Sporting e FC Porto não foram além de um nulo no jogo da primeira jornada do grupo B da Taça da Liga. Os Leões voltaram a não sofrer golos, mas também registaram o segundo jogo consecutivo sem marcar, ao passo que os Dragões imitaram o 0 x 0 da última deslocação a Alvalade. Num jogo onde a equipa Sportinguista esteve melhor, Adrien Silva mostrou estar em grande forma (à redobrada atenção de Paulo Bento) e Vítor Silva acabou por ter a vitória nos pés por duas vezes.
O resultado penaliza o Sporting, que criou os melhores lances, num jogo onde os treinadores mexeram em algumas peças e no qual Carlos Eduardo acabou expulso.
Longe de encher (21 505 espectadores), Alvalade não se deixou vencer pelo frio que caiu sobre o cenário do jogo, um clássico que tendia para valer bem mais do que os 'apenas' três pontos neste arranque de fase de grupos da Taça da Liga.
Na tentativa de construírem as suas 'omeletes' para esta partida, Leonardo Jardim e Paulo Fonseca mexeram nos ovos e nos condimentos a apresentar na mesa de Alvalade em toda a sua extensão.
O Sporting alterou da baliza até à frente, com Marcelo Boeck a ser o escolhido em vez do habitual titular Rui Patrício, Eric Dier a surgir ao lado de Marcos Rojo na defesa, Wilson Eduardo na posição que tem vindo a ser de Carrillo e Slimani como homem de ataque, na vez de Fredy Montero.
Quanto ao FC Porto, Fabiano foi, como é hábito nas taças, titular na baliza, Herrera apareceu em vez de Lucho e Nabil Ghilas 'roubou' o posto a Jackson Martínez.
Em suma, se se esperaria há uns dias que as estrelas mais cintilantes deste jogo pudessem ser Montero e Jackson, os dois cafeteros foram substituídos por dois Argelinos.
A primeira parte foi, numa palavra apenas, entretida. Se, fora das quatro linhas, o apoio às equipas era muitas vezes trocado por insultos ao rival, no campo as equipas ensaiavam formas de furar as paredes que estavam montadas. Sim, em Alvalade, como é habitual nos dérbies, as equipas foram interiorizadas de que a sua construção seria de trás para a frente, dando maior destaque inicial à segurança defensiva.
Talvez por isso tenha tardado tanto a que as oportunidades surgissem, num primeiro tempo em que Ghilas foi o primeiro a tentar,Wilson Eduardo apareceu na cara de Fabiano, Licá fez o mesmo a Boeck e Slimani se mostrou muito mexido e a baralhar as movimentações dos próprios centrais Portistas.
Mais do que falar de lances de golo, que existiram nas duas balizas, importa realçar o ligeiro ascendente dos Leões de Leonardo Jardim, uma equipa que primou por processos simples para chegar à baliza contrária, no primeiro tempo.
Defesas à procura do ponta-de-lança, que recua para tocar para um médio, com este a servir em profundidade um dos extremos, com este a ir à linha cruzar ou a rumar directamente para a baliza. Parece um exercício simples e que se aprende nos juvenis, mas que nem sempre se pratica facilmente. Pois bem, Leonardo Jardim tem esse dom, de cultivar na equipa que jogar simples é fácil e que até pode ser a melhor forma de desbloquear a defensiva contrária, mesmo que isso não se tenha traduzido em golos.
E porquê a execução simples desses processos? O meio-campo Portista revelava-se macio a pressionar na zona intermediária e permitia a Adrien Silva vaguear com a bola nos pés e servir diagonais venenosas.
Danilo e Alex Sandro iam remando bem nas investidas ofensivas, mas mostravam-se também pouco astutos no capítulo defensivo. Contudo, nem tudo era mau num Dragão que sentiu a falta de Lucho. Herrera, com raras excepções, mostrava-se certinho e com pulmão para puxar o jogo da equipa, apoiado por um Fernando igual a si próprio e vendo Varela criar desequilíbrios, ainda que fugazes. Carlos Eduardo e Licá, esses, quase não apareceram no primeiro tempo.
Na segunda parte, os Leões entraram melhor. Outra vez ao ritmo de Adrien Silva (Paulo Bento terá que justificar muito bem se não o voltar a convocar), os comandados de Leonardo Jardim carregaram sobre o adversário e as queixas só poderão estar na falta de explosão na finalização. Depois entrou Lucho e Defour, na tentativa de Paulo Fonseca recuperar um meio-campo que até tinha quantidade, mas que pecava na qualidade (de posse de bola, diga-se).
Com o jogo a quebrar de ritmo, era possível ir lendo os vários recados e provocações que os adeptos Leoninos enviavam ao rival. A título de exemplo, «Por mais títulos que ganhem, a vossa força é... banal!», «Quando o ideal é maior que a vida, dá a vida pelo ideal» ou «Paulo Fonseca no Porto, nem a Fernanda gosta de ti».
De volta à circulação da bola, o Sporting afrouxava no ritmo a meio-campo e os laterais Jefferson e Cédric Soares encolhiam-se na hora de subir, pois a frescura já não era a mesma. Por isso mesmo, Leonardo Jardim fez entrar Montero e Carrillo, dois elementos 'fresquinhos' e com ritmo suficiente para serpentearem pela defensiva Portista.
Precisamente esse cenário foi o que se verificou ao minuto 74, quando os dois construíram uma bela oportunidade , a qual terminou com um remate de Cédric Soares para intervenção de Fabiano. A seguir, Vítor Silva tem o melhor lance, em zona frontal, só que Fabiano brilhou em grande estilo e evitou o golo num jogo onde os Portistas acabariam com apenas dez jogadores: Carlos Eduardo viu segundo amarelo e consequente expulsão.
Praticamente não mais houve jogo, com excepção de mais uma grande oportunidade desperdiçada por Vítor Silva, que rematou à meia volta em excelente posição, mas ao lado da baliza Portista.
Tudo em branco, tudo a nulo no grupo B, onde ainda não há golos.
Retirado de zerozero
Melhor em Campo: Fabiano
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