quarta-feira, 10 de março de 2010

Tragédia em Londres

Aconteceu o impensável. Mesmo para os mais cépticos portistas que anteviam já uma derrota na noite de hoje. O Porto foi goleado pelo Arsenal por 5 bolas a zero. Para termos ideia de um resultado semelhante temos que regressar à época 88/89, em que o Porto foi derrotado por igual resultado em Eindhoven frente ao PSV. Um resultado histórico! As consequências de tal noite de pesadelo só a partir de hoje serão vistas. Mas para já, mesmo que o Porto ainda ganhe as duas competições internas que lhe resta, a época acaba de ser coroada como falhada com o descalabro de Terça. Porém, ela pode ser também um virar de página, como aconteceu nessa época distante, que antecedeu uma das famosas limpezas de balneário de Artur Jorge, regressado depois dessa derrota às Antas para comandar uma equipa partida liderada por Quinito.

O jogo começou com uma premonição: o lançamento de Nuno André Coelho no onze inicial, que fez lembrar aos Portistas o jogo de Manchester em 1997, quando Oliveira lançou o desconhecido Costa no onze inicial. O resultado também acabou por ser pesado. Mas o que se viu hoje do Porto não passa só por Nuno André Coelho. Toda a equipa esteve mal, à excepção de Helton, que apesar de sofrer cinco "secos" teve a concentração suficiente para fazer um punhado de excelentes defesas que levaram a que esta noite triste não fosse nenhum record histórico negativo batido. A defesa foi feita "gato-sapato" pelos jogadores do Arsenal. O meio-campo nenhum ressalto ganhava, e não teve, ao longo da primeira parte, nenhuma ideia para travar a força ofensiva de um Arsenal inspirado, em alta, que jogou o que quis e muito bem lhe apeteceu. Hulk, que hoje perdeu qualquer hipótese de ir ao Mundial, esteve trapalhão no ataque e muito nervoso, falhando passes, tal como Raúl Meireles e Ruben Micael. Falcao esforçava-se mas também não podia fazer muito, já que pouco jogo lhe chegou. Varela parecia perdido. Com este espírito, frente a um Arsenal lúcido e decidido, com a lição bem estudada e com um endiabrado Arshavin, as coisas só podiam correr muito mal.

Mas o jogador mais negativo a destacar, só para pegar em exemplos da primeira parte (já passamos à segunda parte do desafio), foi Jorge Fucile. Aos 24 minutos a tragédia começa a desenhar-se a partir de um passe errado do defesa direito. A lembrar Secretário em Alvalade em 99/00, Fucile passa para Arshavin que faz o que quis da defesa Portista (parece que os jogadores se tinham acabado de conhecer) e oferece o golo a Bendtner que faz o mais fácil. No banco, Jesualdo meneava impotente a cabeça, sem ideias para o que fazer a seguir. Moribundo, os seus pupilos ainda tentaram reagir mas sem qualquer hipótese de sucesso. Os últimos 15 minutos da primeira parte continuaram a pertencer ao Arsenal que só não aumentou a vantagem porque Arshavin falhou golo certo. Helton defendia também o que podia. E para a segunda parte, que se adivinhava difícil no Emirates Stadium, o resultado não estava mais dilatado exclusivamente devido às suas defesas.

No começo da segunda parte Jesualdo fez tarde aquilo que quase não sabe fazer: arriscar! Tirou o torpe Nuno André Coelho (que deve ter ficado com a moral a roçar o chão) e trocou-o por Rodríguez que veio trazer ao Porto um espírito um pouco mais aguerrido. Aos 53 minutos (Aleluia!) o primeiro remate directo à baliza defendida por Almunia vindo dos pés de Falcao, depois de um cruzamento letal do uruguaio. Os portistas voltavam a acreditar. Mas foi sol de pouca dura. Se até aos 60 minutos o Arsenal se viu obrigado a recuar e Rodriguez também cheirou o golo, pouco depois Nasri decide brincar com Raul Meireles (patético como quase todo o resto da equipa), Rodriguez e Alvaro Pereira e acaba a fazer o 3-0. O Dragão morria de vez.

O resto foi penoso de ver. Foi triste vez Hulk a ser dominado pelos defesas do Arsenal. Triste ver O meio-campo apático, a defesa miserável. Triste ver um Porto subjugado por um Arsenal mais rápido, mais esclarecido, com uma alma superiormente maior, com uma eficácia superior. O jogo, já depois do 4-0, acabou com um penalty cometido pelo pior homem em campo, Fucile, que fez talvez a sua pior exibição de Dragão ao peito. Uma vergonha! Esperemos que jamais se repita.

Bella Gutman dizia que a melhor defesa era o ataque. Está provado que Jesualdo Ferreira não é adepto desta teoria, ele que começou a carreira num grande clube tardiamente e talvez por isso lhe custe tanto a ter aquele sopro de alma que faz os grandes treinadores. Se há um grande culpado desta noite (junto de outros, claro) é ele sem dúvida. Não tomou as opções certas. Não arriscou esde início. Foi impotente desde cedo para mudar o curso aos acontecimentos. Este clube, viu-se esta época, não é para ele. Esperemos que tenha feito o seu último jogo europeu de Dragão ao peito!

Melhor em Campo: Helton

3 comentários:

Ultrasfcporto disse...

Saudações portistas,
amigo que desilusão que despedida tão inesperada, assim não, e o Jesualdo sempre a inventar e sempre nos jogos decisivos, já decidi vou dedicar-me a tempo inteiro ás modalidades, e esperar por uma vassourada naquela equipa a começar por o Jesualdo Ferreira.
Grande abraço saúde.

Manifcp disse...

Inesperada ??????????
Mais que esperada meu caro amigo. O que não nos mata, torna-nos mais fortes. Confio plenamente no meu grande Presidente. Tenho a certeza que já está a reflectir, sobre aquilo que correu mal esta época, e a preparar a próxima. Eu acredito que sim !!!!!!
Vamos ser críticos, mas nunca ingratos, com quem tanto nos deu.
Estou ainda à espera de confirmação, para 2 bilhetes, adorava ir ao hóquei logo. Temos que apoiar esses brilhantes rapazes. Abraço Ultrasfcportomatosinhos.

Cristiano Moreira disse...

Tal como se previa o FC Porto foi aniquilado. Só tenho medo do que ainda aí vem.
Deixo-vos a minha análise: http://sectorofensivo.blogspot.com/2010/03/repost-nao-havia-necessidade.html

Um abraço.