No programa Trio de Ataque do passado dia 7 de Fevereiro, o analfabeto que representa os calimeros atreveu-se a “desculpar” a falência do seu Clube, misturando na conversa o Futebol Clube do Porto, dizendo que “as nossas contas não eram consolidadas”.
Tirando o facto de que o homem não conhece nada do Zbórden, quanto mais dos outros Clubes, obrigou o adepto portista Miguel Guedes, na semana seguinte, a explicar-lhe a situação actual das sociedades que compõe o universo futebolístico do nosso Clube, ainda que, contrariando a tentativa do benfiquista Hugo Gilberto de condicionar a informação do nosso consócio, pensando certamente que se iria falar nos mais de 500 milhões de euros de passivo do grupo do clube do regime, acumulados durante 8 anos da gestão Vieira que, ainda há dias, veio atirar areia para os olhos dos espectadores numa entrevista de favor, calculem, na RTP-1 de todos nós.
Vou complementar a intervenção do Miguel, explicando o que se passa com as contas do nosso Clube, nomeadamente no que se refere, já vão perceber porquê, às relações entre o Estádio, a Sad e o Clube, recuando uns anos, até 2001. O FCP resolveu iniciar a construção dum novo estádio, tendo constituído para o efeito, a sociedade imobiliária Euroantas que juntamente com o FCPorto/Clube, o FCP/Sad e o FCP/Estádio, arrancaram com um projecto para a construção, financiamento, exploração e utilização do Estádio do Dragão.
No âmbito deste acordo, a Euroantas, actual proprietária do Estádio, cedeu ao FCPorto/Sad a exploração de diversas actividades do espaço desportivo do mesmo, por um período de 30 anos, na contrapartida dum encargo global anual, uma espécie de leasing com “renda linear”, que tem vindo a ser paga ao longo dos anos, pelo FCPorto/Sad, através de duas componentes:
i) Um montante equivalente ao valor anual do serviço da dívida que a Euroantas está a suportar durante os primeiros quinze anos com o Contrato de Financiamento celebrado para a construção do Estádio e, nos segundos quinze anos, um montante inferior, indexado ao valor do serviço da dívida do último ano (2018) daquele Contrato;
ii) Outro montante, liquidado no exercício findo em 30 de Junho de 2003 e registado na rubrica “Outros activos não correntes”, como forma de retribuição do valor de rendas vincendas no segundo período de 15 anos, determinado a partir de 2018 e que consta nos nossos RC. Este montante será reconhecido na Contabilidade como Custo, linearmente ao longo do referido período de 15 anos, a partir de 2018 e até 2033.
Acresce que, como se pode ler em ii) o FCP/Sad pagou à cabeça, ou seja, adiantado, as tais “rendas vincendas”. Desta operação conjunta do Clube e da Sad, resulta que o saldo das rubricas não corrente e corrente da conta “Clientes – Operações correntes” inclui, nos últimos RC, saldos resultantes de operações diversas, com destaque para os montantes em débito do Futebol Clube do Porto/Clube e da Euroantas
Para a regularização destas dívidas ao FCPorto/Sad, e facilitar as contas ao Clube, foi concertado o seguinte procedimento:
“O Conselho de Administração da FCPorto/Sad em conjunto com a Direcção do Clube definiu um plano de acções de modo a dotar o Clube de capacidade financeira para reduzir progressivamente esta dívida. O mencionado plano, que estima a realização daquele montante ao longo de sete anos, e considera o vencimento de juros, passa por um conjunto de medidas de diferentes natureza, das quais:
i) Redistribuição interna das receitas de quotização dos associados, entre o Clube a FCPorto/Sad; ii) Renegociação de dívidas a instituições financeiras, no sentido de libertar montantes actualmente cativos; iii) Alteração do actual modelo operativo do Grupo Futebol Clube do Porto, baseado na transferência de Proveitos relacionados com as rendas de espaços inseridos no Estádio do Dragão para o Clube; e iv) Racionalização orçamental a médio e longo prazo das modalidades sob a gestão do Clube.”
Trocando isto por miúdos, o que afirmou o tal senhor dos calimeros, que “basta passar o Estádio para a SAD para não haver prejuízos, visto subirem os Activos”, é uma refinada asneira! O senhor não entende que não interessa onde está contabilizado o Estádio. Basta ver o que se passou com o clube da treta que integrou o estádio na Sad, a fingir que tinha uns grandes Activos, mas esqueceu-se que, em troca, ficou com um enorme Passivo dependurado. O que importa saber sobre o Estádio é: 1) se está pago; 2) a ser pago dentro do estipulado no acordo com a financiadora; ou 3) se as construtoras andam pelos túneis da 2ª Circular atrás do dinheiro. No que respeita ao FCPorto, e pelas nossas contas, faltam pagar cerca de 26M€ para que seja propriedade do Clube. E não tenham dúvidas que o Estádio será sempre do Futebol Clube do Porto e nunca da Sad.
Relembrando o facto de há cinco anos consecutivos revelarem contas positivas, os números que normalmente os comentadores gostam de analisar, são os seguintes:
PORTO/SAD – Capital Próprio 23M€ – Activo 261,6M€ – Passivo 202,M€
PORTO/CLUBE – Capital Próprio 74,5M€ – Activo 114M€ – Passivo 40M€
Empresa que não entra na Consolidação (porque não é controlada pelo FCPorto/Clube nem FCPorto/Sad) e a quem estamos a pagar o Estádio:
EUROANTAS – Capital Próprio 78M€ – Activo 123M€ – Passivo 45M€
O representante dos Calimeros ainda tentou como sempre faz, negar o inegável mas, como de costume, meteu os pés pelas mãos e não disse nada de jeito. Explicar ao senhor o que são Contas Consolidadas, Contas Auditadas, quais as que legalmente devem assumir essa classificação e quando e como, têm ou não publicação obrigatória, é como falar Chinês. Gostava de dizer ao cavalheiro, que aquilo que a sociedade revisora de contas fez no seu clube e ele tanto elogiou não foi uma Auditoria lato sensu. Limitou-se a compilar um somatório de RC de vários anos, tendo a humildade de apresentar um relatório denominado pela própria como “análise da evolução da situação patrimonial do Grupo Sporting Clube de Portugal”.
Como é possível, num programa desportivo de grande audiência, o senhor Costa ter a veleidade de comparar aquele grupo destruído por uma gestão catastrófica ao longo dos últimos 12 anos, que apresenta Capitais Próprios negativos de 183 milhões de euros e um Passivo de 375 milhões, com o nosso Futebol Clube do Porto?
Quem te manda a ti sapateiro…
Até para a semana
Nota – Os sublinhados são meus.
Nota – Os sublinhados são meus.



leportista
ResponderEliminarBoas; Excelente trabalho, leitura facil e clarividente. Obrigado, LIMA
@ Lima
ResponderEliminarQuem o manda a ele a muitos outros Sapateiros Sportinguistas dizer tanta asneira pela boca fora.
Este ano a malta de Alvalade deu-lhe para atacar a torto e a direito o FC Porto porque se não o fizerem os seus vizinhos da Luz dizem logo que eles têm uma parceria com o FC Porto e que quem manda em Alvalade é o Pinto da Costa.
Depois caem no ridículo como é hábito.
Gabo-lhe a paciência para assistir a este programa caro amigo. Mas gabo mesmo a sua pachorra para aturar este Trio de Ataque que mais parece o "mata, mata o Azul e Branco".
Aquele abraço.