Não há memória de um Clássico com tão pouca gente no Estádio. 25121 espectadores foi a (fraca) assistência registada no Estádio do Dragão para o jogo entre o FC Porto e o SL Benfica que encerrou a temporada dos Dragões e deixou as Águias a duas Finais (Liga Europa e Taça de Portugal) de tornar a época inesquecível.
Apesar do pouco interesse que o jogo tinha, o FC Porto mostrou desde cedo que queria acabar a prestação na Liga Zon Sagres com uma vitória sobre o grande rival e actual Campeão Nacional, entrando por isso de uma forma forte na partida. Ricardo, aos quatro minutos, deu o mote para uma saída a ganhar desta época ao fazer o 1 x 0, tendo sido Jackson Martínez, já depois de Enzo Pérez ter feito o empate (naquele que foi o golo 100 do Benfica esta Temporada em todas as Competições), a confirmar o triunfo por 2 x 1.
O Benfica, tal como Jorge Jesus já tinha dado a entender, entrou com bastantes alterações na equipa inicial. Paulo Lopes, João Cancelo, Steven Vitória, Jardel, André Almeida, André Gomes, Djuricic, Ivan Cavaleiro e Funes Mori mereceram a confiança do treinador e fizeram parte de uma equipa que contou apenas com dois jogadores habitualmente titulares: Enzo Pérez e Salvio.
Perante tantas mudanças não surpreendeu que o FC Porto tivesse um ascendente sobre o Benfica, principalmente na primeira parte. Porém, a cabeça dos Encarnados não é surpresa para ninguém que já está em Turim, pelo que Jorge Jesus fez o mesmo que Bela Gutman em 1961, quando os Encarnados foram jogar a casa dos Azuis e Brancos pela primeira vez já com o Título conquistado.
Na altura, Bela Gutman, com o Campeonato já garantido, promoveu bastantes alterações na equipa contra o FC Porto, pensando mais no encontro com o Rapid Wien, a contar para a segunda mão das meias-finais da Taça dos Campeões Europeus, que seria jogada dias depois do clássico nas Antas, do que propriamente com os Dragões. O resultado nas Antas foi uma derrota por 3 x 2, mas nas Competições Europeias o Benfica acabaria por eliminar o Rapid Wien e mais tarde vencer na Final o Barcelona, naquela que foi a conquista da sua primeira Taça dos Campeões Europeus.
Agora, 53 anos depois e a dias de disputar a Final da Liga Europa com o Sevilla, o Benfica já Campeão voltou a perder em casa do FC Porto, desta vez por 2 x 1. Mas se o sucesso Europeu de 2014 for como em 1961, os Encarnados até nem se terão importado de perder no Estádio do Dragão.
Com o orgulho ferido por ter perdido o Campeonato e por ter sido eliminado pelo Benfica da Taça de Portugal e da Taça da Liga, o FC Porto entrou em campo com vontade de acabar a (má) Temporada com uma vitória frente ao rival. Para tal, Luís Castro colocou a melhor equipa que tinha ao dispor, deixando de fora os lesionados Mangala e Fernando e colocando em campo Diego Reyes e Mikel Agu, jovem médio Nigeriano que tem evoluído ao serviço da equipa B.
Frente a um Benfica bem diferente do habitual em que dos habituais titulares nos Campeões Nacionais apenas Enzo Pérez e Salvio estiveram no 11, os Dragões tiveram uma entrada forte no jogo e fruto disso chegaram à vantagem aos quatro minutos com um golo de Ricardo, que rematou de fora da área para o fundo da baliza de Paulo Lopes.
Apesar da vantagem ser madrugadora, era justa para os da casa, pois fruto da boa entrada que tiveram no jogo já tinham estado perto de marcar antes do golo por intermédio de Ricardo Quaresma, que rematou ao lado, e depois do golo por via de Jackson Martínez, que de calcanhar foi por muito pouco que não ampliou a vantagem de forma magistral.
Após os primeiros dez minutos iniciais em que mandou completamente no jogo e não deixou praticamente o Benfica sair do seu meio-campo, o FC Porto abrandou o ritmo e a partida tornou-se mais lenta, percebendo-se claramente que nem os Dragões, nem as Águias estavam com vontade de aumentar o ritmo. Afinal, estamos a falar de um Clássico sem a chama habitual e que independentemente do resultado em termos práticos nada iria mudar.
Porém, tal atitude não impediu que houvesse mais golos, pois eles surgiram ainda no decorrer dos primeiros 45 minutos mas através de grandes penalidades. Primeiro, aos 26 minutos, foi o Benfica quem conseguiu chegar ao empate através de um penálti cobrado por Enzo Pérez, que bateu Fabiano após uma falta clara de Diego Reyes sobre Salvio.
13 minutos mais tarde, o árbitro Rui Costa assinalou falta dentro da área de André Almeida sobre Jackson Martínez e o Colombiano, ao contrário do que fez no desempate por grandes penalidades para a Taça da Liga, conseguiu colocar a bola no ângulo e voltou a pôr o FC Porto na frente do resultado. Uma vantagem justa para aquilo que foi o primeiro tempo em que os Azuis e Brancos tiveram 70 por cento de posse de bola e 12 remates contra apenas dois dos Encarnados.
A segunda parte não foi tão entretida como a primeira parte e o jogo foi bastante «mastigado», tendo sido muito disputado a meio campo e sem grandes ocasiões de golo. Ainda assim, o Benfica entrou melhor que o FC Porto e esteve perto de fazer o 2 x 2 logo no primeiro minuto, com Djuricic a enviar a bola à barra após um desentendimento entre Maicon e Fabiano.
A resposta do FC Porto apenas aconteceu aos 64 minutos, já depois de Juan Quintero ter entrado para o lugar de Herrera. O jovem médio Colombiano obrigou Paulo Lopes a uma defesa difícil e seria também dele, já a seis minutos dos 90, a outra grande situação para marcar, rematando ao lado quando tinha a baliza praticamente aberta.
O Benfica, por seu lado, pouco ou nada fez para evitar a derrota no Dragão, tendo Jorge Jesus para na etapa complementar aproveitado para estrear na equipa principal Victor Lindelof e Bernardo Silva, além de ter feito entrar Lazar Markovic.
Sem golos registados nos segundos 45 minutos, a grande explosão de alegria aconteceu aos 79 minutos, quando Kelvin entrou para o lugar de Ricardo Quaresma. As claques dos Azuis e Brancos, numa forma de provocar os adeptos dos Encarnados, cantaram bem alto o nome do jovem Brasileiro que na época passada deu o Título ao FC Porto ao marcar ao Benfica aos 92 minutos, mas que esta Temporada foi pouco utilizado. Resquícios do sucesso da época passada e que o universo dos Dragões quer voltar a viver num futuro próximo.
Retirado de zerozero
Melhor em Campo: Ricardo
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