedro Martins raramente foi perigosa e provou que dançar em dois palcos (Liga e Europa) ainda é uma arte que não domina.
O primeiro golo mostrou-se cedo, logo aos quatro minutos. A criação é perfeita na “tabela” entre James Rodríguez e Lucho González; futebol-arte na servência a Jackson, tudo ao primeiro toque, com o avançado Colombiano a contornar Ricardo e a dar vantagem ao FC Porto.
Depois, uma sessão de ensaios em directo. Lucho cabeceou por cima (8’), Danilo forçou Ricardo a uma defesa soberba (19’) e Otamendi emendou à boca da baliza, mas demasiado alto (33’). Pelo meio, duas perdas no espólio: Fernando e Maicon lesionaram-se e obrigaram Vítor Pereira a gastar duas substituições na primeira meia hora.
Mas das contrariedades à arte foram poucos minutos; cinco depois dos 30, Silvestre Varela brindou os espectadores com o segundo momento marcante da noite Portuense, com um remate em arco, da esquerda, que nem João Duarte (escultor Português reconhecido mundialmente) teria esculpido melhor.
Duas notas de rodapé por esta altura: Jackson marcou pelo sétimo jogo consecutivo e persegue as sombras de Jardel e Pena, que o fizeram em nove; Varela – em afirmação total – fê-lo pela terceira vez em série, dois deles com nota artística elevada.
Toda a noite foi de exibição Azul e Branca. O Marítimo é um esboço mal traçado da equipa capaz que foi na última temporada e as cedências defensivas acabaram por ajudar a contar a história deste encontro. Aos 47’, Lucho, Varela e Jackson voltaram a desenhar um lance e o Colombiano acabou por atirar por cima.
Bem melhor finalizou aos 59 minutos, numa jogada de arte menor ao olho mas nem por isso menos eficaz quanto ao objectivo final: o golo. Lucho deu para João Moutinho em zona frontal, o médio meteu entre o lateral e o central e Jackson Martínez fez como aos três minutos: contornou Ricardo e marcou.
Tópico João Moutinho: o “cérebro” da equipa Portista voltou a assistir de forma sublime aos 72’ para o golo de James, que fez o 4 x 0 perante um Marítimo afundado, e que aos 77’ já perdia por cinco, após novo golo de James, ainda que com um desvio do adversário.
O ponto final vai para um acontecimento pouco comum: aos 74’, Helton teve de sair, lesionado. Ou seja, as três substituições do FC Porto foram forçadas por questões físicas e retiraram a Vítor Pereira a possibilidade de gestão para Kiev.

Retirado de zerozero

Melhor  em Campo: João Moutinho

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