O Estoril venceu o FC Porto em pleno Estádio do Dragão e protagonizou o fim da invencibilidade Portista no Estádio do Dragão para o Campeonato, que durava há mais de cinco anos. Evandro fez o golo vitorioso, numa grande penalidade que resultou na expulsão de Mangala. Paulo Fonseca viu a generalidade do Estádio acenar com lenços brancos e pedir a saída do Técnico, que saiu debaixo de monumental assobiadela.
Escaldados depois do empate europeu caseiro diante do Eintracht Frankfurt, os jogadores Portistas entraram em campo dispostos a dar uma resposta audaz e capaz de devolver os sorrisos ao Dragão, que, ainda assim, tem sido o estádio do Campeonato onde existem mais vitórias caseiras até ao momento.
Paulo Fonseca lançou praticamente a mesma equipa que tinha actuado na Liga Europa, com excepção para a expectável troca no centro da defesa, onde Abdoulaye recuperou o posto que tem ocupado no Campeonato, relegando Maicon para o banco de suplentes, onde também se sentou Carlos Eduardo.
Do outro lado estava Marco Silva, um dos treinadores 'da moda' em Portugal. O jovem técnico não pôde contar com Gonçalo Santos, pelo que o meio-campo foi preenchido com Diogo Amado, Filipe Gonçalves e Evandro, apoiados pela disponibilidade defensiva de Carlitos e de Babanco. Javier Balboa era o ponta-de-lança improvisado, agora que não há Sebá - Bruno Lopes, vindo de lesão, ficou no banco de suplentes.
Os Dragões entraram bem no desafio, com o desejo de ter bola, como tem vindo a ser hábito ao longo da época, mas também sem criar uma 'avalanche' ofensiva, nada que surpreenda os mais atentos.
O foco era, como tem vindo a ser habitual desde Janeiro, Ricardo Quaresma. O número 7 é aquele que mais abunda em magia e, não apenas Paulo Fonseca, como também os colegas de equipa, percebem isso e carregam os ombros do Harry Potter com a responsabilidade de desequilibrar individualmente, essa acção que tem sido tão rara esta época.
Foi o pé direito de Quaresma que, ao minuto 7, encontrou Jackson, se bem que em posição irregular. Foi o pé direito de Quaresma que tentou pegar num estilo de jogo quase sempre iniciado por Herrera (bem melhor nos últimos jogos). Foi ainda o pé direito que tentou um livre direto em posição frontal, mas para as mãos de Vágner. Em suma, mais do mesmo no Reino do Dragão, Reino esse que não tem perdoa o estilo de jogo da equipa, presa de movimentos e sem antídoto para blocos baixos dos adversários.
A propósito, o Estoril ia fazendo o seu jogo, pausado, ponderado e com muito apito pelo meio. Várias vezes os jogadores Estorilistas no relvado com queixas e Vágner, Diogo Amado e Carlitos a assustarem Marco Silva que, afinal, não teve que mexer forçosamente na primeira parte.
Perguntará, o caro leitor, o que terá valido na primeira parte, não é? Na verdade, o mais justo é dizer que não valeu, só que as benesses são para serem dadas e essas vão para Josué e Varela, cada um com um lance nos últimos minutos do primeiro tempo, cada um deles a observarem excelentes defesas do guardião Vagner. E foi só isso que valeu...
Na segunda parte (e há pouco falou-se do pé direito de Quaresma), viu-se outra vez o mágico, agora com a criação - e consequente desperdício - de uma real oportunidade de golo. Começando na direita, o internacional Português foi muito mais perigoso e decidiu, ao minuto 53, ziguezaguear pela área, passando por um, simulando remate, passando por outro, rematando e vendo Vágner outra vez a fechar a baliza.
Ampliou a sua criatividade o 7 Portista, servindo Danilo logo depois para cruzamento à procura de desvio ausente, cruzando depois ele mesmo para soco de Vágner. Era o FC Porto a carregar a fundo no acelerador, em busca do golo. O Estoril nem saía lá de trás...
Por falar em sair, Josué foi a primeira escolha para a substituição, dando lugar a Carlos Eduardo. Isto num jogo em que nada saía a Jackson Martínez: nem recepção, nem condução, nem finalização.
Entretanto, aguentados os primeiros 15 minutos, o Estoril finalmente saiu e foram dois os lances de perigo conseguidos depois, primeiro na cabeça de Yohan Tavares, depois no pé de Balboa. Nos dois casos, a bola saiu ao lado. E, para terminar com a conversa das saídas, Marco Silva exaltou-se e foi expulso do banco de suplentes.
Paulo Fonseca não esperou tanto como habitual e lançou Nabil Ghilas ao minuto 71, mudando o sistema táctico, numa aposta em dois pontas-de-lança e dois médios na zona central: Fernando a desarmar, Carlos Eduardo a construir.
A intenção era conferir jogo mais directo para os últimos 20 minutos da partida, só que Mangala deitou tudo a perder, ao derrubar Evandro na grande área. Penálti sem margem para dúvidas e expulsão do Francês, ordenada por Vasco Santos. O mesmo Evandro, muito frio, não tremeu e enganou Helton.
Mesmo com 10, os Dragões pressionaram o adversário e estiveram muito próximos de marcar, num livre de Quaresma para enorme defesa de Vágner, com recarga desastrada de Jackson Martínez.
A derrota Portista corou o estádio de desespero pelo caminho que a época está a tomar e premiou a inteligência e paciência do Estoril, que disparou no quarto lugar da classificação.
Retirado de zerozero
Melhor em Campo: Ricardo Quaresma
1 comentário:
Vamos de mal a pior ...
Enviar um comentário