A Teoria Keynesiana e Vieira

“Está baseada na concepção de que a variável fundamental que move a actividade económica é a Procura Global, constituída pela procura de bens de consumo das famílias, das empresas, do sector público, e dos mercados internacionais, através da exportação. Com esta fórmula, podem-se combater os 2 problemas fundamentais de qualquer economia: o Desemprego e a Inflação.”

Esta foi a teoria de John Keynes nos saudosos anos 60, durou até à crise do petróleo dos anos 70, depois apareceu Milton Friedman mais o seu liberalismo económico e, recentemente (é esta a parte que nos interessa), neste início de 2011 parece querer iniciar-se uma nova era económica que apelidaremos de Vieiriana. Nos habituais pasquins afectos ao clube do regime são frequentes as notícias que dão conta da chegada de camionetas de ilustres desconhecidos que, sabe-se lá por que artimanhas dos empresários vêm desaguar nas cercanias da 2ª Circular. São Nolitos, Coelhos, Wasses, Moras, Taiwos, Caroles e outros estranhos avatares. A teoria Vieiriana deve ser como a de Keynes: aumentar a procura por via da qual aparece a inflação, restringir a oferta que possa sobrar para “o clube lá de cima” ou para o outro lado da circular, e ficar sozinho como o Corvo da fábula.

Então, quando o presidente abrir o bico e deixar cair o queijo, que é como quem diz mais uma palete de “barretes” para engrossar o aviário do Seixal e, se as “exportações” não correrem bem, ou os que por lá andarem mesmo baixando de preço ninguém lhes pegar, a tal deflação pomposamente chamada “imparidade”, vai ser um vê-se-te-avias, um corre-corre para o Fundo, os habituais Empréstimos Obrigacionistas, “as meninas a aprender, os cavalos a correr, qual será o Passivo que se há-de esconder?” Keynes dizia que “os governos devem gastar o dinheiro que não tem, para salvar o capitalismo”. Vieira parece aplicar o mesmo pensamento radical à “instituição”, a chamada fuga para a frente ou, futebolisticamente falando, “quem vier atrás que feche a porta”…

Paralelamente as instâncias supremas do futebol que, como o Sr. Rui Santos, zelam pelo bom cumprimento da “verdade desportiva” (Ah!Ah!Ah!), preparou até legislação a que deu o nome de Fair Play Financeiro, eufemismo que significa, “com papas e bolos se enganam os tolos”. No seu arrazoado, querem “eles” dizer, como Cavaco Silva, “não se pode gastar mais do que se tem” ou, “não se devem colocar os ovos todos no mesmo cesto” (Seixal), devem antes emprestar-se aos outros meninos mais pobres (Fátima, Estoril, Trofense, Guimarães) etç. Qual é então o truque de Vieira? Em vez de comprar, por exemplo 2 paletes com preço FOB (Free On Board) nas Américas, passa a comprar 3 ou 4 CIF (Cost, Insurance, and Freight) e, novidade absoluta, nos mercados Europeus! Anunciar aos 4 ventos a renovação do plantel é a palavra de ordem o que, como todos nós sabemos, faz um bem imenso ao ego dos actuais jogadores do plantel nesta fase crucial da Liga.

“O Senhor esteja convosco”. É bem preciso. As “instituições” a falir por todo o lado, só mesmo Ele as poderá salvar (Ih!Ih!Ih!). Enquanto isso, no Seixal também começou a época dos saldos. Julio César, Luis Filipe, Fabio Faria, César Peixoto, Menezes, Weldon, Mantorras, Jorge Ribeiro, Yebda, Balboa, Zoro, Shaffer, Eder Luis, Filipe Bastos, “and last but not the least” Nuno Gomes. “É entrar, é entrar! Quem não tiver cabeça não paga nada”. Leva um PACK TOTAL (guarda-redes, defesas, médios e avançados), só pelo preço do Roberto!

Até para a semana