segunda-feira, 23 de julho de 2018

Ao terceiro jogo, eis a vitória

imagem retirada de zerozero
Já começava a ser por demais evidente que Sérgio Conceição tinha de fazer alguma coisa. O factor comum nas duas partidas anteriores que os azuis e brancos perderam (2 a 1 com o Portimonense e 2 a 1 com o Lille) é que o tal sistema de “vamos para cima deles” agrada ao comum dos adeptos mas nem sempre é eficaz. Especialmente quando não se tem as “peças” necessárias para tal. Já o tinha dito e volto a repetir, isto de se ter uma equipa com laterais bem subidos nas faixas, a linha defensiva bem adiantada no terreno e os extremos e médios a apoiar os avançados resulta com Danilo Pereira em campo (e em forma). Sem Danilo a coisa é bem mais complicada… O Sérgio Oliveira “disfarça” um pouco o problema, é um facto, mas não é a solução do dito. Convêm que Sérgio perceba isto e – ao mesmo tempo, procure aperfeiçoar o seu sistema mais ofensivo pois este vai ser-lhe útil nos jogos do nosso campeonato

Ora como as coisas não estavam a correr bem e começava a surgir um certo burburinho na massa adepta do Futebol Clube do Porto, para esta partida diante do Everton FC de Marco Silva, Sérgio Conceição apostou naquele que, em princípio, será o sistema de jogo a adoptar nas competições europeias. É um sistema que passa, especialmente, por entregar o controlo de jogo ao adversário e a parte ofensiva fica a cargo do médio construtor de jogo, do médio «box to box» e aos extremos que procuram, sempre que possível, tabelar com o avançado para se criarem ocasiões de golo. Obviamente que os lances de bola parada revestem um papel fundamental nesta forma de estar em campo.

Esta “forma europeia” (vamos chamar-lhe assim) de estar do FC Porto terá baralhado as contas ao Everton de Marco Silva. A equipa inglesa teve sempre mais bola na primeira parte e chegou, inclusive, a criar alguns lances de perigo na baliza de Casillas. Mas o Everton nunca conseguiu ser verdadeiramente perigoso pois a “tripla” do meio campo portista colocava - quase sempre – em xeque a defesa inglesa. Muito por causa de Otávio que esteve excelente na construção de jogo ofensivo e de Oliver Torres que teve a dupla função de recuperador de bolas/construtor de jogo (contou com a preciosa ajuda de Sérgio Oliveira enquanto este teve “pernas”). Na frente de ataque Brahimi e Marega iam tabelando (cada vez mais perigosamente) com Aboubakar. Uma forma inteligente de estar em campo na minha opinião. Especialmente quando se tem a noção de que o adversário é mais forte. A vitória portista de hoje passou muito por aí.

Pessoalmente gosto mesmo muito desta forma de jogar. Gostei muito de ver este Porto mais racional e consciente das suas reais capacidades, contudo admito que para consumo interno esta forma de estar possa não vir a ser suficiente pelo que me parece imperioso que Sérgio Conceição aprimore a outra vertente táctica da equipa portista. O problema será ter um plantel que lhe permita ter esta dupla faceta dado que, insisto, para o lugar de Danilo Pereira só existe - efectivamente - Danilo Pereira.

No próximo sábado vamos ter um melhor esboço do Futebol Clube do Porto versão 2018/19. A apresentação aos sócios vai definir melhor qual será o plantel deste FC Porto, contudo ainda nada é definitivo dado que até 31 de Agosto muita coisa pode (e vai) acontecer. A partir de agora o mais importante é começar a época a vencer na Final da Supertaça e nas primeiras jornadas do campeonato. Algo que o Futebol Clube do Porto de Villas-Boas fez após uma péssima pré-época e que lhe terá entreaberto as portas do enorme sucesso desportivo da altura.

MVP (Most Valuable Player): Óliver Torres. Confesso que não gosto mesmo nada de ver o jovem internacional espanhol a ocupar a posição que, em princípio, será de Héctor Herrera, mas a verdade é que hoje Óliver esteve muitíssimo bem no desempenho das suas várias funções. Excelente a recuperar bola e a armar o jogo portista desde trás. A ver se o moço joga assim quando isto for a sério.

Chave do Jogo: Podemos dizer que tal terá aparecido com o golo de Marega. Tirando a fase inicial, raras foram as vezes em que vi a equipa de Marco Silva a criar verdadeiro perigo ao Futebol Clube do Porto, contudo sou da opinião que após o golo dos Dragões o Everton baixou em definitivo os braços e optou por deixar o tempo correr.

Arbitragem: Arbitragem típica de jogo de pré temporada.

Positivo: Felipe/Diogo Leite. Até que pode vir a não ser uma realidade, mas as recentes prestações da dupla Felipe/Leite tem sido um dos melhores aspectos desta nova versão do FC Porto.

Negativo: Relvado do Estádio do Algarve. Estamos na pré temporada, bem sei, mas a organização do Torneio do Algarve bem que poderia exigir um Estádio com um relvado em condições e não um que mais parecia um “toupeiral”.
 
Artigo publicado no blog o gato no telhado /22/07/2018)

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