quarta-feira, 7 de abril de 2010

PEC

Previsões
Especialmente
Complicadas

A nossa crónica de hoje vai abordar o tema das eleições na LIGA e as consequentes alterações que podem (ou não) surgir no seu seio. Refiro-me à possibilidade, cada vez mais forte, da FPF não cumprir ainda esta época, a disposição de adequar os seus estatutos ao novo Regime Jurídico das Federações Desportivas, resultando daqui que a Arbitragem e a Disciplina das competições profissionais, ao contrário do previsto, possam continuar na LIGA.

Com a mais que previsível vitória da candidatura do Dr. Fernando Gomes para a presidência, a curiosidade está em saber se, para aquelas comissões não dependentes da Direcção, se vão recandidatar os actuais dirigentes. Enquanto que o desgaste do Dr. Ricardo Costa é por demais evidente, (note-se como meteu os pés pelas mãos na entrevista a Ana Lourenço), o senhor Vítor Pereira parece, ainda, gozar dum estatuto de impunidade alicerçado na boa imprensa que sempre teve. A entrevista, curiosamente no mesmo canal televisivo da primeira, emitida no programa DIA SEGUINTE com o evidente propósito de lavar a imagem, culminou com a disponibilidade de Vítor Pereira para ocupar qualquer cargo coordenador e/ou formador da estrutura federativa. Depois das trapalhadas com a política das nomeações num dos anos onde existiu maior contestação à arbitragem com os sucessivos erros dos seus formandos, a “oferta” é, no mínimo, estranha.

De acordo com o protocolo FPF/LPFP estabelecido em 9 de Janeiro de 2006, a Federação “cede à LIGA” (cláusula vigésima sétima) outros personagens importantes: nada mais, nada menos do que os trinta (30) observadores que fazem parte do Quadro de Observadores da 1ª Categoria Nacional, devidamente acolitados (cláusula vigésima oitava) pelos assessores, esses sim, designados pela LIGA. Deste estranho cozinhado, a FPF lava as suas mãos, ficando a LIGA responsável, não só pela formação e nomeações como, ainda, lhe compete proceder aos pagamentos de toda esta gente. Pelo que sabemos do perfil do candidato poderemos ficar descansados que a sustentabilidade financeira da LIGA será um dos seus pontos-chave, não só pelo rigor que se lhe reconhece, como também, através de novas fórmulas e vias de financiamento em estudo. Dos anteriores verbos-de-encher que por lá pastaram 4 anos ficámos, nós, fartos.

Interessante será conhecer qual a política do Dr. Fernando Gomes e da sua, ainda no segredo dos deuses, Direcção, quanto à auto-intitulada “profissionalização dos árbitros” que o anterior executivo, atabalhoadamente, colocou sobre pressão. Se a ideia não parece má de todo (competições profissionais devem ser dirigidas por profissionais), o problema está em clarificar como vão uns senhores que ninguém sabe muito bem quem são (observadores e assistentes amadores), classificar profissionais. No meio disto tudo, a imprensa afecta ao clube do regime, logo tratou de colar o Dr. Fernando Gomes ao Futebol Clube do Porto, ficando nós sem saber, como não o fez em relação ao mandato que agora termina, de cariz vergonhosamente tendencioso.

Por fim, lamentar que o Dr. Hermínio Loureiro tenha “saído à Francesa”, deixando os outros pobres-diabos entregues a si próprios. A tão apregoada “Verdade Desportiva”, slogan doutro senhor que, aos Domingos à noite ajuda a pegar no andor, foi chão que deu uvas. Perdão: Deu um campeonato ao clube da transparência, do rigor e da verdade. A verdade dos 500 milhões de euros do Passivo. Está cumprido o primeiro Desígnio Nacional do Século XXI. O segundo é saber, onde param os submarinos.

Até para a semana.

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