sábado, 17 de novembro de 2018

Para mostrar de que massa são feitos

Itália, país da pizza e da pasta. Massa, massa, massa. Se da gastronómica já tratámos (que belo repasto esta sexta-feira à noite...), da massa física só este sábado saberemos. Mas partimos daí, mesclando com a fibra, para projetar um jogo que tem tudo para ser de grande estofo, assim os intervenientes o queiram. E nem é tanto uma questão de massa (dinheiro), apesar dos interessantes prémios desta nova e muito acertada Liga das Nações, que desagua no vencedor deste grupo, que será o organizador da final-four, em junho. É, mais até, uma questão de galões, de dimensão, de retoma e de renovação.

Portugal é líder do grupo e um empate chega. Um empate que, procure-se na história, dificilmente alguma vez foi tão possível em termos de probabilidades, num terreno maldito que é Itália: 11 derrotas e um mísero empate, num amigável em 1967. A doer, foi sempre a perder. Amassados na estatística, no fundo.

Tem sido uma seleção a agir na perfeição na primeira etapa de descolagem de Cristiano Ronaldo, que há de voltar, mas que já se gere com pinças. É o melhor e é insubstituível, todos os dizem, mas as amostras são muito satisfatórias de uma renovação assente em várias gerações muito talentosas e que mantêm a fonte aberta para alimentar esta seleção - basta ver os sub-21. Por agora, uma etapa conduzida com distinção por Fernando Santos.

Renovação que é, talvez em escala idêntica, se bem que mais coletiva do que individual, depois de uma chocante queda a caminho da Rússia, precisamente do que mais se fala (e vê) na Itália. Mancini tem o fardo de comandar um grupo à procura de novas referências, que sucedam a Buffon, De Rossi e Pirlo.

Olhar para a lista de convocados da Itália é perceber isso mesmo. O comum adepto sabe quem é Bonucci, Chiellini, Verratti, mas estranhará o resto da lista. O adepto mais especializado conhece praticamente todos e rapidamente sabe dizer que não são jogadores de topo e que ainda têm um longo trajeto até poderem almejar os pergaminhos de uma verdadeira Squadra Azzurra.

Naquele que é, provavelmente, o maior teste de cada uma destas equipas desde o verão, resta perceber quem estará mais adiantado no caminho da consistência. E quem mais está apto a fazer história.
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Artigo publicado no site zerozero

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