Quando se fala de Fair-Play financeiro, dá-me vontade de rir. Desta vez o herói da nossa crónica é o Sheik Mansour que entre várias tropelias contratuais atirou-se agora ao pobre do Kun Aguero, ofereceu 43 milhões ao Atlético, aproveitando para esfregar nas ventas do senhor Platini mais uns dólares encharcados de petróleo. Engraçado, também, o comentário do nosso ex-treinador:
“André Villas-Boas considera que o poder financeiro do Manchester City dá ao clube uma vantagem em relação aos concorrentes directos em Inglaterra. O técnico do Chelsea comentou a contratação de Aguero, por um valor a rondar os 45 milhões de euros, dando-a como exemplo do desequilíbrio que se verifica na construção dos planteis.”
Tirando o facto de que poderíamos dizer o mesmo em relação a treinadores que quando lhes cheira a cacau, também se transferem, há “outros” concorrentes directos aos potes de dinheiro da Europa, por exemplo, Futebol Clube do Porto perante o Arsenal ou, Guimarães frente ao Barcelona que são prejudicados. O bitaite do Senhor Villas-Boas (olha quem fala!) deixa de ter sentido e aproxima-o dos inefáveis cómicos que mandam na UEFA ou dos que, por cá, nas nossas queridas Televisões, acenam com as utópicas fantasias das “Casas das Transferências” e outras idiotices.
Mas, vamos lá analisar o que este Sheik tem andado a fazer. O homem é dono dum tal Abu Dhabi United Group que em 2008 comprou o Manchester City, parente pobre do famoso Manchester United. De então para cá, as performances desportivas do clube, nem sempre corresponderam ao investimento efectuado. Assim, na época 2008/2009 gastaram quase 150 milhões de euros em 10 jogadores, o mais famoso dos quais Robinho, mas não conseguiram melhor do que o 10º lugar. Na época seguinte, lá foram mais 140 milhões, 8 jogadores e um 5º lugar. No ano passado, toma lá mais 155 milhões, 6 jogadores, um 3º lugar e a Taça de Inglaterra. Para esta época, já gastou 63 milhões dos quais, 43 com o Aguero, o que ficará a ser a segunda mais cara contratação de sempre.
Há cerca de 1 mês tinha ameaçado comprar o nosso (do Real, entenda-se) Cristiano Ronaldo, e agora ataca forte a Premier League e a Champions onde tem acesso directo por via do 3º lugar. Quando no primeiro parágrafo chamei “pobre” ao Sergio Aguero, apenas queria dizer que será o principal alvo (interno e externo) a abater pelos seus inimigos se a estratégia do Sheik falhar. Interessante ver que Florentino com um Passivo próximo da nossa “instituição” também foi mendigar à porta dos Árabes.
Nestas histórias de “galácticos” é sempre importante recordar o que foram as épocas da primeira leva de atletas de nomeada para o Real de Madrid, o clube do regime do lado-de-lá da fronteira que podemos comparar com o do lado-de-cá, sem grandes resultados à vista (em 10 anos também só venceram dois campeonatos). Para completar as semelhanças a Câmara, naturalmente, A Bem da Nação, até lhes comprou uns terrenos que lhes tinha oferecido para, mais tarde, os voltar a entregar de borla. O “Kun Aguero” deles foi Cristiano Ronaldo, comprado por 94 milhões de euros (!) e que apenas lhes “rendeu” uma Copa do Rei e uns castigos ao senhor Mourinho.
Até para a semana.
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