Eduardo Mãos de Tesoura

Edward Scissorhands é um filme de 1990, dos géneros terror e fantasia, dirigido por Tim Burton, com argumento baseado numa ideia de Caroline Thompson e Tim Burton.

Edward é um jovem que foi criado por um inventor maluco, e que como peculiaridade possuiu tesouras no lugar das mãos. Antes de morrer, o "pai" de Edward iria presenteá-lo com um par de mãos criadas por ele no natal. Porém, antes que pudesse colocá-las em Edward, acaba por morrer. Após o falecimento de seu "pai", Edward fica sozinho onde eles viviam, uma mansão enorme e bastante envelhecida. Um certo dia, uma vendedora de cosméticos bate à porta de Edward e encontra-o lá, completamente só. Ela então resolve levá-lo para casa, onde Edward tem muita dificuldade em conviver, devido principalmente ao preconceito demonstrado pela vizinhança. Mas, pouco a pouco vai-se tornando popular devido aos talentos que tem. No entanto, há pessoas determinadas a afugentá-lo de novo para a sua mansão.

A TVI, popular órgão Televisivo com um tipo de programas mais dirigido para a população feminina (veja-se, por exemplo, a Casa dos Segredos), pegou no tema, arranjou um novo intérprete, fez uma adaptação do argumento e colocou-o num aborto chamado PROLONGAMENTO.

O personagem da versão original Johnny Depp é interpretado pelo conhecido recordista absoluto do maior número de transplantes de fígado por metro quadrado do Hospital Curry Cabral que, segundo fontes geralmente bem informadas, são pagos a muito bom preço e, no caso do “chefe de equipa”, ainda acrescem mais uns pozinhos mesmo que nos intervalos dos uísques e dos charutos. A técnica é mais ou menos a mesma: a tesourada. Mas, nesta recriação de Eduardo Mãos de Tesoura, os maus fígados a boiar em uísques marados que o nosso personagem emborca, vêm à tona e dirigem-se a um alvo específico: o Futebol Clube do Porto e o jogador João Moutinho. Passa um programa inteiro a vomitar ódio, a incitar os consócios aos apupos, afirmando que ele próprio ia gritar “até ficar rouco”. Junto da Direcção, a intenção passa ao lado, nem sequer lhe dão assento no camarote e vai assistir ao jogo no meio dos amigos arruaceiros. Desde violências verbais e físicas ao jogador, até à complacência dum dos cãezinhos amestrados do senhor Vítor Pereira, um conhecido servo daquela “instituição” de âmbito nacional que proclama a verdade desportiva, tudo serve para humilhar o jogador, culminando a sua substituição com projecções de raios laser dirigidos para a cara.

Mas afinal qual foi o grande pecado de João Moutinho? Muito simplesmente a insatisfação de jogar num clube sem rei nem roque (4 títulos nos últimos 30 anos) dirigido sucessivamente pelos analfabetos futebolísticos Jorge Gonçalves, Sousa Cintra, Santana Lopes, José Roquette, Dias da Cunha, Soares Franco, Eduardo Bettencourt, e o legítimo direito de se mudar para um clube ganhador. Acresce ainda o facto do conhecimento de todos da aceitação pelo clube, a precisar de dinheiro como pão para a boca (veja-se a recente redução de Capital), na transferência do atleta.

Voltando ao Mãos de Tesoura que começou a sua carreira televisiva no mais miserável programa alguma vez feito, Os Donos da Bola, inteiramente concebido para dizer mal do nosso clube, é de recordar as calinadas que frequentemente escreve num pasquim que o acolhe, bem como um diferendo que teve há meses com a Ministra Ana Jorge, acerca dos suplementos remuneratórios de que não prescinde entre duas tesouradas.

Eu que sou velho e detesto mercenários, sobretudo na saúde, e ainda me consigo recordar, vejam lá, dos Cinco Violinos, tenho pena que um clube eclético dos mais prestigiados no nosso País albergue no seu seio esta maçã podre.

Até para a semana