Mais uma travagem brusca dos Tricampeões Nacionais na intenção de revalidar o título. No Estádio D. Afonso Henriques, o FC Porto esteve a vencer por 2 x 0, permitiu a recuperação para 2 x 2 do Vitória de Guimarães e o primeiro lugar é cada vez mais uma miragem.
Quando estão por disputar nove jornadas na Liga Zon Sagres, os Azuis e Brancos, que levam dois jogos sem ganhar no Campeonato, estão já a nove pontos do Benfica e a quatro do Sporting, primeiro e segundo classificado, respectivamente, pelo que só o mais crente dos adeptos, tendo em conta o comportamento da equipa esta temporada, acreditará que é possível recuperar na tabela classificativa.
O apuramento conseguido na Liga Europa na última quinta-feira não parece ter moralizado o FC Porto, mas o Vitória de Guimarães fez por merecer o empate e até podia ter conseguido a reviravolta total, tendo visto a cambalhota no marcador a ser impedida pelo poste a quatro minutos dos 90.
O jogo começou equilibrado, com as duas equipas a tentarem rondar a área adversária. No entanto, aos poucos foi o FC Porto quem começou a ter o controlo da partida e sem ter criado qualquer oportunidade flagrante para marcar beneficiou de uma grande penalidade após um lance bem ajuizado pelo árbitro Marco Ferreira, que assinalou falta de Douglas sobre Carlos Eduardo dentro da área.
Ricardo Quaresma, aos 17 minutos, bateu com sucesso a grande penalidade e deu vantagem aos comandados de Paulo Fonseca que, fruto desse golo, passaram a jogar com mais tranquilidade no Estádio D. Afonso Henriques e podiam ter ampliado o resultado pouco depois, com Ghilas a aparecer na área e a rematar em arco mas à barra.
A meio da primeira parte o FC Porto estava claramente por cima do jogo e Ghilas, uma vez mais, voltou a ter uma clara oportunidade para marcar. O internacional Argelino saltou mais alto que os centrais do Vitória de Guimarães e de cabeça fez a bola passar a poucos centímetros da baliza à guarda de Douglas, guarda-redes que ficou pregado ao chão e limitou-se a ver a bola passar-lhe ao lado.
O Vitória de Guimarães, por seu lado, tentou responder algumas vezes por intermédio de Maazou, mas o avançado, apesar de ter aparecido um par de vezes em boa situação para marcar, não conseguiu incomodar verdadeiramente Helton até então. De resto, a maioria das jogadas dos Minhotos começaram após perdas de bola dos jogadores do FC Porto, nomeadamente dos médios Herrera e Carlos Eduardo, que nesse capítulo estavam verdadeiramente desastrados.
Ainda assim, os Azuis e Brancos conseguiram chegar ao segundo golo aos 41 minutos, num lance protagonizado pelas duas principais novidades que Paulo Fonseca apresentou no 11 inicial. O domínio de peito de Ghilas dentro da área foi perfeito, o qual foi seguido de um remate para defesa para a frente de Douglas. No entanto, oportuno, Licá apareceu em zona de finalização para a recarga e rematou para o fundo da baliza.
A quatro minutos para o intervalo o FC Porto vencia por 2 x 0 com alguma tranquilidade, mas no último lance da primeira parte permitiu que o Vitória de Guimarães reduzisse a diferença no marcador para 2 x 1. Maazou, que foi o jogador mais perigoso dos Minhotos ao longo dos primeiros 45 minutos, finalizou com sucesso uma jogada de insistência dentro da área dos Dragões, aproveitando um atraso posicional de Abdoulaye para ficar em situação regular na hora do desvio para a baliza de Helton.
De resto, em relação ao defesa Senegalês do FC Porto que vestiu a camisola dos Vimaranenses na primeira metade da época, é de referir que o Vitória de Guimarães já tinha reclamado a sua expulsão aos 34 minutos, quando o resultado ainda estava em 1 x 0. Na verdade, Abdoulaye devia ter visto o segundo cartão amarelo por ter jogado a bola com a mão e, com isso, ter impedido um ataque do adversário.
O golo que Maazou marcou mesmo a fechar a primeira parte relançou o Vitória de Gimarães no jogo. Com o tento do jogador do Níger, os Minhotos ganharam uma nova esperança de chegar ao empate e conseguiram esse objectivo praticamente a abrir o segundo tempo. Maazou foi inteligente na forma como viu Marco Matias em boa posição e passou-lhe a bola, com o jogador Português a isolar-se e perante Helton a não desperdiçar a oportunidade de fazer o empate.
Pela segunda vez nos últimos quatro jogos, o FC Porto desperdiçou uma vantagem de dois golos e com isso colocou-se em apuros que pareciam impensáveis durante grande parte do primeiro tempo. A verdade é que o golo fez acordar ainda mais o Vitória de Guimarães e por isso os comandados de Rui Vitória foram mais perigosos que os Azuis e Brancos.
Os Tricampeões Nacionais colocaram a olho nu as dificuldades sentidas para chegar ao último terço do terreno e por isso, apesar de estarem obrigados a ganhar para impedir os dois primeiros classificados do Campeonato de aumentarem a distância, não conseguiam criar oportunidades, nem sequer incomodavam a defesa do Vitória de Guimarães. A excepção foi um remate de trivela com pouca força de Ricardo Quaresma.
A 20 minutos do fim, Paulo Fonseca decidiu começar a mexer na equipa e em poucos minutos colocou em campo Silvestre Varela e Jackson Martínez. É certo que o FC Porto melhorou, passou a tornar-se mais perigoso mas a única vez em que esteve perto de desfazer o empate foi quando Ghilas rematou de primeira mas torto após assistência de Varela.
Rui Vitória, consciente de que o perigo iria aumentar com o passar dos minutos, decidiu refrescar o meio campo e dar maior poder de combate e também alguma velocidade para tentar aproveitar algum espaço que o FC Porto pudesse deixar no momento de se balancear para o ataque. Para isso, optou por colocar em campo Nii Plange e Leonel Olímpio.
A dez minutos dos 90, Juan Quintero, pouco utilizado esta temporada, foi a última opção de Paulo Fonseca para tentar conquistar os três pontos, mas o resultado não mais se alterou, acabando por obrigar o FC Porto a deixar dois pontos no Estádio D. Afonso Henriques perante um Vitória de Guimarães que teve o mérito de chegar à igualdade após ter estado a perder por dois golos de diferença e que aos 86 minutos viu Nii Plange a rematar ao poste.
O resultado de 2 x 2 é justo e não merece qualquer contestação porque o FC Porto apenas esteve bem no encontro até à altura em que fez o 2 x 0, A partir daí, a superioridade no jogo terminou, com a equipa a tremer com o primeiro golo do Vitória de Guimarães e a não mostrar capacidade de reacção para ganhar após o empate dos da casa.
Agora, a revalidação do título de Campeão é cada vez mais uma miragem, estando, quando faltam nove jornadas para o final, a nove pontos do líder do Benfica e a quatro do Sporting.
Retirado de zerozero
Melhor em Campo: Nabil Ghilas
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