Foi um dos poucos erros de palmatória de Pinto da Costa. Mediano jogador, péssimo como treinador, nunca entendi esta contratação. Fez 40 anos há dias o momento mais triste para mim da história do Futebol Clube do Porto, a morte de Pavão, a 16 de Dezembro de 1973 no Estádio das Antas. O adversário era o Vitória de Setúbal, onde Octávio jogava como médio. Pavão, aos 13 minutos, caiu inanimado no terreno, foi transportado para o Hospital São João, pouco mais de 1 hora depois chegou a maldita notícia: Pavão tinha falecido.
Por estranha coincidência, e os meus amigos dessa época conhecem o facto, encontrava-me junto á linha lateral a filmar em Super8mm o jogo. Recordo-me como se fosse hoje, do golpe de cabeça de Pavão a devolver a bola para o meio-campo do Setúbal, a correria de Oliveira até à linha de fundo a tentar dominá-la e o atleta a 15 metros de mim a cair de bruços. Nunca mais conseguirei esquecer o ar aterrorizado de Bené ao ver os olhos do nosso atleta revirados.
Seguiram-se cenas de consternação por todo o estádio, os colegas incrédulos a saírem pelo túnel do lado do “tribunal”, os sócios a descer aquelas imensas escadarias em silêncio para abandonar as Antas. Octávio chorava convulsivamente. Passadas cerca de 2 semanas exibi o pequeno filme numa cerimónia privada para a viúva do jogador, atletas do plantel e o presidente da altura Américo Sá. Anos mais tarde, a triste recordação daquele dia, viria a ser entregue pelos netos do meu particular amigo e também nosso presidente, Dr. Paulo Pombo ao senhor Pinto da Costa. Hoje está no Museu pertence ao espólio do clube.
E que faz Octávio passados 40 anos? Nesta semana, andou por tudo quanto é pasquim, tendo culminado numa coisa asquerosa a que chamam “canal” CMTV, atirando-se ao nosso presidente que, a propósito do lançamento de um livro “31 ANOS 31 DECISÕES”, ali refere como resolveu despedir o cavalheiro. A história é conhecida dos portistas que assistiram à contratação para o nosso clube do então treinador, ensanduichado entre dois senhores do Futebol: Fernando Santos e José Mourinho. Treinou o popular Salgueiros em 1983 e o FC Porto no ano seguinte onde conquistou alguns títulos mas como adjunto. De resto sempre foi mais conhecido por ser “polícia” dos jogadores, e desde que foi varrido do futebol, como bombeiro ou agricultor em Palmela.
Mas afinal de que se queixa o homem? Diz que a culpa de Jardel não ter regressado ao clube não foi dele. Que o senhor Pinto da Costa era quem escolhia os hotéis para os estágios, vejam lá que crime! Outra trapalhada refere-se a uma lesão de Vítor Baía e às opções tomadas pelo presidente. Também ficou ressabiado (embora não o admita) com a contratação de Mourinho (em boa hora digo eu) para o substituir. Dedica-se agora a vomitar baboseiras na tal CMTV, um produto COFINA a juntar ao Rascor e à SIC que tentam a todo o custo descredibilizar o nosso clube e onde os Octávios Manhosos têm sempre aceitação.
Pavão era o que costumamos classificar como “um jogador à Porto”. E não são assim tantos. Há 40 anos, era muito difícil um atleta conseguir a unanimidade de opiniões ao seu redor, sobretudo com uma imprensa servil aos clubes da Capital, hoje transformados em Circos. Orgulho-me de ser do tempo deste grande atleta que ficará para sempre na nossa memória. Quanto ao outro queria dizer-lhe que vozes de burro não chegam aos céus. Na poeira dos séculos não fará história. Será sempre um pobre-diabo.
Até à próxima.
2 comentários:
mas que "grande golo" marcado pelo caríssimo José Lima.
bem-haja! por mias uma grata recordação, a fazer lembrar à malta nova o que é "ser Porto" noutros tempos - porventura (bem) mais difíceis do que agora.
abr@ço e votos de Boas Festas!
Miguel | Tomo II
Tinha então 8 anos e tinha ido com o meu pai assistir a esse jogo ,lembro-me perfeitamente do silencio à saída do estádio e dos rádios encostados aos ouvidos na tentativa de se saber noticias de algo que se adivinhava não ser nada de bom.Tal como refere PAVÃO um verdadeiro jogador à PORTO.
Paulo Almeida
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