Ao chapéu de Karel Poborsky em 1996, Portugal respondeu 16 anos depois com um cabeceamento certeiro de Cristiano Ronaldo. Aos 79 minutos, o capitão bateu Petr Cech e carimbou o passaporte da Selecção Portuguesa para as meias-finais do Europeu, dando justiça a um jogo em que só deu Portugal.
Em Inglaterra, Poborsky tirou Portugal do Campeonato da Europa. Agora, na Polónia e com o ex-jogador do Benfica na bancada, foi a vez de Cristiano Ronaldo fazer o mesmo à República Checa. O número 7 mostrou que os momentos decisivos que protagonizou com a Holanda não foram casos esporádicos e voltou a resolver a favor da Selecção Portuguesa, num lance em que João Moutinho também tem que ser destacado pelo cruzamento que fez.
Rui Patrício não foi chamado à prova nenhuma vez e isso diz bem daquilo que foi o jogo. Portugal foi sem dúvida melhor que o adversário e merece estar nas meias-finais da prova, depois de ter ultrapassado a República Checa e o grupo da morte. Agora, venha a Espanha e a França.
Foi dos pés de Cristiano Ronaldo que surgiu a grande ocasião de golo na primeira parte. Aos 45 minutos, já com muito pouco para jogar até ao intervalo, o capitão da Selecção Portuguesa dominou a bola de peito, amorteceu com o pé direito e rematou ao poste da baliza de Petr Cech.
Deu impressão de golo no Estádio Narodowi, mas não passou disso mesmo. A bola ao poste manteve o resultado em 0 x 0 após uma primeira parte marcada por muitas bolas perdidas e pelo facto de nenhuma equipa ter conseguido assumir o jogo.
A responsabilidade do encontro a eliminar pesava nos ombros dos jogadores de ambas as seleções. Era preciso paciência e os comandados de Paulo Bento souberam tê-la. Portugal conseguiu ter mais posse de bola e por intermédio de Cristiano Ronaldo tentou inaugurar o marcador, apesar do primeiro remate, bem defendido por Petr Cech, ter sido da autoria de João Moutinho, apenas aos dez minutos de jogo.
Através de lances de bola corrida, na conversão de livres diretos e até de pontapé de bicicleta Cristiano Ronaldo tentou colocar Portugal em vantagem, mas, apesar das tentativas, o caminho do golo não foi encontrado, mesmo depois do selecionador ter tirado Hélder Postiga, que sofreu uma lesão muscular aos 40 minutos, e colocado em campo Hugo Almeida.
A República Checa, por sua vez, preocupou-se em impedir que Portugal conseguisse impor o seu jogo. A tarefa, sem dúvida, foi bem-sucedida mas do ponto de vista ofensivo os checos quase não exisitiram e, apesar do equilíbrio, foram os portugueses os mais perigosos.
Ao contrário do que aconteceu na primeira parte, Portugal entrou na etapa complementar a assumir o jogo. A Selecção Lusa entrou bem e Hugo Almeida, logo na primeira jogada, deu conta da intenção portuguesa em chegar ao golo. Ficou o primeiro aviso, num lance em que o cabeceamento do ponta-de-lança saiu por cima.
O segundo surgiu dos pés de Cristiano Ronaldo, que voltou a ter pontaria a mais e acertou novamente no poste da baliza defendida por Petr Cech, guarda-redes que viria a ser fundamental na permanência do 0 x 0, com boas intervenções a remates de Cristiano Ronaldo, Nani e João Moutinho.
Portugal estava claramente por cima do jogo. Era a única Selecção que atacava e a República Checa tentava abrandar o ritmo de jogo. Apenas e só! Ainda assim, a Selecção das Quinas não permitiu que tal acontecesse e, na sequência de uma boa jogada de entendimento com Raul Meireles, Nani esteve muito perto do golo. Valeu aos Checos o pé salvador de Kadlec, que desviou a bola do caminho da baliza.
Sem qualquer ponta de patriotismo, Portugal já merecia o golo. A justiça tardava em ser feita mas chegou pela cabeça de Cristiano Ronaldo. O capitão que tantos criticaram marcou pela terceira vez em dois jogos e colocou Portugal nas meias-finais, após excelente cruzamento de João Moutinho.
Agora, tal como em 2000, resta a Portugal esperar por Espanha ou França nas meias-finais, sabendo que vai poder contar com, pelo menos, quatro dos cinco jogadores que estavam em risco para o encontro: João Pereira, Fábio Coentrão, Raul Meireles e Cristiano Ronaldo. Hélder Postiga é para avaliar.
Retirado de zerozero
Melhor em Campo: Cristiano Ronaldo
4 comentários:
Caro The Blue One
Independentemente da vitória, claro, o que me agradou mais foi Paulo Bento ter resistido à tentação de meter aquele cepo da “instituição”, quando o Postiga se lesionou.
Mostra que o homem tem personalidade e não liga aos pasquins e tvs da Capital.
Abraço
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@ Lima
Não devemos olhar para o Nélson Oliveira através da nossa camisola Clubística...
O moço tem qualidades. Tem ainda muita sopa para comer e muito que aprender, mas contra certas defesas ele poderá ser uma boa arma.
Evidentemente que contra os Checos e contra a Espanha nunca será uma boa opção porque estas equipas tem centrais de elevada estatura. Mas contra a Holanda por exemplo já fazia mais sentido a sua utilização.
Aquele abraço!
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