O FC Porto está nos oitavos-de-final da Liga Europa, depois de um jogo frenético em Frankfurt. A equipa de Paulo Fonseca esteve sempre em desvantagem, cometeu vários erros defensivos, mas demonstrou atitude e vontade, que acabaram por premiar os Dragões perto do fim. Mangala, com dois golos, e Ghilas, com o tento final, foram os heróis da partida, que também contou com boas exibições de Fernando e Quaresma, por entre (muitas) falhas de Jackson. Segue-se o Napoli.
Para o onze, Paulo Fonseca desta vez não escolheu Josué, mas sim Carlos Eduardo, com o objectivo de o Brasileiro dar mais qualidade na criatividade do jogo Portista, um dos problemas apontados depois da derrota caseira contra o Estoril.
A outra novidade, embora essa muito mais esperada, foi o regresso de Maicon ao centro da defesa, para jogar ao lado de Mangala num betão que se desejava intransponível para que, com inspiração ofensiva, a eliminatória fosse virada a favor das cores Lusitanas.
Na retina estava ainda a partida no Dragão, que chegou a colocar o FC Porto numa posição bastante tranquila na eliminatória, com o 2 x 0, mas que terminou de forma amarga, após os Azuis e Brancos consentirem o empate a dois golos. Em todo o caso, ficou a sensação de que os Alemães estavam perfeitamente ao alcance da equipa Portuguesa.
Os Colombianos são conhecidos como 'cafeteros' e têm tido uma história recente de sucesso com o FC Porto. Guarín, James ou Falcao são nomes já incontornáveis da história do Clube, sendo que o jogador que tem seguido essa linha é Jackson Martínez, melhor marcador do Campeonato anterior e também o melhor da Liga ZON Sagres que está em curso.
Contudo, poder-se-á dizer que a primeira parte do avançado em nada contribuiu para esse estatuto, pelo contrário. A entrada dos Portistas em campo foi de atitude, raça e entrega, com a bola no pé e a baliza adversária na mira.
O meio-campo ia mostrando boa mobilidade e a criação ficava a cargo de Ricardo Quaresma, a quem tem sido dada a responsabilidade do desequilíbrio, essa malapata na equipa de Paulo Fonseca. Os laterais Danilo e Alex Sandro também subiam bem no terreno e apoiavam nas missões ofensivas, pelo que só faltava uma coisa: marcar.
Essa missão é, pois está claro, de toda a equipa, embora exista um jogador mais próximo da baliza contrária. Neste caso, o jogador é Jackson e o Colombiano era quem tinha nos ombros o peso da responsabilidade de concretizar. Era ele o alvo final das construções de jogo Portistas, era nele que os colegas acreditavam, mas foi ele quem não correspondeu.
Uma, duas, três vezes em que o dianteiro teve os serviços dos colegas bem realizados, só que a sua resposta não foi à altura, com más receções de bola que deitavam por terra a possibilidade de boa posição para marcar.
Oportunidade, na verdadeira ascenção da palavra, aconteceu pela primeira vez junto a Helton, só que Johannes Flum atirou por cima, depois de mau alívio de Danilo. E a resposta foi logo a seguir, ao minuto 30, com Herrera a corresponder de cabeça de forma imperfeita a um cruzamento pela esquerda.
Os minutos corriam e o ritmo Portista começava a ser controlado pela equipa da casa, que pouco tempo depois inaugurava o marcador. Novamente cruzamento pela direita, Meer serve de peito e Stefan Aigner, de forma acrobática, desvia de Helton, que não fica totalmente isento de culpas.
A reacção para a segunda parte era obrigatória e aconteceu. O FC Porto entrou galvanizado e com vontade de marcar os dois golos que dariam a volta à eliminatória, só que surgiu novo revés logo de seguida, em mais uma desatenção da defesa Azul e Branca, que se esqueceu de Barnetta, depois de um afastamento da bola na área Portista. O Suíço, no limite da posição legal, assistiu Alexander Meier, que fez um golo que quase sentenciava a eliminatória.
Contudo, os Dragões não haveriam de baixar os braços. Ghilas entrou para o lugar de Herrera e os Dragões passaram para o 4x4x2, dando mais largura e fluidez de jogo à equipa, num esquema que beneficiou Fernando, com mais área de acção para desarmar e mandar no jogo.
Depois, surgiu a cabeça de Eliaquim Mangala. No dia em que soube da chamada à Selecção Francesa, o defesa Gaulês fez dois golos, após cruzamentos pela direita, recuperando a Chama do Dragão para a eliminatória.
Tudo igualado e perspectivas de prolongamento, só que Alexander Meier não entendeu dessa forma e, 'apoiado' por mais um erro defensivo dos Portistas, retomou a eliminatória favorável para os de Frankfurt, que só teriam que controlar os últimos 15 minutos da partida.
E foi nessa altura, em nova demonstração de querer dos Portistas, que o golo da passagem haveria de aparecer. Licá, entretanto lançado também para o terreno de jogo, foi servido num movimento para a esquerda, atirou para defesa incompleta de Kevin Trapp e Ghilas, oportuno, foi agil a movimentar-se e concreto no remate para a rede.
Reviravolta na eliminatória e o FC Porto a seguir em frente, mesmo sem ter ganho nenhuma das partidas. Valeu pela entrega da turma de Paulo Fonseca, que fica de aviso para os erros defensivos, embora tenha também provado que, havendo vontade, existem condições para muito mais.
Retirado de zerozero
Melhor em Campo: Nabil Ghilas
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