A Wikipedia mostra-nos que o "The Boavista Footballers", a primeira versão do clube, fundada a 1 de Agosto de 1903, equipava de camisola preta e calção branco e era o orgulho de alguns jovens ingleses e portugueses, moradores no bairro da Boavista, que ganharam a paixão pelo futebol ao observarem as partidas disputadas pelos mestres e técnicos ingleses da Fábrica Graham.
Dois dos jovens, Harry e Dick Lowe, receberam do pai uma bola importada da Inglaterra e, encontrado os companheiros e o terreno adequados, lançaram as bases para a criação do clube. A Influência inglesa na colectividade recebeu "sentença de morte" em 1909, quando alguns dos jogadores britânicos, respeitando os preceitos da Igreja anglicana, se recusaram a jogar aos domingos. Reuniram-se então os sócios para resolver a situação, naquela que se pode considerar a primeira Assembleia-geral. A votação foi claramente a favor dos jogos ao domingo e o rosto da Direcção do clube alterou-se, passando a ser composta por portugueses. Em 1910, o Boavista Footballers desapareceu para dar lugar ao Boavista Futebol Clube.
Segundo elementos históricos, o Boavista Futebol Clube foi o primeiro clube em Portugal a introduzir a popular modalidade que é o futebol tendo inclusivamente sido o primeiro clube a constituir-se como profissional, em Janeiro de 1933. Nos anos 70 o clube sofre importantes modificações e é com Olímpio de Magalhães e Valentim Loureiro que dá um grande salto qualitativo sendo totalmente remodelado, construídas novas bancadas e até foi mudada a implantação do campo que ficou na perpendicular em relação ao velhinho Campo do Bessa. Os jogos realizavam-se ao Sábado à tarde e os Portistas compareciam e apoiavam o Clube. A partir de 1972 conquistou 1 Campeonato, 5 Taças de Portugal e 3 Supertaças e, não sei bem porquê, subiu-lhes o Rei à cabeça e começaram a hostilizar o Futebol Clube do Porto.
Por razões profissionais (entre 1973 e 1981 trabalhei numa das empresas de Valentim Loureiro), conheço a história daí para frente. Pedroto entrou no Boavista na época 1974/75 era Valentim Loureiro director do departamento de futebol. Venceu 1 Taça de Portugal e ficou em 4º lugar no campeonato em 1974/75. Em 75/76, voltou a ganhar a Taça e foi vice-campeão com uma brilhante 2ª posição. Recordo com saudade que o Major alugou um comboio especial e fomos todos (funcionários, sócios e adeptos) de abalada até Coimbra onde disputámos um jogo animadíssimo.
Daí para a frente as coisas não foram fáceis. O Boavista que teve uma excelente Escola de Jogadores (João Vieira Pinto, Petit, Nuno Gomes, Ricardo Costa, Raul Meireles, Pedro Emanuel, Diogo Valente, Mário Silva, Paulo Sousa, Jorge Silva, Litos, e tantos outros) viu-se obrigado a transferir alguns dos melhores atletas. Durante uns anos andou pelas posições do meio da tabela até que, inesperadamente, na época 2000/2001 com Jaime Pacheco e João Loureiro, conquistou o Campeonato Nacional.
Ao contrário dos clubes da capital que tiveram apoios da Câmara Municipal e outras entidades, a construção do complexo Estádio Bessa XXI, atirou o Passivo para números incomportáveis. Um estranho processo administrativo em 2008 (cuja finalidade era atacar o Futebol Clube do Porto) atira a equipa de futebol para as divisões secundárias. Com recursos atrás de recursos o Boavista viu há dias, finalmente o processo arquivado “por prescrição”, e a despromoção anulada. Contudo um Acórdão de um outro processo de 2009 poderá impedir a reintegração na Liga, já que, neste, foi confirmada a pena de descida de divisão, transitando em julgado. As opiniões de ilustres juristas do desporto dividem-se. Se, por um lado, alguns defendem que “com o arquivamento dos autos, é como se nada tivesse existido”, outros acham que no processo de 2009 “não é possível serem anulados efeitos desportivos juridicamente produzidos”.
Mais problemas se colocam. Desde logo saber como vai a FPF reagir a estas notícias e, muito provavelmente, recorrer, sabendo-se que terá que indemnizar o Boavista pelas perdas sofridas durante todos estes anos. Depois conhecer a posição da LIGA no que diz respeito ao eventual alargamento para 18 clubes de forma a acolher a reintegração. Os clubes têm que ser ouvidos em Assembleia-geral mas, a última palavra será sempre da Federação, que já por uma vez vetou este alargamento. Para que tudo isto se concretize será ainda necessário encontrar um mecanismo alternativo no final desta época para as descidas e subidas, de forma a comportar sempre um número par de clubes. Poderiam, por exemplo descer os 2 últimos classificados e subirem os 2 primeiros classificados da Segunda Liga como consta dos actuais regulamentos, o 3º classificado por “convite”, e o Boavista “readmitido”. Se a FPF recorrer atrasará o processo. O resto é conhecido. João Loureiro, o presidente/campeão, voltou ao clube, e só resta esperar por mais esta batalha. A batalha final.
Até à próxima


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Acabaste de entrar em Campo. Dá o pontapé de Saída neste jogo e mostra que sabes driblar os Comentadores do Mísica Azul e Branca.
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