sexta-feira, 8 de junho de 2018

Deu para animar a malta

imagem retirada de zerozero
Boa prestação da nossa equipa diante de um adversário muito (mesmo muito!) acessível. Alias, se eu fosse argelino teria vergonha de uma prestação destas. Especialmente tendo em linha de conta que Yacine Brahimi, Riyad Mahrez e Islam Slimani (3 dos melhores atletas desta selecção africana) jogaram de início. E para ser sincero e justo, há que dizer que o guarda-redes Abdelkader Salh é uma anedota em todos os aspectos… Se calhar por aí se percebe a razão pela qual a Argélia não conseguiu marcar presença no Mundial da Rússia. Adiante.

Apesar de tudo este tipo de jogos serve, acima de tudo, para manter a moral num nível elevado. Tal, só por si, é muito importante. Especialmente se tivermos em linha de conta que tudo acontece muito rapidamente no Mundial. Já o jogo em si, este foi bem jogado por parte de Portugal. Os escolhidos por Fernando Santos para defrontar esta muito frágil Argélia mostraram vontade e querer. Os 3 golos marcados pela Equipa de Todos Nós são fruto de muita qualidade técnica colectiva e individual. Para mais parece que é desta que vamos a um Mundial com o Melhor Jogador do Mundo em forma e disposto a jogar para o colectivo.

Mas, há sempre um “mas”, não podemos deixar de lado o facto de que o adversário de hoje era muito frágil. A Argélia não tem nada a ver com a selecção de Espanha, Marrocos ou Irão, pelo que me parece ser importante deitar alguma água na crescente fervura do coração lusitano que é famoso por ir do 8 ao 80 em poucos segundos. Vamos indo e vamos vendo. Como já aqui disse, e repito, num Mundial tudo se passa muito rapidamente e um deslize pode muito bem ser a morte do artista. Temos, sem sombra de dúvida, uma bela e motivada equipa que é campeã da europa, temos também um seleccionador com provas dadas e com muita experiência internacional a comandar esta mesma equipa e motivação/querer q.b., mas se porventura Portugal fizer o que fez hoje nos últimos 15 minutos diante da selecção argelina e acredito que a coisa possa correr mal. Por isto deixemos esta coisa do embandeirar em arco em Portugal antes de se embarcar no avião para Moscovo.

Venha de lá a Espanha mas com os pés bem assentes na Terra.

MVP (Most Valuable Player): Bruno Fernandes. Confesso que estive tentado a atribuir este título a João Moutinho ou até a Cristiano Ronaldo, mas sou da opinião que o médio do Sporting CP fez uma enorme exibição. Este “encheu” por completo o meio campo e entendeu-se na perfeição com Moutinho (até pareceu que já jogam juntos há anos). O golo que marcou acabou por ser a cereja no topo de um merecido bolo.

Chave do Jogo: Dizer que este jogo teve um lance que fizesse com que a vitória pendesse para qualquer uma das equipas é, a meu ver, um tremendo exagero. Isto porque a Argélia não procurou fazer grande “mossa” a Portugal (ou não teve capacidade para tal). Até se me atrevo a dizer que Portugal entrou a ganhar mal o árbitro apitou para o início do jogo.

Arbitragem: Um jogo de carácter particular sem grandes problemas para Craig Pawson, tal como era expectável. O árbitro inglês teve uma noite tranquila na Luz, sem erros.

Positivo: Variedade de opções. Confesso que fiz cara feia quando Fernando Santos anunciou o lote de convocados para o Mundial, mas hoje ficou bem patente que tais escolhas foram muito bem pensadas.

Negativo: Selecção da Argélia. Mau. Muito mau para uma equipa que até conta nas suas fileiras com jogadores capazes de fazer maravilhas ao serviço dos seus clubes. Confesso que esperava mais desta equipa de Rabah Madjer.
 
Artigo publicado no blog o gato no telhado (07/06/2018)

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