sábado, 19 de junho de 2010

A Guerra dos Empréstimos

O jornalista Fernando Guerra escrevia terça-feira na BOLHA sobre a política dos empréstimos, naturalmente os do FC Porto ao Olhanense, que os do Benfica não são para aqui chamados, o meu clube é que “foge” sempre “à verdade desportiva”! Curiosamente o clube do senhor jornalista era dos 3 grandes em Dezembro de 2009 o maior “emprestador”. Os três tinham 50 futebolistas a jogar em 35 clubes, nacionais e estrangeiros mas, o ranking, era dominado pelo Benfica com 24 jogadores cedidos; o FC Porto com 21; e o Sporting com 7

Tirando o facto do senhor Fernando Guerra, na ânsia “bolhista” de atacar sempre o FCPorto, não ter estudado bem a lição, o que interessa analisar é a vantagem ou a inconveniência desta política. Como é sabido os empréstimos resultam do elevado número de jogadores de valor duvidoso que os clubes tem em “stock”, naturalmente motivado pela chegada das camionetas que todos os inícios de época os descarregam às portas dos clubes, incluindo o meu. Depois, como existe um limite para o número de jogadores (cerca de 27/28) que vão compor o plantel de cada ano e apenas uma prova (Taça da Liga) permite ter outros tantos de reserva, os excedentes tem que ser colocados a rodar.

Primeiro problema: Quem lhes paga? Segundo um plano de racionalidade financeira, os clubes acolhedores deviam contribuir com alguma parte dos salários, digamos, pelo menos 50%. Outra solução de compromisso é “tabelar” por escalões de utilização as prestações dos atletas. Se determinado jogador alinhar, por exemplo em 15 jogos, o “aluguer” deve ser menor porque estando em actividade a condição física não se deteriora. Ao contrário, se alinhar apenas em meia dúzia de jogos, o preço deve ser mais elevado. Caso parecido aconteceu com Quaresma que ao alinhar em 10 partidas pelo Inter, deu ao FCPorto um aumento de 1 milhão de euros, negociado aquando da venda dos direitos desportivos ao Inter. Infelizmente dada a precariedade dos recursos financeiros dos restantes clubes do nosso campeonato, não resta senão, ceder os atletas de graça.

Segundo problema: Pode/deve, um jogador emprestado, jogar contra o clube de origem? Como se sabe, na actual legislação, não é permitida a inclusão de cláusulas condicionantes à não utilização do jogador. Contudo, como diz o outro, “podemos fazer a coisa pelo outro lado”. Uma “arreliadora e inesperada lesão” ou “a súbita má forma” são boas desculpas para manter o atleta “resguardado” de maus vícios, leia-se, marcar algum golito ao clube que lhe paga.

Terceiro problema: Custos com pessoal. Uma das contas que mais eleva as despesas dos clubes. Por vezes, os contratos prolongam-se por vários anos, os jogadores desvalorizam-se e surge então a tal imparidade, palavrão que significa o prejuízo entre aquilo que se pagou pelo jogador e o que ele, afinal não vai render, a que deveremos somar as amortizações (divisão do preço de custo do atleta, pelo número de meses de duração do contrato). O melhor mesmo deveria ser, analisar quando da chegada da tal camioneta, se o potencial “reforço” tem ou não valor acrescentado para o plantel. Evitavam-se assim situações de excesso de mercadoria nos depauperados cofres das SAD’s.

Até para a semana

2 comentários:

Manifcp disse...

Para os dirigentes," Todos" reflectirem..
Quanto à sua questão:
Acho que nenhum jogador emprestado, devia jogar contra o seu clube de origem...Não tenho a certeza, mas penso que o SR. Pinto da Costa já propôs isto numa assembleia da liga, mas não foi aceite pela maioria de clubes.

Invictus disse...

Sempre com comentarios e analises brilhantes, parabens caro amigo...