Seis pontos ao fim de três jogos! 5 pontos separam o Porto, segundo classificado no Grupo D, do terceiro classificado (o Apoel). O FC Porto está lançado rumo aos oitavos-de-final! À parte estas boas notícias objectivas, o Porto realizou contra o Apoel uma exibição sofrida, em que o resultado de 2-1 podia ter sido mais dilatado e os adeptos presentes no Dragão ficaram com muitos golos atravessados (principalmente aquele de Falcao na segunda parte em que em frente à baliza se enrola literalmente).
Mas vamos à crónica dos acontecimentos de hoje no reduto do FC Porto. Tal como o dissera na véspera, Jesualdo deu à equipa uma mentalidade ofensiva mas respeitadora do Apoel. Por sua vez, desde cedo o Apoel mostrou que estava no Dragão com respeito ao adversário. Mas também não colocou o autocarro em frente à baliza. Os primeiros 20 minutos, apesar disso, só deram Porto devido à óbvia superioridade dos azuis e brancos. Mas à medida que os primeiros minutos avançavam, mais se percebia que o Porto, da maneira como estava balanceado no ataque, podia sofrer um dissabor em contra-ataque. E foi o que aconteceu ao minuto 22, quando num contra-ataque cipriota a defesa do Porto mete água (já não bastava a da chuva que caía desalmadamente no Dragão) e Alvaro Pereira faz um auto-golo. Frustração foi a palavra certa para descrever o sentimento do universo portista. A lembrança da impotência do Barcelona frente ao Rubin Kazan na véspera talvez não tenha ajudado. De repente, todos durante alguns minutos a seguir ao golo ficaram sem Norte! Todos? Não! Um jogador com nome de superherói lembrou-se de continuar a jogar em grande como estava e aos poucos continuar a esmagar a defesa contrária. Hulk é o seu nome de código. E esta noite fez uma belíssima exibição.
A partir daqui, o Porto volta a comandar o jogo. Falcao joga como pivot no ataque. Hulk E Rodriguez atacam pelos lados tentando chegar ao golo. Mariano fazia aqui um passe bem, ali outro mal. Meireles e Fernando estiveram impecáveis! Aos 33 minutos acontece o que já deveria ter acontecido muito antes: o golo do Porto, de Hulk. Boa jogada de Falcao, passe para Hulk que coloca a bola no fundo da baliza dos cipriotas. Estádio delira, e espera que Porto marque um golo antes do intervalo. Mas apesar de muito desejo, tal não viria a acontecer.
Na segunda parte tudo continuou na mesma: Porto a carregar fortemente sobre o Apoel. De tal modo que um defesa cipriota tão confundido estava com o massacre que se esquece que era jogador de futebol no meio da confusão e joga a bola com o braço. Hulk marca o penalty e o Porto está na frente do marcador, depois de ter estado a perder. Estádio em delírio! Golo no momento certo e esperança de mais golos é o que passa pela cabeça de adeptos, treinadores de bancada, etc. Mas tal, infelizmente, não viria a acontecer.
O Porto continuou a toada de ataque nos 20 minutos a seguir ao segundo golo mas, estranahmente (ou não, devido à já conhecida mentalidade portuguesa da falta de killer instinct) começa a dar cada vez mais espaço ao Apoel, começando a equilibrar o jogo e a começar a sofrer e fazer sofrer os adeptos portistas. Estranho masoquismo este dos homens de Jesualdo, que não aguentam 90 minutos inteiros a atacar. Que perante um adversário que demorou 66 (!) minutos a colocar Helton em campo acaba a defender um resultado magro para uma exibição demolidora em certos momentos. Será diferente o jogo no Chipre porque o Apoel vai atacar mais, vai assumir perante o seu público mais esforços. Isso pode ser bom para os homens de Jesualdo. Mau será se a mentalidade hoje demonstrada no último terço do jogo se mantiver. Ao menos uma boa notícia para os portistas neste jogo: Mariano fica em casa a ver a próxima jornada da Champions na TV. Aos 73 minutos lembrou-se de mostrar um pouco de um lado antidesportivo que até nem conhecíamos, apesar de vermelho directo ser, na nossa opinião, exagerado. Belluschi esperemos que já esteja apto para o substituir e assim trazer maior acerto ofensivo ao meio campo portista.
Reencontramos o Apoel dia 3 de Novembro! Se vencermos em Nicósia, garantimos provavelmente a qualificação.
FICHA DE JOGO
UEFA Champions League, Grupo D, 3ª jornada
21 de Outubro de 2009
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 31.212 espectadores
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 31.212 espectadores
Árbitro: Félix Brych (Alemanha)
Assistentes: Thorsten Schiffner e Mark Borsch
4º Árbitro: Guido Winkmann
FC PORTO: Helton; Fucile, Rolando, Bruno Alves e Alvaro Pereira; Mariano, Fernando e Raul Meireles; Hulk, Falcao e Rodríguez
Substituições: Rodríguez por Guarín (68m), Falcao por Farías (87m) e Raul Meireles por Sapunaru (90m)
Não utilizados: Nuno, Maicon, Alex e Dias
Treinador: Jesualdo Ferreira
APOEL: Chiotis; Satsias, Broerse, Grncarov e Elia; Michail e Nuno Morais; Charalambides, Hélio Pinto e Kosowski; Mirosavljevic,
Substituições: Kosowvki por Breska (38m), Michail por Alexandrou (60m) e Satsias por Papathanasiou (78m)
Não utilizados: Kissas, Kyriakou, Jean Paulista e Zewlakow
Treinador: Ivan Jovanovic
Ao intervalo: 1-1
Marcadores: Alvaro Pereira (21m, a.g.), Hulk (33m e 48m, g.p.)
Disciplina: cartão amarelo a Satsias (23m), Grncarov (37m), Breska (57m), Broerse (83m) e Helton (90m); cartão vermelho a Mariano (74m)
1 comentário:
Confesso que eu era daqueles que tinha um certo receio deste APOEL... A experiência do Inter de Mourinho na Temporada anterior com uma equipa da ilha do Chipre levou-me a pensar assim.
Contudo, depois de ter visto o jogo de quarta, fiquei com a mesma opinião que o Dragaopentacampeao.
O APOEL é tão fraquinho que não havia necessidade nenhuma de se ter passado por tantas dificuldades.
mas também temos de ter em conta que o sistema de Jesualdo também contribui para que o FC Porto tenha imensas dificuldades quando joga contra equipas mais fracas.
Penso que é um aspecto que Jesualdo terá de melhorar, pelo menos para esta fase da Champions.
Quanto ao Mariano, já aqui escrevi muita coisa sobre ele e só lamento que os Portistas só agora comecem a abrir os olhos.
Forte abraço Dragaopentacampeao e Duarte.
Saudações Portistas!!!
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