Na meia-final de quarta-feira, vieram-me à memória as brincadeiras da minha longínqua infância. O “pilha-galinha-choca”, o “esconde-esconde”, o “bate-fica” e, claro, as animadas partidas de futebol no recreio da escola: “o 1º ano contra o 3º”, “o Porto X Sporting” onde só alinhavam adeptos daqueles clubes, “os alunos contra os professores” e os inevitáveis torneios de “matrecos”. Quem perdia tinha que meter outra moedinha para saírem as 7 bolas que davam direito a mais um jogo. Havia sempre quem fizesse batota. Apanhavam o dono do café distraído, um dos mais crescidos batia com a mão espalmada por debaixo do “bilhar”, a mola saltava e lá deixava cair as bolas.
Era como no futebol “à séria”. Algumas vezes ganhavam os miúdos mas, quase sempre, os mais graúdos, os que estudavam melhor as tácticas, como se mexem os matraquilhos. E por falar em matrecos, ainda na última 4ª feira se viram dum lado 3 (Luisão, Sidnei, e Javi) fortemente motivados e, do outro, 3 artolas (Rolando, Maicon e Fernando) brincalhões como na “tal” escola, ufanos dos seus 8 pontos à maior mais os cinco-a-zero de há uns meses. Os Mestres entraram sem terem estudado a lição. Estava o caldo entornado, os anões Salvio, Gaitan e Saviola, fizeram de nós gato-sapato. Coentrão e Peixoto, um dois-em-um do lado esquerdo cortaram-nos as “vazas” e o que sobrava eram peras doces para os 2 gigantones do centro da defesa despacharem para longe.
O problema é que o joguinho não era a feijões nem no recreio da escola e, no final, os meninos não foram “tocar às campainhas e fugir” nem “atirar sacos de água à cabeça das pessoas”. Constituiu uma tremenda desilusão para todos nós, vamos agora “deixar de brincadeiras” e tocar a reunir. Parabéns aos nossos adversários, desta vez foram eles que nos deram música.
Braz da Silva, Godinho Lopes e Rogério Alves parecem ser os candidatos às próximas eleições no Sporting. Dos projectos, pouco ou nada ainda se conhece mas, o ex-jogador e agora empresário José Eduardo parece ter encontrado A SOLUÇÃO. Nada mais, nada menos do que voltar aos miúdos. O Clube “tem uma excelente Academia que forma jogadores”, só falta mesmo integrá-los na equipa profissional. E quem manda nisto tudo? Os graúdos, pois então, “as figuras de referência”! Lá vem “as armas e os barões assinalados”, os nomes com 2 “tês”, os Roquettes, os Bettencourts, os velhos do Restelo, que esses sim é que “dão confiança à Banca” mas, desta vez, há uma novidade. José Eduardo propõe um presidente para o Clube e outro diferente para a SAD. Relativamente ao Treinador, qualquer um serve “desde que escolha um sistema de jogo comum-de-dois”: para os miúdos e para os graúdos. A intenção é óbvia: sempre que um “aluno” suba de escalão, já vem adaptado ao esquema do seu treinador. Estou a ver os cartazes afixados na bilheteira:
Notícias dão-nos conta dum projecto de Braz da Silva que consiste na criação dum Fundo no valor de 50 milhões de euros a subscrever por sócios e investidores, naturalmente para estoirar em compras de qualidade duvidosa. Rogério Alves parece preocupar-se mais com a saúde financeira do Clube e da SAD, e tem passado a semana a inteirar-se da sua real situação. Mais uma vez parece ser uma situação de miúdos e graúdos. Na minha opinião o clube que nos últimos anos já foi dirigido por banqueiros, advogados, empresários de cervejolas, aventureiros, e até um Playboy canastrão, precisa é de arranjar alguém que perceba de futebol. Senão arriscam-se a que, na Segunda Circular, em vez dum Circo, passemos a contar com dois.
1 comentário:
Mais um ecelente post do amigo Jose Lima, este amigo não facilita, parabens...
http://oimensovoododragao.blogspot.com
Enviar um comentário