O FC Porto cedeu um empate a uma bola frente ao Belenenses no Estádio do Dragão, perdendo assim uma excelente oportunidade para ganhar pontos aos dois primeiros classificados. Depois de uma primeira parte de fraca qualidade, o FC Porto entrou praticamente a perder no reatamento com o golo de Lima logo na primeira jogada da segunda parte. O FC Porto empatou por intermédio de Farias à passagem do minuto 63, mas apesar das inúmeras tentativas o FC Porto não foi capaz de chegar à vitória.
Melhor em Campo: Bruno Alves
Com Jesualdo a fazer alterações no seu onze relativamente ao último encontro frente a Académica, colocando Belluschi no meio-campo para o lugar de Cristian Rodriguez e a chamada de Ernesto Farias ao onze para o lugar do internacional colombiano Falcao, o FC Porto iniciou o jogo bastante pressionante tentando assim aproveitar a falta de confiança dos jogadores do Belenenses devido aos últimos resultados menos conseguidos pela equipa de Belém.
Apesar de mais dominante o FC Porto nunca foi capaz de imprimir velocidade ao seu jogo, com os seus jogadores muito estáticos com excepção de Hulk e Mariano Gonzalez. Os dois extremos do FC Porto apesar de demonstrarem grande vontade em aumentar o ritmo de partida não eram capaz de desmontar o bloco defensivo do Belenenses que João Carlos Pereira montou. A equipa de Belém estava muito retraída no campo, com os onze jogadores a jogarem muito perto da sua área, e quando da posse de bola não conseguiam aproveitar da melhor forma os espaços deixados pela equipa do FC Porto.
Foi portanto uma primeira parte sem espectáculo com o FC Porto a jogar sem velocidade e intensidade, dispondo apenas de uma oportunidade de golo aos 25 minutos quando Farias introduziu a bola na baliza de Nélson, mas o lance foi prontamente anulado pelo árbitro da partida por alegado fora-de-jogo, contra um Belenenses que só defendia e que não conseguia sair para o ataque.
Para a segunda parte Jesualdo Ferreira fez entrar Falcao para a equipa, tirando Belluschi passando agora equipa azul-e-branca a jogar num claro 4x4x2, com Falcao e Farias a actuarem na frente de ataque. Mas logo na primeira jogada da segunda parte, Lima aparece isolado frente a Hélton, colocado em jogo por Álvaro Pereira, e faz o primeiro golo da partida. O pesadelo tornava-se realidade e o Belenenses colocava-se assim na liderança da partida, na primeira vez que chegou à baliza do FC Porto.
O FC Porto reagiu bem ao golo sofrido, criando desde logo duas oportunidades de golo mas o guardião do Belenenses conseguiu afastar o perigo. O treinador do FC Porto fez então entrar Cristián Rodriguez retirando da partida o lateral direito Cristian Sapunaru. O FC Porto jogava agora com 3 defesas, ficando o internacional uruguaio a jogar no meio-campo, transformando o esquema táctico para um 3x4x3.
O Belenenses ficou evidentemente moralizado com o golo apontado, permitindo aos seus jogadores trocar a bola com mais confiança. Do outro lado era evidente que os jogadores do FC Porto sentiam grandes dificuldades em se adaptar a este novo sistema, com os jogadores a errarem muitos passes revelando muito insegurança e ansiedade.
Aos 63 minutos o tão ansiado golo chegava, com Falcao a ganhar de cabeça uma bola que parecia perdida na área azul e Farias com o seu grande sentido de oportunidade batia Nélson fazendo o empate.
Este golo teve o condão de dar mais velocidade ao futebol do FC Porto, que agora começava a chegar com mais frequência à baliza de Belenenses. Era um FC Porto mais acutilante que empurrava o Belenenses para a sua área, mas o tempo ia passando e o nervosismo que se sentia nas bancadas começava a transferir-se para os jogadores. À medida que o final do jogo se aproximava a equipa do Belenenses jogava mais perto da sua baliza.
Nos últimos minutos assistiu-se a uma grande pressão por parte do FC Porto, principalmente através de inúmeros cruzamentos para área contrária. Em cima dos 90 minutos Bruno Alves responde a um excelente cruzamento do lado esquerdo cabeceando com estrondo à barra da baliza de Nélson.
O jogo chegava ao fim com o FC Porto a ceder um empate em casa frente ao Belenenses, que certamente não estava nas contas dos responsáveis portistas, que assim perdem uma excelente oportunidade para ganhar pontos aos 2 primeiros classificados.
Melhor em Campo: Bruno Alves
FICHA DE JOGO
Liga, 9ª jornada
30 de Outubro de 2009
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 31.819 espectadores
Árbitro: Olegário Benquerença (Leiria)
Assistentes: José Cardinal e Bertino Miranda
4º Árbitro: António Augusto Costa
FC PORTO: Helton; Sapunaru, Rolando, Bruno Alves «cap» e Alvaro Pereira; Fernando, Belluschi e Raul Meireles; Mariano, Farías e Hulk
Substituições: Belluschi por Falcao (46m), Sapunaru por Rodríguez (53m) e Mariano por Guarín (79m)
Não utilizados: Beto, Nuno André Coelho, Tomás Costa e Prediger
Treinador: Jesualdo Ferreira
BELENENSES: Nelson; Mano, Rodrigo Arroz, Diakité e Barge; Gabriel Gomes, Celestino, Zé Pedro e Ivan; Fredy e Lima
Substituições: Rodrigo Arroz por Devic (45m), Zé Pedro por Fellipe Bastos (51m) e Fredy por Cândido Costa (78m)
Não utilizados: Bruno Vale, André Almeida, Igor e Adu
Treinador: João Carlos Pereira
Ao intervalo: 0-0
Marcadores: Lima (46m), Farías (63m)
Disciplina: cartão amarelo a Ivan (64m), Bruno Alves (74m) e Nelson (84m)
7 comentários:
O Porto já andava a prometer uma escorregadela. As últimas exibições deixavam perceber que tal seria apenas uma questão de tempo.
Quando não se aprende com os erros passados o falhanço torna-se inevitável.
Foi o que aconteceu ontem no Dragão. A reincidência de um jogo abúlico, de uma atitude displicente e da falta de inspiração da primeira parte deram lugar a um segundo tempo de ansiedade, atrapalhação, sofreguidão, precipitação e ineficácia.
Esta é, desgraçadamente, a última imagem de marca de uma equipa, reduzida ao seu expoente mais baixo dos últimos meses.
Reconhecer a situação não é mais do que um puro exercício de lucidez que a paixão não deverá escamotear.
Não está aqui em causa encontrar bodes expiatórios para explicar tais falhanços. Interessa isso sim, apontar os erros e corrigi-los sem teimosias ou fetiches.
Nada ainda está perdido. Temos é de ser rigorosos para que não seja demasiado tarde.
Um abraço
Caros amigos Gaspar e Dragaopentacampeao, sabem o que se está a passar no FC Porto?
È o sistema de Jesualdo. As Transições rapídas funcionam muito bem quando temos na frente um jogador veloz (Lizandro) e no meio campo um estratega (Lucho).
Ora neste momento temos um Falcao que é um jogador que precisa que a equipa jogue para ele e mo meio campo ainda falta encontrar o tal estratega, uma vez que Meireles está muito em baixo e Beluschi não encaixa neste papel.
As equipas ditas mais fracas como o APOEL, Académica e Belenenses perceberam bem este problema e souberam explora-lo.
Existem duas maneiras de se dar a volta ao texto:
- mudar o sistema e o FC Porto deixar de jogar em transições rápidas;
- manter este sistema e dar-se um murro na mesa e fazer com que os Jogadores corram o dobro (tal como aconteceu na época passada em Kiev).
Agora ir para o Estádio assobiar a equipa e exigir a demissão do Treinador só piora a situação.
Terça o FC Porto dará o seu grito de revolta e voltará a ser competitivo e a equipa dominadora do Futebol Português.
Forte abraço e saudações Portistas a ambos.
"Terça o FC Porto dará o seu grito de revolta e voltará a ser competitivo e a equipa dominadora do Futebol Português."
Meu caro,
Estava convencido que isso estava programado para este jogo com o Belenenses. Afinal, o meu amigo informa-me que isso ficou marcado para Terça-feira. Mas porquê? Nesta Sexta-feira, não dava jeito nenhum? É que perder dois pontos numa jornada em que um ou os dois líderes vão perder pontos, não é muito inteligente.
Mas se já estava marcado para Terça, fica marcado para Terça.
Caro Carga ao Mar, de certeza que percebeu o que quero dizer com isto, pois quem é Portista percebe o sentido da frase que realçou do meu Comentário anterior.
De resto não adianta bater no ceguinho nem chorar sobre o leite derramado, pois o que está feito, feito está.
Cumprimentos.
"- mudar o sistema e o FC Porto deixar de jogar em transições rápidas;
- manter este sistema e dar-se um murro na mesa e fazer com que os Jogadores corram o dobro (tal como aconteceu na época passada em Kiev)."
Se calhar...até apostava nas duas,mas em particular na segunda sim.Não creio que o Porto precise de uma revolução táctica de todo o tamanho,mas há coisas que tem de ser alteradas,e rápido.
Claro que tudo começa na atitude...
Com estes jogadores só nos resta o 4 4 2, com a entrada do Guarin para o meio campo....falta muito músculo.
Cumprimentos
De transições rápidas está a equipa e necessitar, desde o apito inicial e não só nos segundos tempos das partidas, como tem acontecido nos últimos jogos.
O problema é que com a falta de espaços a equipa deixa-se embalar pela toada mole à espera que a fruta caia de madura.
Ora uma equipa que luta pelo título tem que puxar dos galões e fazer pela vida.
Não é o que tem acontecido muito por culpa das teimosias e fetiches de Jesualdo. É sabido que alguns jogadores ou não estão no seu melhor (Rodríguez e Meireles), ou têm perdido fulgor (Hulk e Falcao)ou então não têm argumentos técnicos para fazer parte do plantel (Mariano, decididamente).
A solução passa por utilizar, sem receios nem olhar a nomes, os que melhor garantam um bom rendimento; melhorar a qualidade do passe e a eficácia do remate; introduzir velocidade de execução nas transições, desde o primeiro minuto e vais ver que até a barraca abana.
Mesmo com os jogadores de que falaste da época passada, a verdade é que fizemos uma época muito irregular, em termos exibicionais. Tivemos frequentemente melhores resultados do que desempenhos. Os rivais é que balançaram que se fartaram.
A procissão ainda vai no adro, mas é bom que não nos deixemos cair no facilitismo e no excesso de confiança.
Arregaçar as mangas e admitir os erros para os corrigir é sinal de inteligência e não de fraqueza.
Insistir neles é autismo e burrice.
Um abraço
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