Foi a partir dos anos 80 que iniciou verdadeiramente a carreira de publicitário. Recordo-me de vê-lo chegar ao “velhinho” Estádio das Antas e noutros campos onde acompanhava o nosso FCP, horas antes dos encontros, com os placards debaixo do braço, para desenrolar e pregar em armações de ripas de madeira anúncios estáticos até que em 1984, com o seu irmão, fundou a Olivedesportos. Fez com José Veiga, agente de jogadores, uma firma de intermediação de contratos, a Futinvest, deixando mais tarde a sociedade nas mãos do empresário que se tornaria um dos maiores fornecedores de carne ensacada do Benfica.
Joaquim Oliveira dominava o panorama da publicidade futebolística, negociou e deu contra-partidas aos principais clubes portugueses, pagando antecipadamente partes das concessões. Em 1994, com a preciosa ajuda de Ricardo Salgado, adquire o jornal O JOGO. Curiosamente inicia-se aqui um período de aproximação do BES e da PT ao mundo do futebol. É a época Vilarinho, no Benfica. Oliveira que tinha accionado o clube depois de Vale e Azevedo, um dos ídolos de Leonor Pinhão, ter rasgado os contratos, tem a receber uma avultada indemnização de 2 milhões de euros mas, face ao estado de quase falência da “instituição”, admite trocar o valor por 20.000 acções da Benfica Multimédia, iniciando uma proveitosa ligação para ambos. Em 1999 cria a empresa de conteúdos PPTV que, mais tarde se viria a transformar na SportTv, juntamente com a RTP e a PT. Neste entretanto, assistiu-se a um ciclo de negociações muito habilidoso. Oliveira compra os direitos televisivos à FPF, revende parte à RTP (os chamados “jogos em canal aberto”) e fica com o bolo principal para transmitir “por assinatura” na SportTv.
Muito rapidamente cria em 1999 a holding Sportinvest; em 2000 faz uma joint-venture com a PT dando origem à Sportinvest Multimédia, em 2004, adquire à RTP metade da participação desta na SportTv, ficando só com a PT Multimédia em partes iguais, hoje denominada ZON MULTIMEDIA. Joaquim Oliveira comanda o mercado, transmite os jogos no dia e hora que entende, recebe dinheiro dos assinantes e ainda se dá ao luxo de vender “as sobras” à TVI. Em 2005 é a vez de criar a holding CONTROLINVESTE SGPS, actualmente denominada CONTROLINVESTE MULTIMÉDIA, compra a Lusomundo, e uma série de órgãos de comunicação social como o JN, o DN, a TSF, e a LUSA.
Nas últimas semanas um “conde” de opereta tem anunciado nos pasquins que lhe dão guarida, nomeadamente os pertencentes à Cofina onde proliferam os Octávios, importantes investimentos no panorama da multimédia desportiva. Mirabolantes compras de direitos desportivos, criação de um canal de desporto, parcerias com a “instituição” falida, etc.
O resultado está à vista. Joaquim Oliveira com créditos firmados junto dos detentores de direitos europeus lá deu o xito do costume, adquirindo umas centenas de jogos da Champions para os próximos anos, deixando por lá, como é obrigado pela Lei da Televisão, as sobras de um jogo em aberto por jornada para a Televisão da Treta, onde o inefável Manhoso se entretêm a dizer mal do nosso Clube, lá para a 1 da manhã, depois de uma Teresa Guilherme qualquer ter parado de gritar.
Agora ando a ver o Porto Canal que é o único operador que fala do nosso Clube. Gostei muito de ver a transmissão dos Dragões de Ouro, bem como o novo visual dos intervenientes.
Nota – O personagem da esquerda foi retirado de http://www.fotosdacurva.com/ a quem agradeço as excelentes fotos com que nos tem presenteado.
Fotomontagens de JOSE LIMA
Até para a semana
3 comentários:
Ainda a propósito dos Dragões de Ouro, deixo aqui uns excertos do Discurso de André Villas-Boas que aconselho os Portistas mais radicais a ler:
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"É sempre um regresso a casa e é sempre especial estar aqui. É uma honra receber este prémio em frente a tanta gente que conheço e é a primeira vez que estou nervoso publicamente", começou por dizer o agora treinador do Chelsea.
Depois veio o texto elaborado, escrito nas folhas que trazia na mão: "Os verdadeiros paraísos são os paraísos que perdemos. Aqui vivem-se eternas memórias da paixão a um clube. O portista vive, é eterno, sofre, luta, exige, acumula e ganha. O portista é educado, aprende, é formado e torna-se melhor".
"Pensei como chegámos ao sucesso na época passada e cheguei à conclusão que o portismo esteve sempre presente. Sentimento de emoção, revolta, desejo, ambição, união e empatia", continuou o técnico.
Quando surgia uma derrota: "Ninguém recuava, sonhávamos, acreditávamos sempre mais e seguíamos sempre convictos", referindo-se depois ao título conquistado no Estádio da Luz: "Na catedral triunfámos. Encontrámos sempre o caminho certo".
"Para uns conquistámos muito, para outros conquistámos pouco; para nós foi o suficiente e o esperado, porque queremos sempre mais e por isso ganhámos mais vezes e por isso somos recordistas", analisou.
"Temos uma emoção transmitida pelo gesto, pelo olhar. O FC Porto é um baluarte unido rumo à vitória, exemplarmente liderado, com uma estrutura que é essencial. Há um esforço comum, todos dependem de todos".
Por fim, Villas-Boas partilhou o prémio: "Receber um prémio individual num desporto coletivo é sempre algo injusto e ingrato, por isso partilho convosco".
Não lhe ficava mal dizer que aquelas frases eram do poema de Pedro Homem de Melo, não fosse alguém pensar que eram dele...
Quanto à festa gostei - como aliás transmito em
http://longara.blogspot.com/2011/10/gala-dos-dragoes-de-ouro-numa-outra.html
Exacto caro amigo. Pedro Homem de Melo e não só. Por exemplo "Os verdadeiros paraísos são os paraísos que perdemos" é de Proust. Pelo tom de voz e inflexões, percebeu-se bem a intenção. É que o nosso Presidente também tem a mania das citações e, o discurso, foi inteirinho para ele.
Abraço
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