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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O Estranho Caso das Facturas Escondidas

Não haja dúvidas que aqui, na ocidental tasca lusitana, aparecem surpresas todos os dias. O rapaz que temporariamente está à frente dos destinos do País resolveu presentear o amigo Flopes com uma “santinha”. Não a Rainha Santa Dona Leonor que fazia aquele truque das rosas, mas uma Santa mais apropriada para os difíceis tempos que correm, uma cheia de massa, a Santa Casa da Misericórdia, retribuindo em dobro os excelentes serviços prestados à Nação pelo humorista. Bastará que nos recordemos dos Concertos de Violino de Chopin; da pala do estádio dos calimeros que “estava a cair”, dos buracos deixados na Epul e na CML com que o TC se entretém há vários anos; da destruição do Parque Mayer e da Feira Popular, etc.

Com este nunca haverá “facturas escondidas”, elas são como as bruxas: que las hay, hay!

Mas “naquele tempo”, frase com começam sempre os sermões dos padres das paróquias (depois é que lá vem a história dos Fariseus), ninguém ligava nada a isso. Deixar a CML ou a EPUL falidas, até parecía bem, dava-se ares de obra feita! O Frank Gehry, pobre arquiteto, cujo unico erro foi ter acreditado naquela cambada, lá aparece, de vez em quando com as facturinhas debaixo do braço a tocar à campainha do António Costa que, com um rombo de milhões para digerir, o manda regressar à base, mais aqueles bocadinhos de madeira que representavam na maquete (em 3-D, pois então), as barraquinhas e os teatros.

Para os menos atentos, recorde-se que as aparições do homem pela política constituíam o ponto alto dos congressos do partido que lhe viriam a granjear grande popularidade entre os laranjinhas, ou seja, aqueles que passados 30-anos-30 ,hoje se pavoneiam pelas tv’s, rádios e cassetes piratas, cumprindo com eficiência e rigor (eu ia a dizer rigor mortis), a versão correcta e aumentada das imposições da Troika. Se o Trio Maravilha disser: “tem que se cortar um dedo”, pronto, lá vai a mão! O braço, é logo a seguir...

Os tempos mudaram. Temos que primar pelo “rigor, pela transparência”, e como diz o outro dos Domingos à noite: pela “verdade desportiva”! Como é que eu consigo escrever isto sem me rir? São 14:30 do dia 25 de Agosto do Ano 1 DT (depois da Troika), quem é que se interessa além do Miguel Relvas, pelas “687 facturas escondidas” mais os presumíveis 6,78M€, quando o Estado deve mais de 1,3 MIL MILHÕES DE EUROS aos fornecedores? São peanuts!

Bem sei que faz parte do marketing deste governo, dizer mal de tudo que está para trás mas, em surdina, o inefável Laurentino veio logo dizer que, “pelo menos a factura das rendas já vinha do tempo dos outros, dos que lá estão agora outra vez”.

Afinal tinham sido eles que arrendaram o caixote de 8 pisos onde se situa o IDP. E quem diz IDP não pode esquecer a AdoP, estranha entidade de controle anti-dopagem que gosta de aparecer muito cedo nos hoteis para dar caneladas ao Carlos Queiroz.

Também do mesmo IDP faz parte o Conselho Nacional de Desporto onde entre dezenas e dezenas de “figurantes”, têm assento, os animadores de dois programas desportivos das noites das segundas-feiras, nada mais nada menos do que “os cómicos, os unicos, os excelentes, os incomparáveis” (rufar de tambores), Fernando Seara e Dias Ferreira!

Este interessante organismo ainda se subdivide em 2 ramos com mais umas dezenas de personagens pomposamente intitulados Conselheiros: o CESD-Conselho Para a Ética e Segurança no Desporto, e o CSD-Conselho para o Sistema Desportivo, dos quais ninguém conhece obra feita. Como é que um tasco daqueles não havia de ter facturas escondidas?

Não tirando mérito ao detective Relvas, daqui se sugere que poderá entreter-se nas férias, a analisar as mais de 500 (quinhentas) nomeações dos amigos do Partido.

Foto montagens

Miguel Relvas: José Lima

Até para a semana