Apesar dos, ou, talvez, devido aos bons desempenhos do F.C. Porto dentro de pista, quer no Campeonato Nacional em Pista Coberta, quer na recente ronda de apuramento para o Nacional de Clubes, na qual os azuis e brancos se qualificaram em primeiro lugar, a Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) cancelou as inscrições das atletas contratadas pelos Dragões para o ataque ao título nacional, que se disputa a 13 e 14 de Junho, em Leiria.
Invocando um regulamento interno arcaico que peca por evidente incoerência, como à frente se demonstra, a FPA cancelou as inscrições da eslovena Sonja Roman, da estónia Ksenija Balta e da lituana Kristina Saltanovic, alegando que estas atletas contratadas pelo F.C. Porto estão na condição de «dupla filiação» e impedindo-as de participar na final do Campeonato Nacional de Clubes.
O argumento invocado, prende-se com o facto de as atletas estarem filiadas nos respectivos países de origem, por razões de «interesse nacional», de forma a poderem competir nas provas Internacionais (Campeonatos da Europa, do Mundo, Jogos Olímpicos), mas também no F.C. Porto, devidamente autorizadas pelas respectivas federações de origem.
Ora este argumento colocaria em causa a participação de várias outras atletas, inclusivamente do F.C. Porto, que se encontram precisamente na mesma situação. Carla Tavares ou Irina Sustelo, por exemplo, apesar de estarem inscritas e competirem em França e na Bélgica, respectivamente, estão igualmente filiadas e autorizadas a participarem no Nacional de Clubes ao serviço dos Dragões, sem que, nestes casos, a FPA tenha levantado qualquer interdição.
O fundamento não pode, tão pouco, prender-se com razões de nacionalidade, já que, qualquer das três atletas cuja inscrição foi cancelada pela FPA é oriunda de países membros de pleno direito da União Europeia. Antes ainda da tomada de decisão, que não é por agora formal, os responsáveis federativos portugueses entraram em contacto com os organismos máximos do atletismo dos países de origem das atletas portistas, tendo estes comunicado ao F.C. Porto a sua estranheza perante os obstáculos colocados a uma condição considerada absolutamente «normal».
Sem que se perceba quais as verdadeiras intenções federativas, entidade que tem procurado dificultar ao máximo a posição do F.C. Porto neste contexto, o facto é que uma decisão formal em torno desta situação ainda não foi comunicada e tem sido protelada, quem sabe se para lá da data de realização do Campeonato Nacional de Clubes. A manter-se a posição inflexível da FPA, Fernando Oliveira, dirigente do atletismo azul e branco, diz estar em risco a participação do F.C. Porto na final dos campeonatos nacionais de clubes a realizar de 13 e 14 de Junho.
«Não esperava que as ambições do F.C. Porto gerassem tanta controvérsia. Muito provavelmente não iremos estar presentes na final do Campeonato Nacional de Clubes e, se estivermos, fá-lo-emos bastante desfalcados e sob protesto. A Federação tem criado leis em função dos interesses de alguns clubes e não nos parece que esta seja a forma adequada de dar o relevo e a importância devida ao atletismo nacional. O F.C. Porto aposta na promoção do atletismo. E a FPA, defende os interesses de quem?», interroga-se o responsável portista.
Não é Portista quem quer, só é Portista quem pode
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