terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Hora de Balanços

Na crónica de hoje, para variar, vamos falar de Balanços. Desportivos e Financeiros. Bem sei que a época ainda vai a meio mas já temos dados que podem projetar o que as principais equipas poderão fazer (ia a dizer retificar) até Junho deste ano. Nos dois circos da capital, e embora aguardando ainda a publicação das Contas do 1º Semestre (1 de Junho a 31 de Dezembro de 2016) a situação não se apresenta muito risonha.
Enquanto no “clube da treta”, pese embora uma boa subida dos Proveitos, sabemos que sem Receitas Extraordinárias (transações de jogadores e duas já falharam Lindelof e Jiménez) continuam com o Passivo em crescendo, o Capital Próprio abaixo dos 50% do Capital Social, e um peso excessivo nos Custos Salariais. Quanto às dívidas de LFV e do Clube ao BES podem clicar em “ as 50 sombras do BES ” e ficam a conhecê-las melhor. Pelo contrário a prestação desportiva com o tradicional “colinho” excedeu todas as expetativas quando as atenções estavam viradas para a equipa do outro lado da 2ª Circular.
No vizinho do circo em frente a situação é pouco menos do que caótica. A contratação mais cara da história que fizeram com o treinador sem correspondência nos resultados desportivos ficará registada como um rude golpe para quem, como Bruno de Carvalho, criticava o despesismo dos anteriores presidentes. No plano desportivo apresenta-se com o plantel desequilibrado sem dois bons laterais e a falta evidente de mais um ponta-de-lança como Slimani. Na linha média não se notou a saída de João Mário, dadas as boas exibições que Gelson tem protagonizado. O único que se tem mantido com o prestígio intacto é mesmo Adrien com um nível geral de boas prestações. Na parte Financeira, os elevados Custos nas contratações da época somados a um Passivo galopante que vem dos anos anteriores não anuncia grandes melhorias na sua estabilidade. Só a renegociação do plano Financeiro com o BES (empurrar as dívidas para a frente) se poderá considerar positivo mas com imprevisíveis consequências na altura do acerto das Contas com os famosos VMOC’s (valores mobiliários convertíveis em Ações) que tem forçosamente de ser resgatados. Se assim não acontecer, essas Ações podem ficar na posse da banca que então controlará parte significativa da SAD. Também a Doyen anunciou para breve uma penhora aos bens da SAD. Isto se houver ainda por lá alguma coisa penhorável.
Por último, e mais importante, o nosso Clube. Digamos que estará no meio dos outros dois. Se a performance Desportiva parece indiciar algumas melhoras, embora não tenhamos conseguido ainda concretizar todas as jogadas de golo, a apatia da SAD na procura de melhores soluções Financeiras não parece muito animadora. O resultado negativo das últimas Contas de 54M€ deixou a SAD em muito maus lençóis. Sem atletas de alto nível apetecíveis para os nossos “clientes estrangeiros” o plantel parece estagnado a menos que um milagre aconteça daqui até ao fim de Janeiro. Alguns jogadores que sairão por empréstimo não representam grandes encaixes com a consequente impossibilidade de contratar reforços sonantes. Transferir 1 ou 2 dos nossos melhores atletas também pode colocar o lugar na tabela em risco. Esperamos todos que Administração acorde e que os próximos jogos com o Sporting a 4 de Fevereiro e com a Juventus a 22 de Fevereiro e 14 de Março sejam a chave para o nosso fortalecimento.

Até à próxima

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