Leonor a Matadora

Leonor mais os seus Peões de Brega (uns tipos que abanam a capa à frente do touro), faz questão de passar 2/3 duma página a espetar farpas no Futebol Clube do Porto. Como não lhe damos grandes motivos para críticas, (aqui na Província, não se passa quase nada), a solução é repescar assuntos antigos, “os 30 anos de corrupção”, “o Apito Desafinado” o Padre-nosso que a mim já me esqueceu, falar por falar, desde que seja para dizer mal. Em gíria jornalística chama-se “encher chouriços”. É aquilo que o povo (os seis milhões) gosta, uma permanente tourada

Então no Primeiro Tercio, o de Varas, enquanto o Picador montado num Cavalo Branco espeta a lança no bicho, a Matadora enfrenta o animal com um Capote vermelho. Depois, vem os Peões, os que tentam distrair o touro, os Serpas, os Guerras, os Bonzinhos, os Delgados, que procuram puxar o bicho para o centro da arena. O pretexto desta vez foi a sova que stewards de serviço no Estádio Moses Mabhida em Durban levaram da polícia local por terem ousado protestar contra o facto de não lhes ter sido pago o cachet pelo valor acordado. Então a Senhora que pelos vistos não percebeu nada do que se passou no Túnel da Luz, vem dar uma alfinetada no nosso HULK só porque este afirmou à imprensa brasileira que tinha sido “uma situação, armada, uma situação combinada”, afinal aquilo que toda a gente em Portugal percebeu, menos o defunto presidente da Comissão Disciplinar da Liga. Engraçado é que a própria Senhora reconhece mais adiante a pronta reacção da FIFA, expressa em comunicado, de “prescindir dos Stewards nos jogos a realizar em Durban e na Cidade do Cabo, e entregar a segurança à Polícia local”.

Chega o Segundo Tercio, o de Bandarilhas. Aos gritos de olés os pasquineiros espetam as Bandarilhas nas costas do HULK. Na tourada do túnel o Sandro devia ter sido condecorado no dia 10 de Junho “por relevantes serviços prestados à Pátria na prossecução dum desígnio nacional”. É destas lides que a Toureira gosta. Já gostava da protagonizada por Vale e Azevedo. Aquilo é que era um homem, rasgar os contratos nas ventas do Oliveira! Infelizmente, o mundo dá muitas voltas e, como dizia o Vasco Santana, “por cada volta que dá, mudam as faces das coisas”. Ainda os papéis escorriam pela cara do patrão da TV Cabo e já lhe estavam a cravar mais um Ferro: a renovação do contrato para as transmissões televisivas por mais uns aninhos o que, se não chegou para pagar as dívidas à Somague nem à Britalar, chegou pelo menos, para comprar o Makukula.

O último Tercio da croniqueta, o Tercio de Muleta, serviu para atacar Carlos Queiroz. Mais bravos e Olés, a Toureira usa a capa para desgastar o Seleccionador. É uma questão de honra. Então o homem teve a ousadia de não incluir nos primeiros 23 seleccionados, o Ruben Amorim, o Carlos Martins, o Quim e o Nuno Gomes?! Isso faz-se? E vejam lá o que a Matadora na sua fina ironia diz sobre o jogo com a Costa do Marfim: “o Queiroz sentou Simão Sabrosa nos primeiros 50 minutos, para conseguir o mais fácil de fazer que é tirar Danny”. Para a Toureira, o Simão ainda é do Benfica, como o Nuno Gomes e o Quim. Bem sei que o Nuno agora anda mais pelo estrangeiro a vender kits mas Leonor, como eu, deve achar que ele ainda pode fazer mais uma época, ganha demasiado dinheiro para ficar sentado no banco. Sobre o Quim, acho que Jesus abandonou um filho e Queiroz não o adoptou. Tudo isto se passa, não no Campo Pequeno mas numa página que a BOLHA ainda permite à Senhora manter. No final do dia, deu duas voltas à Redacção e saiu em ombros.

PS – Com a devida vénia ao Mística, gostava de dedicar esta crónica, á Família Tavares.

Até para a semana