2 Vitórias depois

Depois das duas importantes vitórias que o Futebol Clube do Porto alcançou e que colocam os Dragões na liderança do Campeonato e com algumas possibilidades de passar á fase seguinte da Liga dos Campeões, sente-se um certo alívio entre as hostes Azuis e Brancas. Há quem diga que o Campeão está de volta e há também quem insista na tecla da hedionda e tenebrosa Crise.

Falando por mim e só por mim, não alinho na tese cor-de-rosa e muito menos me revejo no quadro negro da crise. E isto porque no Dragão assisti, ao vivo e a cores, a um FC Porto que oscila entre o domínio e o consentimento absurdo e entre o querer vencer e o querer deixar o tempo passar.

Não estou com isto a querer criticar o treinador Vítor Pereira nem a querer desvalorizar estas importantes conquistas do Dragão. Eu sempre dei o benefício da dúvida a VP e seus pares apesar de sempre lhes ter apontado alguns defeitos. E mantenho esta posição sendo que no final da Temporada farei todas as contas e justas avaliações ao trabalho de quem comanda a nau Azul e Branca. Outra qualquer postura da minha parte seria irracional e pouco recomendável. Mas isto não me impede de dar conta de certas situações que mostram que no Reino do Dragão nem tudo está bem.

Confesso que não percebi o porque de Vítor Pereira ter tirado Defour quando o meio campo Portista estava a carburar de tal forma que os Bracarenses só viam a grande área de Helton bem de longe. Ainda não percebi porque razão os Jogadores do Futebol Clube do Porto não aguentam uma partida de 90 e poucos minutos nas pernas. Preocupa-me a falta de respeito que o jovem James teve para com o treinador quando foi substituído. O actual plantel do FC Porto é desequilibrado, caro, indisciplinado e em Janeiro vai ser pior quando vier os Sr. dos Milhões e das Comissões. Existem Jogadores que estão descontentes no Clube e que querem sair. E por aí adiante.

Resumindo, o facto de o Presidente Portista ter dado um murro na mesa para que os Atletas voltassem a dignificar e a respeitar a camisola que vestem não é suficiente para se dizer que está tudo bem e agora é que vai ser. Não podemos alinhar nesta perigosa ilusão. Porque se alinharmos neste jogo o mais provável é mais tarde estarmos todos a protestar porque o FC Porto perdeu e lá estaremos todos numa nova caça às bruxas e a fazer cenas ridículas á porta do estádio.

Diz o Povo na sua imensa sabedoria que “nem tanto ao Mar nem tanto á Terra”. Ou seja, não vamos alinhar no discurso fácil de que tudo está bem e que o Vítor Pereira é o maior nem tão pouco deveremos traçar quadros catastróficos. A cegueira nunca foi boa conselheira.