quarta-feira, 9 de julho de 2014

Apostas on line

Como tivemos conhecimento o senhor presidente da Liga que no Domingo apresentou, perante meia casa, o sorteio do campeonato (ainda sem patrocinador) aproveitou a oportunidade para “vender” mais umas cenouras aos clubes que o elegeram.
Nada mais, nada menos do que a promessa das apostas on-line que os clubes mais modestos andam a pedinchar há vários anos. Pensam os pobres-diabos que irão receber significativos proveitos com a introdução desta forma de obrigar o pagode retirar mais umas coroas aos parcos rendimentos familiares.
Como não acredito numa palavra do que este vendedor de ilusões diz, lá fui analisar de que consta a promessa. Para já, a única coisa que parece certa é “a vontade do Governo” em produzir legislação que faça entrar uns milhares de euros nos cofres do depauperado Tesouro.
 
Recorrendo aos serviços inestimáveis do Dr. José Manuel Meirim, lá consegui antever como está prevista a repartição desta nova receita:
 
1 - Taxa sobre o volume das Apostas entre 8 e 16% (calculemos uma média de 12%)
 
2 - Para os serviços de controlo, administração e regulação 25% do bolo.
 
3 - Para repartir entre: Estado; Ministério da Solidariedade Social; Presidência do Conselho de Ministros (?); Ministério da Saúde; Ministério da Administração Interna; e Ministério da Educação e Ciência vão 26,5%
 
4 - Para as entidades objeto das Apostas 37,5%
Sairá desta última percentagem a repartição final entre Federações, Clubes e Atletas, não se conhecendo, para já, quais os critérios que presidem à sua distribuição; como serão “ordenadas” as várias Federações interessadas em participar (maior volume de vendas, importância, ou popularidade?); os Clubes (Primeira Liga, Secundária, e não profissionais?): Dentro de cada Liga como serão ordenadas as percentagens por Clube (Notoriedade, classificação ou antiguidade?), enfim um mar de questões, critérios e dúvidas para a Comissão (para estas coisas é sempre criada uma comissão) da qual certamente farão parte, o senhor Fernando Seara, o senhor Dias Ferreira, e claro, o senhor Comandante Vicente Moura (fazer continência).
Contudo "o modelo de tributação incide no imposto especial de jogo e depois as receitas são consignadas dentro do Estado, adotando o mesmo modelo que já existe". Assim, consoante as apostas sejam de fortuna e azar, desportivas, ou hípicas, elas serão distribuídas entre o Estado, regulador, sector em causa e incentivo ao desenvolvimento desportivo e cultural.
Será prematuro aferir quanto é que o Estado poderá encaixar com esta nova fonte de receita, "porque vai depender do número de empresas que obtiverem licença". A Inspeção Geral de Jogos, sob a tutela do Turismo de Portugal, vai ser a entidade fiscalizadora do jogo on-line, e a capacidade técnica e autonomia financeira também será analisada. Quanto às apostas hípicas, o Governo também irá regulamentar as corridas de cavalos em local físico.
 
Se eu apostasse… em vez de apostar no cavalo que ganhava a corrida, gostaria de apostar na data em que estes cavalos serão corridos.
 
Até à próxima

1 comentário:

Fernando Tavares disse...

Grande artigo
Tudinho explicado e Lima permita-me fazer uma vaquinha consigo na aposta de quando os cavalos vão ser corridos
ftavares