Se há característica que qualquer amante do futebol consegue dizer de caras quando se fala no Calcio é a defesa. Pois no Dragão não foi só o Napoli a assumir essa postura «retranqueira». FC Porto e Napoli entraram em campo de forma cerebral, a atacar pela certa, encaixadas como duas mãos entrelaçadas, e assim jogaram ao longo dos primeiros 45 minutos.
É certo que houve sempre mais pendor ofensivo dos Dragões, que jogaram de «gola alta», pressionantes e a impedir qualquer construção dos Italianos. É certo também que a posse de bola foi sempre maior por parte dos Azuis e Brancos, tal como os lances de bola parada e as jogadas de perigo. Contudo, ficava sempre a sensação de que havia pouca gente na área e na zona de tiro, que pudesse aproveitar ressaltos ou segundas bolas. E havia, também, e porque numa semana não se muda tudo, alguma intranquilidade na defesa que os Italianos não aproveitaram como podiam.
O futebol ofensivo do FC Porto alimentava-se da criatividade de Carlos Eduardo e de Ricardo Quaresma e saíram dos pés desta dupla os lances de maior perigo da equipa orientada por Luís Castro.
Foi assim pouco depois dos dez minutos, com Carlos Eduardo a furar e a cruzar de forma pingada e direitinha para Jackson meter o pé. O bailado doCha Cha Cha, no entanto, não foi suficiente para bater Pepe Reina que voou de forma aparentemente impossível para uma defesa instintiva, tal a proximidade do Colombiano e do pé que desviou a bola em direcção ao alvo.
Luís Castro afirmou na conferência de imprensa de antevisão a esta partida que pretendia tirar dos jogadores o seu melhor e Carlos Eduardo justificava a titularidade, precisamente, sob essa premissa. À passagem do minuto 20 Steven Defour, que voltou a ser titular, ensaiou o remate de longe e deixou Reina aos papéis, defendendo para a frente. Jackson aproveitou e cruzou para uma entrada pouco ortodoxa de Carlos Eduardo que deu mesmo o golo do FC Porto. O lance, no entanto, foi invalidado por fora-de-jogo assinalado ao Brasileiro. Uma má decisão do árbitro Pavel Kralovec, da República Checa.
Do Napoli pouco ou nada se via, tanto que só aos 26 minutos surgiu um lance digno de registo em termos ofensivos. Depois de uma boa combinação entre Callejón e Réveillère, o cruzamento do Francês passou por toda a área e ninguém surgiu para empurrar.
Higuaín, referência ofensiva dos Napolitanos, surgia sempre muito sozinho e a aposta no contra-ataque e no futebol directo não dava qualquer fruto. A matreirice de Rafa Benítez cortava a criatividade de Callejón e Hamsik e só a cinco minutos do intervalo é que o Eslovaco conseguiu fazer das suas levantando, na esquerda, para o segundo poste onde surgiu o ex-Real Madrid que não chegou apenas porque o atento Alex Sandro cortou de forma providencial. Aos 41 minutos o Napoli ganhou o seu primeiro pontapé de canto. Tudo dito sobre a postura Italiana da equipa da cidade do Vesúvio.
Fernando foi o primeiro a tentar. À bomba. Pepe Reina voltou a mostrar o porquê de Rafa Benítez o ter considerado o melhor guarda-redes Espanhol.
Uma ameaça Azul e Branca para três dos Napolitanos, seguidas, a pôr em pantanas a defesa Portista. Primeiro Hamsik, que deslumbra quase sempre que toca na bola, a abrir na perfeição para a progressão de Callejón na direita. O Rspanhol serviu o seu ex-companheiro Merengue, Gonzalo Higuaín, que rematou para uma grande defesa de Helton, para canto. Na sequência deste lance mais um calafrio para os Portistas: Albiol, excelente a cabecear, Helton estava lá, mais uma vez. Depois, e porque a intranquilidade defensiva ainda vai surgindo nos Dragões, Mangala perdeu a bola para Higuaín, que rematou, Helton defendeu e Callejón, que não contava com tamanha oferta não conseguiu a emenda, mesmo à boca da baliza.
O Napoli a sufocar e o FC Porto a lutar para voltar à tona, que era o mesmo que dizer a colocar-se por cima do jogo. A pressão foi sacudida logo depois, graças ao golo de Jackson Martínez. Foi como colocar água na fervura: canto batido na direita por Ricardo Quaresma, há um corte dos Napolitanos e a bola sobra para o Colombiano, que remata cruzado de pé esquerdo e bate um impecável e inspirado Pepe Reina.
O golo teve o condão de voltar a colocar os Portistas por cima mas faltavam as oportunidades de golo. Já com Juan Quintero e Nabil Ghilas em campo os Dragões dispuseram de três oportunidades para fazer o segundo golo, todas de enfiada, numa série de tentativas dignas de serem revistas, tal a infelicidade dos Dragões. Miguel Britos afasta a bola que faz ricochete em Quintero. Este aproveita a sobra e remata. Reina estava no chão, a bola vai ao poste, os Dragões ainda insistem mas não conseguem.
Na resposta, e ainda os corações dos Portistas batiam rápido ao verem aquela bola no ferro, valeu Maicon, a tirar em cima da linha de golo um remate do recém-entrado Zapata.
Nos instantes finais Zapata voltou a ameaçar mas não conseguiu acertar no alvo e a partida terminou com vantagem `Portista. Magra, no entanto, para o desafio no San Paolo, mas fruto de uma exibição positiva dos Azuis e Brancos que parecem acertar agulhas com Luís Castro no banco.
Retirado de zerozero
Melhor em Campo; Jackson Martínez
1 comentário:
Um cheirinho de futebol !
Abraço
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