terça-feira, 24 de julho de 2018

O Campeonato de SUB-23

A crónica de hoje vai analisar a nova competição da FPF, o Campeonato de Sub-23 a estrear este ano, e onde o nosso clube entendeu não participar. 
 
Os entendidos dizem que apostar nas camadas jovens “é desperdiçar tempo e dinheiro”. Coloco reservas. Então a formação nas camadas jovens não é para tiramos rendimento futuro, ou seja, procurar “subir” 1 ou 2 atletas à equipa principal? É mais do que evidente que os atletas acima dos 19 anos não tem alternativa. Ou são muito bons e sobem por eles ou, se são ”apenas” jogadores médios, não tem onde continuar a carreira. Seguimos o mau exemplo do clube da treta que tem uma escola de formação mas depois empresta 20 ou 30 por ano aos clubes “amigos”. A conversa do “não tem categoria para jogar no FC do Porto” começou mais cedo. E por alguém que devia estar calado e resolver esses assuntos dentro de portas. É que, se assim for, como não somos uma instituição de caridade, fechem o Dragon Force e o Olival e atirem as chaves ao rio!
DESTINATÁRIOS
 
Sendo um dos principais motivos de desistência na carreira de muitos jovens futebolistas a falta de uma prova intermédia para os atletas em fase de transição da idade Júnior para a Sénior levou a que a FPF em articulação com os clubes federados criassem esta prova.


A inscrição está aberta para jovens nascidos depois de 1996, podendo ainda incluir 4 atletas com idades entre os 21 e 23 anos, e ser incluídos outros 7 que não tenham sido formados localmente. Para esta primeira edição experimental, inscreveram-se as seguintes equipas
 
PORTIMONENSE – MARÍTIMO – FEIRENSE – DESPORTIVO DAS AVES – BRAGA – RIO AVE – V. GUIMARÃES – V. SETÚBAL – BELENENSES – ESTORIL – BENFICA – ACADÉMICA – SPORTING e COVA DA PIEDADE
 
REGULAMENTO
 
A competição inicia-se a 18 de Agosto em duas fases. O campeonato terá uma primeira disputa de 26 jornadas com os 14 clubes inscritos e uma segunda onde apenas os 6 primeiros lutam pelo título numa disputa por pontos a 2 voltas. Os restantes 8 lutam pela permanência.
 
Os jogos realizam-se aos sábados e às terças. Os atletas inscritos serão os nascidos depois de 1996 devendo ainda incluir 4 atletas entre os 21 e 23 anos ficando sempre livres para jogarem pelas equipas do escalão superior desde que respeitando um intervalo de 48 horas.
 
Os treinadores terão obrigatoriamente o nível III da UEFA.
 
Os estádios deverão ter a capacidade no mínimo para 500 espetadores sentados e as medidas dos relvados devem respeitar os 100-105 metros de comprimento e os 64-68 de largura. Se houver transmissões televisivas os estádios deverão ter condições para albergar 4 câmaras.
Os principais clubes portugueses e as melhores Ligas da Europa tem excelentes escolas de formação. Porque não aproveitarmos? Bem sei que é mais fácil contratar um Baroni qualquer e pagar balúrdios aos “empresários” do que apostar nos nossos mas o FC do Porto sempre teve bons exemplos. As equipas Sub-17 e Sub-19 já deram boas provas. Porque não apostar nos Sub-23? Vamos observar esta primeira experiência e para o ano repensar o assunto?
 
Até à próxima

2 comentários:

csantos disse...

O campeonato de sub23 é uma competição destinada a falhar desde a sua nascença, tal como a taça da liga.
se queremos jovens a evoluir, temos a equipa B para alguma coisa, sem falar na youth league e no torneio em inglaterra. Se não aproveitamos os melhores que estão na B, não é por termos uma outra equipa a competir nos sub23 que magicamente iriamos começar a ganhar craques em catadupa.

Pedro Silva disse...

Pessoalmente não sei se este tal campeonato dará ou não resultado.

Em Inglaterra um modelo parecido com este (não sei se é igual) acabou por dar frutos. Veja-se a prestação da selecção inglesa no último Mundial e o que esta já conquistou nas camadas jovens.

Contudo, o que me parece é que cá pelo nosso pequeno burgo este campeonato surge porque muitos clubes da 2.ª Liga tem manifestado o seu desagrado por terem de medir forças com as equipas B.

O problema do FC Porto até nem é a aposta em jovens atletas da sua formação. Ainda na época anterior tivemos por lá um tal de Dalot que tem imensa qualidade e que optou por continuar a sua carreira em Manchester. E esta época tudo indica que vamos ter um ou dois jovens de valor no plantel (e um deles até deverá ser titular).

O problema do FC Porto está na necessidade de se vencer que - aliada a alguma impaciência da massa adepta e à “comissãozinha” - faz com que tenha de se dar prioridade a jogadores já formados e com mercado no imediato. Por exemplo; assim de cabeça recordo-me do Rafa. Um talento puro que nunca teve o seu espaço na equipa principal porque Alex Telles tem estado sublime no desempenho das suas várias funções. Para mais, mais facilmente se fará um bom negócio com o passe do lateral brasileiro do que com o do Rafa.