sábado, 6 de junho de 2009

Perseguição chegou ao Atletismo

Apesar dos, ou, talvez, devido aos bons desempenhos do F.C. Porto dentro de pista, quer no Campeonato Nacional em Pista Coberta, quer na recente ronda de apuramento para o Nacional de Clubes, na qual os azuis e brancos se qualificaram em primeiro lugar, a Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) cancelou as inscrições das atletas contratadas pelos Dragões para o ataque ao título nacional, que se disputa a 13 e 14 de Junho, em Leiria.

Invocando um regulamento interno arcaico que peca por evidente incoerência, como à frente se demonstra, a FPA cancelou as inscrições da eslovena Sonja Roman, da estónia Ksenija Balta e da lituana Kristina Saltanovic, alegando que estas atletas contratadas pelo F.C. Porto estão na condição de «dupla filiação» e impedindo-as de participar na final do Campeonato Nacional de Clubes.

O argumento invocado, prende-se com o facto de as atletas estarem filiadas nos respectivos países de origem, por razões de «interesse nacional», de forma a poderem competir nas provas Internacionais (Campeonatos da Europa, do Mundo, Jogos Olímpicos), mas também no F.C. Porto, devidamente autorizadas pelas respectivas federações de origem.

Ora este argumento colocaria em causa a participação de várias outras atletas, inclusivamente do F.C. Porto, que se encontram precisamente na mesma situação. Carla Tavares ou Irina Sustelo, por exemplo, apesar de estarem inscritas e competirem em França e na Bélgica, respectivamente, estão igualmente filiadas e autorizadas a participarem no Nacional de Clubes ao serviço dos Dragões, sem que, nestes casos, a FPA tenha levantado qualquer interdição.

O fundamento não pode, tão pouco, prender-se com razões de nacionalidade, já que, qualquer das três atletas cuja inscrição foi cancelada pela FPA é oriunda de países membros de pleno direito da União Europeia. Antes ainda da tomada de decisão, que não é por agora formal, os responsáveis federativos portugueses entraram em contacto com os organismos máximos do atletismo dos países de origem das atletas portistas, tendo estes comunicado ao F.C. Porto a sua estranheza perante os obstáculos colocados a uma condição considerada absolutamente «normal».

Sem que se perceba quais as verdadeiras intenções federativas, entidade que tem procurado dificultar ao máximo a posição do F.C. Porto neste contexto, o facto é que uma decisão formal em torno desta situação ainda não foi comunicada e tem sido protelada, quem sabe se para lá da data de realização do Campeonato Nacional de Clubes. A manter-se a posição inflexível da FPA, Fernando Oliveira, dirigente do atletismo azul e branco, diz estar em risco a participação do F.C. Porto na final dos campeonatos nacionais de clubes a realizar de 13 e 14 de Junho.

«Não esperava que as ambições do F.C. Porto gerassem tanta controvérsia. Muito provavelmente não iremos estar presentes na final do Campeonato Nacional de Clubes e, se estivermos, fá-lo-emos bastante desfalcados e sob protesto. A Federação tem criado leis em função dos interesses de alguns clubes e não nos parece que esta seja a forma adequada de dar o relevo e a importância devida ao atletismo nacional. O F.C. Porto aposta na promoção do atletismo. E a FPA, defende os interesses de quem?», interroga-se o responsável portista.

Não é Portista quem quer, só é Portista quem pode

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