quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

El Comandante lidera a Revolução.

El Comandante voltou e parafraseando Luís Freitas Lobo (das poucas vezes nos últimos tempos em que de facto concordei com algo que dissesse) e foi como se nunca tivesse partido… Tamanha a naturalidade como entrou em campo e assumiu as rédeas da equipa como outrora. Lucho encantou e dissipou qualquer tipo de dúvida sobre as suas capacidades mal passou o teste do algodão no futebol… a bola.

Essa nunca se engana. E quando ia parar aos pés de Lucho e saía dos seus pés, levava outra dinâmica e ganhava outro encanto. Lucho transformou o jogo do Dragão. Não se limitou a galvanizar as bancadas com o seu toque de bola perfumado e a classe a cada movimento, mas também deu a liderança dentro do campo que a equipa tanto precisava, mesmo sem braçadeira… Isto numa semana em que tanto se debateu a questão da braçadeira e de quem é que deve ter para liderar… Lucho não precisa. É um líder. Puro e simples. Liderança por exemplo. Quando entra em campo, colegas e rivais respeitam-no. O futebol tende a ter uma espécie de reverência perante estes predestinados e Lucho é um deles.

Não deixei de ver o regresso de Lucho com um sorriso no cara, pelos motivos óbvios de ver regressar um símbolo mas por muitos outros… Lembrei-me de todos os comentários que li, todos os cronistas, todos os amigos e conhecidos portistas e não portistas que, de certa forma, tentaram relativizar a importância deste regresso e se descentraram da importância que Lucho ainda poderia ter no campo. Muitos queriam acreditar que chegaria ao Porto um Lucho acomodado, pronto para um final de carreira tranquilo, um Lucho sem a mesma chama que aquele que tinha deixado o Dragão para ir ser campeão também em Marselha.

O que se viu deve ter calado muitas bocas. Um Lucho concentrado, totalmente identificado com a equipa, com as suas necessidades. Um Lucho solidário e inteligente, a assumir o controlo, a procurar o jogo, a pedir a bola e a comunicar com os seus colegas através da bola. Com constantes tabelinhas, com passes de ruptura, com toques simples e eficazes, jogando e fazendo jogar.

Lucho no entanto não passeou apenas a sua classe. Demonstrou generosidade na hora de defender e foi visto a fechar a meia direita, a pressionar, a fazer faltas para recuperar a bola se preciso.

Lucho foi o líder da revolução que foi o jogo do Porto. Vítor Pereira talvez por se tratar de jogo da taça da liga e também vergado à obrigação de ter que proceder a alterações no próximo jogo, cedeu e fez uma série de concessões há muito desejadas pelo mais comum dos adeptos. Finalmente tivemos Danilo a lateral direito. Mais importante do que finalmente termos Danilo a tempo inteiro, foi termos um lateral direito a tempo inteiro.

Juntando a isso uma nova configuração do meio campo com a entrada de Lucho e a saída de Defour. Defour é um Moutinho versão low cost. O meio campo do Porto com ambos a percorrerm os mesmos espaços tornava-se, cada vez meio, um meio campo pouco criativo, pouco dinâmico, sem ideias… um meio campo que truncava o jogo da equipa. Juntando esta falta de versatilidade do meio campo à falta de profundidade do jogo pela direita pela exasperante aposta de Maicon a lateral direito… tudo isto tornava o jogo do Porto chato, previsível, aborrecido para o espectador e muito dependente de lampejos individuais.

Era raro ver alteração de jogo de um flanco para o outro. O Porto atacava de forma manca e como o meio campo não funcionava, acabava por se assistir a uma tentativa de jogo directo para o ataque. A vontade de aproveitar os extremos e a falta de apoio na direita do ataque para combinações, fazia com que o jogo não fosse cozinhado a meio campo através da posse e que a bola não chegasse ao meio campo… A bola simplesmente passava pelo meio campo. Sem critério. Tentando-a colocar no ataque, mas sem dinâmica, com passes desmedidos e sem apoio para combinações.

Lucho iniciou a revolução no jogo da equipa. Na 1ª parte com 2 ou 3 passes de ruptura de grande qualidade, demonstrou o potencial ofensivo que esta equipa pode ter se tiver um elemento capaz de ligar o jogo da equipa e ao mesmo tempo aparecer em zonas de finalização (assim conseguiu Lucho um golo de belo efeito). Lucho é médio mas assume o papel de 2º avançado nos momentos ofensivos da equipa e tem um sentido de posicionamento tremendo, colocando-se sempre na zona certa para oferecer uma 2ª linha de tiro no momento de finalização.

Lucho foi a peça chave que faltava no puzzle do jogo colectivo do Porto. Juntou-se à segurança de Fernando na cobertura defensiva e à dinâmica do vaivém João Moutinho, a classe de um comandante que não pede licença para comandar. Faz disso uma forma de ser e estar em campo. A equipa respira de outra forma com a sua presença. Lucho permite que João Moutinho jogue de uma forma bem mais solta e alegre. Não leva mais o peso da condução ofensiva da equipa nos ombros e pode ser simplesmente João Moutinho sem ter que ser o centro de todas as atenções. Lucho não se importa de arcar com essa responsabilidade e liberta-lo e, assim libertar o melhor João Moutinho.

Foi um regalo para a vista ver finalmente ambos os laterais do Porto a subir. Foi das primeiras vezes esta época que vimos o Porto a atacar mais pelo lado direito sem se dever simplesmente ao efeito Hulk. Vimos de facto combinações ofensivas a 3 toques, bola metida pelo lateral no meio campo, jogada processada no meio e passe de Lucho para uma tabela entre o extremo e o lateral. Algo impensável com Maicon a desenrascar na direita.

Vimos Danilo e Alex Sandro a ganharem a linha de fundo várias vezes. E a levantarem a cabeça e a terem soluções claras para cruzamento, quer com Janko no meio quer com o aprecimento de Lucho numa segunda linha. Coisa rara de se ver este ano no Dragão. Vimos os extremos finalmente com oportunidade para combinarem e fazerem tabelas com os laterais e assim não terem que assumir tanto o risco da jogada individual. Vimos um Porto mais ofensivo, mais mandão. Sem medo de correr riscos.

Um Porto sem adaptações no centro do ataque. Com um jogador metido na área e não com um extremo perdido no seu posicionamento. Vimos um Porto que mostrou aos adeptos, que finalmente vale a pena pagar bilhete para ver esta equipa jogar, liderada pelo El Comandante. Um Porto que com esta consistência técnica, táctica e mental nunca teria empatado em Alvalade nem perdido da forma como perdeu com o Gil.

Será demasiado tarde? Só o tempo o dirá… Mas que este Porto, com Lucho ao leme, com Danilo a voar pela direita e com o esperado regresso de Hulk e a inclusão em definitivo de James no onze, promete pelo menos assustar o Benfica e fazê-lo olhar várias vezes para trás, sabendo que ao mínimo deslize esta equipa pode ainda fazer muitos estragos esta época, lá isso promete. Mesmo com Vítor Pereira como treinador… Basta que VP deixe-se de protagonismos e assuma o óbvio e solte as rédeas deixando que no campo Lucho lidera esta equipa. Que solte o lado direito com Danilo. Que deixe de parte a aposta no esforço inconsequente de Cebola Rodriguez e que aposte em definitivo no talento explosivo de James.

Que se deixe de adaptações no centro do ataque e deixe jogar um ponta de lança. Que lance o duelo entre Kleber e Janko e que um deles assuma o posto.

Obviamente a formação apresentada pelo Porto com o Setúbal poderá não ser a mais segura para outro tipo de jogos. Obviamente que Danilo e Alex Sandro são ainda talentos nas laterais que têm que aprender como se defende no futebol europeu. São mais extremos que defesas direito e esquerdo. Falta o equilíbrio certo para serem laterais que é o que se espera.

Não acho que o facto de termos Alvaro Pereira deva obrigar a equipa a abdicar de atacar pelo lado direito. Pelo contrário. É possível ter dois laterais ofensivos. É tudo uma questão de organização e de cada um saber que quando sobe um outro tem que ficar. Ter dois laterais ofensivos dá mais soluções à equipa e torna o seu jogo ofensivo mais imprevisível e difícil de suster pelo adversário.

Danilo é um excelente reforço. Nasceu no meio campo mas pode-se tornar num lateral de eleição e ser mesmo o futuro da selecção brasileira. Para isso precisa de passar pelo mesmo que passaram Daniel Alves ou Maicon ou Marcelo do Real Madrid. Período de adaptação, aprender as rotinas defensivas do futebol europeu, aprender a defender por dentro, movimento defensivo no qual Danilo apresenta mais limitações.

No Brasil os laterais têm muito poucas responsabilidades defensivas. São mais extremos do que defesas. Por isso há uma série de movimentos que Danilo não domina ainda… Não por falta de qualidade ou capacidade para os dominar, mas simplesmente porque são novos problemas e novas questões tácticas que lhe são colocadas pela primeira vez. Isso trabalha-se no treino, mas só o treino não chega. As rotinas e a capacidade também para pensar mais rápido e executar mais rápido e a capacidade de racionalizar o processo ofensivo e a transição defesa- ataque e como gerir a escolha no momento da recuperação da bola, é algo que vem com o tempo de jogo. Com o método da tentativa-erro.

Danilo tem uma compleição física e uma capacidade técnica e táctica que o tornarão um excelente lateral se lhe deram a oportunidade de errar e de melhorar de jogo para jogo. Dominando esses processos e tornando-se num lateral no sentido europeu do termo, ele pode-se tornar num caso sério até porque ainda tem a vantagem da altura que tem o que o tornará importante nos momentos defensivos e no jogo aéreo no apoio à dupla de centrais.

Vale a pena correr esse risco ? Ou devemos ir mantendo um central adaptado? Acho que temos mais a ganhar com o risco na aposta no jovem Danilo mesmo que ele possa não dar a segurança defensiva de um defesa direito, do que perder devido à sua necessidade de se adaptar às exigências tácticas do futebol europeu… Em 90% dos jogos que o Porto vai efectuar, o Porto terá que ter o domínio do jogo, verá equipas a fechar muito bem todos os espaços e só será possível criar desequilíbrios através da subida dos laterais. Não apenas do lateral esquerdo mas também do direito. Ser capaz de mudar o jogo, de bascular colectivamente e não deixando 3 ou 4 jogadores para trás e desligados desse processo. Na maior parte dos jogos, o Porto necessitará de laterais que passem mais tempo para lá da linha do meio campo do que propriamente no espaço defensivo.

Mais vale Danilo ir aprendendo em competição as melhores formas de defender quando o Porto perde a posse, e aproveitar a sua excelente capacidade técnica para dar profundidade ao jogo portista, do que pura e simplesmente deixar esquecido o flanco direito da equipa ou entregá-lo exclusivamente a um extremo. O facto de um lateral não subir não atrapalha apenas um sector do terreno. É capaz de encravar todo o jogo colectivo.

Assim, no meu entender, Danilo é para manter visto que VP despachou todos os laterais de raiz e chegou a hora do Porto lançar todos os seus trunfos e não se deter em medos ou receios. O tempo para cautelas já se esgotou. Chegou a hora de atacar primeiro e perguntar depois. Chegou a hora da revolta. Não uma revolta anárquica… uma revolta que devolva à equipa automatismos, um modelo de jogo mais definido, um futebol mais esclarecido e que seja claro para tudo e todos quem (co)manda. Lucho fará com que João Moutinho, Danilo, Alvaro Pereira, Kléber, Hulk, James e companhia cresçam individual e colectivamente. É isto que distingue os grandes jogadores. Não é apenas aquilo que eles brilham, é a capacidade de se preciso se esconderem entre sombras para dar luz total aos seus colegas de equipa e quando as coisas não estão a correr bem, não ter medo de serem os primeiros a aparecer em jogo e a pedir a bola quando ela parece estar a ferver.

Lucho no seu jogo de re(estreia) encantou até pela forma como foi capaz de encontrar espaços que outrora nem os receptores desses passes julgavam existir. Foi como se a equipa expandisse a sua visão periférica. Na 2ª metade mesmo quando as pernas começavam a acusar cansaço, vimos outro lado de Lucho. A inteligência táctica acima da média. A forma inteligente e elegante como se sabe colocar em campo e ler o jogo primeiro que todos. Sem necessitar de dar nas vistas ou de grandes correrias, sabe onde se colocar para fechar linhas de passe ao adversário, sabe quando deve sair na pressão, quando deve esperar pelo erro do adversário, sabe onde se colocar para receber o passe logo na 1ª fase de construção e o seguimento a dar à jogada. Sabe pautar o jogo, quando o jogo deve acelerar, quando a equipa deve parar e respirar e descansar com bola.

Um jogador inteligente e que não precisa de preciosismos técnicos para ser um craque. A bola dos seus pés sai sempre redondinha como se diz na gíria, ele não sabe o que é mal tratar a bola. E quando não a tem, Lucho é um manual de táctica em movimento. Um jogador que na televisão se destaca pelos passes de ruptura, mas acima de tudo é aquele tipo de jogadores que é obrigatório ser observado ao vivo para que se possa perceber a sua verdadeira categoria.

Para ver os movimentos dele e estuda-los. Aqueles movimentos que a câmera de televisão não apanha, quando a bola está longe, ver a forma elegante como Lucho se sabe posicionar e como lê o jogo como ninguém. É o jogador que qualquer treinador sonha poder ter em campo. É um jogador que lê o jogo e pensa na equipa e para equipa como se de um treinador se tratasse. Vê o jogo que nenhum outro jogador em campo vê. É como pudesse ver todos os movimentos tácticos em campo observando da bancada superior. É uma delícia observar Lucho em campo e acho mesmo que é um exemplo de classe e inteligência táctica em movimento que deveria ser observado e admirada por todos aqueles que amam a pureza do jogo e que gostam de perceber como é que um colectivo funciona dentro de campo e como tacticamente um jogo se desenrola.

Assim para todos os descrentes nas capacidades de Lucho, já ficou a 1ª amostra do muito futebol que Lucho ainda tem para dar… O Porto não recebe um Lucho com 34 anos com pouco gás e vivendo apenas de lampejos… Não recebe um mago que tem que ser gerido com pinças e que necessita e muito da sua capacidade de arranque porque precisa de transportar a bola. Lucho não corre com a bola nem precisa. Lucho sem ninguém reparar apodera-se do meio campo, faz dele o seu domínio, dá as coordenadas e faz toda a equipa jogar. É este tipo de jogador que Lucho é. E um jogador com estas características ainda tem uns bons 3 anos de grande qualidade para oferecer. Tal com Veron, Hagi ou Riquelme é um jogador que se quiser e não tiver azar com as lesões pode jogar até muito tarde e sendo sempre influente na manobra de uma equipa.

Para terminar, devo salientar que o bom futebol voltou ao Dragão. Assistiu-se um jogo mais colectivo, mais feito de tabelinhas, de jogadas com a participação de vários elementos. O meio campo voltou a funcionar, as alas ganharam novo poder… sobra o centro do ataque.

E o pinheiro Janko? Marcou na estreia, o que foi bom para a sua confiança. É cedo para tirar conclusões de um jogador que chega a um novo campeonato, mas uma vez mais reafirmo que não é de um avançado com estas características que este Porto precisa. O Porto não precisa de um finalizador que fique simplesmente metido entre os centrais. O Porto precisa de um avançado que funcione mais como pivô. Que tenha qualidade técnica para segurar a bola, que saiba jogar de costas voltadas para a baliza e que seja mais um a participar no processo ofensivo da equipa e não que seja apenas o jogador de último toque. Até porque com extremos como Hulk ou James, os golos não ficam tão dependentes de um ponta de lança e seria, assim, interessante que eles tivessem um avançado com quem pudessem combinar.

Um avançado capaz de não ficar apenas colocado entre os centrais… Um ponta de lança capaz de descer no campo, de arrastar os centrais com ele e assim abrir espaços na defesa. Janko é mais um jogador de área. Um jogador de último toque e que exige a que a equipa se adequa às suas características. Não me parece que seja isso que o Porto necessite neste momento.

Quando jogue Janko haá alternativas para o municiar. Com dois laterais ofensivos, é possível assistirmos Hulk e James ou Varelas a fazerem movimentos interiores combinando com os laterais e permitindo assim que Danilo e Alvaro Pereira possam cruzar para Janko. Temos ainda a capacidade de Lucho aparecer em zonas de finalização e podendo aproveitar os estragos que Janko possa causar nas alturas. É de saudar a existência de mais uma alternativa para o centro do ataque. Pode até ser um jogador interessante para dar luta a Kléber e fazê-lo, assim, sair do seu casulo e mostrar todo o potencial que sabemos que tem.

Kléber bem trabalhado, com confiança, mais concentrado e aguerrido, pode ser esse sim o avançado que melhor encaixa no modelo de jogo do Porto. Pode ser que o pinheiro Janker possa ser o empurrãozinho que Kleber necessitava para mostrar as suas garras e elevar o seu jogo para outro patamar.

Pede-se a Vítor Pereira que solte o potencial desta equipa. Que à equipa deste último jogo que junte: Helton, Rolando, Otamendi e Hulk. Que faça regressar à titularidade James e Alvaro Pereira e que deixe definitivamente de lado a adaptação de Maicon a lateral direito. Com esta “nova” equipa, é possível acreditar que o Porto ainda possa deixar um impacto forte esta época quer na liga portuguesa quer na liga Europa.

Que comece então a Revolução no jogo colectivo desta equipa...liderada pelo grande El Comandante Lucho Gonzalez.

10 comentários:

P. Ungaro disse...

Boas,

Ja muito se falou de Lucho ... a CS sempre mal, alias como é habito nos pasquins ... os portistas ao rubro com a ilusão de um salvador de balneario ... mas a minha analise, apaixonada, primeiro fez-me sorrir ... um jogador, argentino, que abdica de mais de metade do salario, com 31 anos que não se deixa estar ou que não quer voltar á terra de origem e acabar no River ??? fez-me sonhar outra vez ... quando tinhamos jogadores que amavam a camisola e o clube, como o Baia ... o Bicho ... O Paulinho ... o Domingos ... o João Pinto ... o André ... o Gomes ... o Rodolfo ... (quase todos que agora jogam no Porto Vintage) só para mencionar alguns de muitos que em tempos idos vestiam a camisola como uma segunda pele, e é isso que tornou o Porto grande, e que nos tornou Portistas de alma e coração.
Lucho é um caso á parte nos dias que correm, como toda a gente sabe não queria sair ... tinha comprado casa nesse verão ... mas para a "empresa" Porto era um negocio apetecível, e para o jogador quadriplicar o salario convinhamos que não era mau, e eu apesar de me custar compreendi.
Mais do que a exibição de Domingo, mais do que o fabuloso golo que marcou, Lucho Gonzalez é PORTO ... é alguem que ainda me faz recordar como começou a minha paixão pelo Porto, o que era ser jogador deste grande clube ... do que é sentir o clube incondicionalmente (como eu o sinto) sem olhar a dinheiro ou status.

Bem vindo Lucho !!!

Um abraço

http://fcportonoticias-dodragao.blogspot.com

Ricardo Costa disse...

Obrigado pelo excelente comentário @P. Ungaro. Subscrevo na íntegra o teu comentário.
Um abraço.

Pedro Silva disse...

@ Ricardo Costa

Vou colocar o meu comentário por partes.

Lucho: Sobre este jogador subscrevo na totalidade o que escreveu o nosso amigo P. Ungaro.

Pouco mais há a acrescentar. Apenas lanço um grande apelo para que esta tal euforia não chegue a tal ponto que num dia mau do Argentino os Adeptos comecem a desatar aos insultos ao Jogador pois ele é um enorme Atleta mas não é o Salvador da Pátria.

Danilo: Ao contrário de ti, eu não faço de um Jogador um Jogador de Top só porque o Marketing Brasileiro o promove ou porque o Jogador costuma ser convocado para a Selecção do Brasil.

O Brasileiro PARECE ser um Jogador interessante. Ataca bem e levanta a cabeça antes de fazer o cruzamento. Tem técnica e parece ter um bom físico.

A atacar tem estado bem desde que começou a jogar de Azul e Branco. Falta saber como vai estar na hora de defender pois como todos vimos o moço sobe muito e esquece-se de defender e isto pode ser fatal para o FC Porto.

Eu não sou apologista desta ideia de que o FC Porto pode jogar com dois defesas laterais muito ofensivos. Tal é possível quando o Fernando está presente. Quando o Polvo não pode jogar tem de ser o Pereira ou o Danilo a ter de ficar atrás para evitar um contra ataque perigoso e desta forma o jogo do Dragão volta a ficar coxo.

Já sei que vais dizer que não e que a tua visão é que conta, mas eu também tenho uns anitos de Futebol apesar de não ter o diploma de Treinador.

Janko: Não gostei. Para mim este Jogador não fez nada que o Kléber não tenha feito até á data.

Para meter golos em que se encosta o pé já bastava o Kléber. Não era preciso ir buscar um pinheiro para este tipo de coisas.

A vantagem do Austríaco está na sua experiência e força física. De resto é um Jogador banal. Venham mais jogos para o avaliar melhor.

Aquele abraço.

Ricardo Costa disse...

Amigo @the blue one, vamos por partes:

1º O Lucho. Eu nunca disse que ele é o salvador da pátria.É mais um para ajudar.Mas é um mais um que vale muito dentro e fora do campo. É um líder, e possivelmente o melhor médio da Liga.Ninguém tem a classe de Lucho. É difícil encontrar no mercado jogadores desta classe e a custo 0...Depois é portista de coração. Sente o clube. Devolve algum romantismo a algo que se vê cada vez mais como um negócio.
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2º O Danilo. Eu não me deixo levar por markting nenhum. Eu conheço bem o Danilo. Vi vários jogos dele,não só no Mundial sub-20 e também no Santos.Principalmente na Libertadores que é a prova mais exigente da américa do sul.Bem mais exigente que um mundial sub-20. Basta dizer que o Brasil é campeão mundial sub-20 tudo com jogadores da liga brasileira...
Eu não fujo às limitações de Danilo a defender. Como disse,é natural. Todos os laterais que venham do Brasil passam por esse período de aprendizagem nas funções defensivas. No entanto, o Danilo não aprende ficando no banco. Aprende jogando. E assim sendo o Porto tem mais a ganhar com ele no campo a dar profundidade ao flanco direito, do que com m central adaptado a lateral.
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E é possível ter dois laterais ofensivos. Fucile e Alvaro eram ofensivos e jogaram juntos. Tem é que haver é rotinas na equipa para que cada um saiba quando subir e quando ficar. E depois há o factor Fernando que pode equilibrar a equipa.
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Prefiro que o Danilo vá aprendendo mesmo cometend algns erros mas que vá dando profundidade ao flanco...do que ter um central amarrado à direita e deixando o processo ofensivo da equipa previsível e encravado.
E isto não tem nada a ver com diplomas.São opiniões. Esta é a minha. A tua é tão respeitável como qualquer outra.
Eu acho o Danilo um excelente reforço e passa também por ele o click necessário para o crescimento da equipa liderada pelo Lucho.
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3º o Janko. Acho precipitado e até algo preconceituoso estar já a desvalorizar o Janko. Até porque dentro das suas características ele fez um bom jogo. E não foi só encostar.Ele demonstrou bom posicionamente na área e ia marcando um bolo golo de cabeça. Vê-se que é matador.Jogador de área.
O que eu acredito é que o Kleber motivado, confiante e a sentir a concorrência do Janko,pode também ele beneficiar com isso e aumentar a sua intensidade de jogo.
O futuro do Porto poderá ser o Kleber. Só depende dele.
Mas era fundamental ter uma alternativa para o ataque e o Janko vem preencher essa lacuna.
É um ponta de lança com pouca mobilidade e qe exige outro tipo de jogo para ser bem aproveitado. Daí que A. Pereira e Danilo poderão encaixar mt bem juntos para cruzarem bolas para o Janko.
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Kleber tem outras características.
Só é bom para o clube poder ter mais opções. Não se podia era continuar com Hulk adaptado no centro do ataque. Hulk tem que voltar à direita e no meio deve jogar um ponta de lança de raíz. Que se deixem os dois competir pelo lugar.Quem apresentar mais rendimento joga. Janko ou Kleber.
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Na Liga Europa terá que ser Kleber.
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abraço.

Pedro Silva disse...

@ Ricardo Costa

Permite-me que deixe aqui alguns pontos breves para encerrarmos esta conversa.

1) "Eu nunca disse que ele é o salvador da pátria."

Eu não escrevi nada disto. Estou de acordo quando afirmas que o Lucho é para dar uma enorme ajuda.

Mas isto não me impede de alertar para uma certa louca e cega euforia que se instalou entre os Adeptos do FC Porto que hoje adoram o Argentino e que amanhã estarão a insulta-lo caso ele não tenha um bom jogo nos duplos confrontos com o Benfica por exemplo.

2) Posso ter sido eu que percebi mal, mas tu defendes (e até com alguma razão) que um Jogador só evolui e melhora se jogar com regularidade, mas quando te referes ao Kléber já entendes que este deve medir forças com o Janko nos Treinos e não jogando?

Se for este o teu raciocínio como poderá o Kléber alguma vez evoluir quando tem forçosamente de perder o seu lugar para um Jogador que ainda não vi fazer nada de especial?

3) E último ponto, eu não queria entrar no campo das comparações, mas se pusermos a Libertadores ao lado da Champions vemos que a Competição Sul-americana é uma anedota pegada.

Não será por ai que podemos retirar uma real avaliação das capacidades de Danilo. Isto vamos vendo jogo a jogo e não pelo que este fez no País onde se "brinca" ao Futebol.

Mais uma vez aquele abraço.

Ricardo Costa disse...

Amigo @The Blue One.
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Sobre o Kleber e o Janko,o que defendo é que eles tenham uma luta pela titularidade. Que ambos tenham hipóteses de mostrar o que valem e quem tiver o melhor rendimento,joga. Tão simples quanto isto. A chegada do Janko é para ajudar a equipa e até para ajudar o próprio Kleber.
Ele não podia ser a única opção e isso estava-se a virar contra ele.
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Com Janko a pressão será menor e Kleber poderá até ter o desafio que precisava para elevar os seus patamares competitivos e assegurar um lugar na equipa.
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Sobre a Liga Brasileira,tenho que discordar. A liga portuguesa também não é propriamente forte. E se formos a ver bem,como achas que qualquer jogador brasileiro ou argentino é contratado? Sendo observado a jogar na sua liga e na libertadores que é o espaço mais competitivo na América do Sul.
Não digo que se compare a uma champions...Mas tu só podes avaliar um possível reforço do mercado sul americano observando o que ele faz no seu campeonato e na libertadores que é a maior prova de clubes naquele continente.
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Se eu não o avaliar por aí vou avaliar por onde?
Como achas que vieram: Lucho,Lisandro, Jardel,Anderson,Fucile,James, Falcao etc...? Observando-os nas suas ligas na América do Sul...É com base no que eles fazem lá que eles são contratados. É a única referência que tens.
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Se depois resultam cá ou não isso depende de vários factores.Mas para analisar Danilo e outros jogadores para contratar para o Porto,tenho que os conhecer pelo que fizeram no seu campeonato e nas competições em que participavam...Se não fosse assim andava a tiros no escuro e não é disso que se trata. Nem ninguém vai a uma selecção como a brasileira por favor...
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um abraço.

Pedro Silva disse...

@ Ricardo Costa

Explicaste tudo e não explicaste nada.

Continuo sem perceber se defendes que o Danilo deve ir aprendendo jogando e que o Kléber deve disputar o lugar com o Janko nos Treinos.

Se defendes mesmo esta posição então eu gostava de saber o que tem o Danilo a mais do que o Kléber para merecer outro tipo de tratamento.

È um facto que o Mercado Sul-americano JÀ FOI RENTÁVEL. Agora só se "pescam" possíveis craques com 18 Milhões de € no bolso. E isto é um exagero.

Existem muitas e boas alternativas a um mercado que está a ficar demasiado caro para se apostar.

O Campeonato Português pode não ser dos mais fortes da Europa, mas pelo menos os Jogadores não apanham uma bebedeira nem participam em orgias nos dias anteriores aos jogos como fazem no Brasileirão. Como te disse, os Campeonatos da América do Sul são uma risota pegada com a Libertadores incluída.

O Brasil e a Argentina já não ganham um Mundial há séculos... Deve ser porque existe imensa qualidade no Futebol da América do Sul. Não deixa de ser engraçado que nos últimos tempos as Seleções Europeias metam ao bolso as equipas Sul Americanas.

Aquele abraço.

Ricardo Costa disse...

@The Blue One, no entanto se fores fazer contas verás que tens mais brasileiros e argentinos a jogar nas liga profissionais portuguesas de que portugueses...Porque será?
.E na champions? Qual é a nacionalidade mais representada?

A Liga brasileira é assim tão fraca? Então como saíu de lá um Ronaldinho,um Kaká,um Maicon,um Jardel, um Anderson etc?
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Tens noção que dos 4 primeiros lugares para baixo os clubes se reforçam com jogadores brasileiros que jogam em clubes pequenos da liga brasileira e muitos até que vêm de clubes de divisões secundárias...
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Não tem nada a ver com selecção.Ai são os onze melhores de cada país.
Falamos de quantidade/qualidade.América do Sul ainda é , de longe, o maior exportador de talento pq lá eles caem das árvores quase e é o mercado que clubes como o Porto podem atacar a tempo de contratar os futuros craques como Danilo quando eles ainda são jovens e dá tempo de os moldar antes de irem logo para um gigante europeu.
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Se fosses olheiro de um clube como é que recrutavas um jogador desse mercado?Se a libertadores e a liga brasileira para ti não contam,como é que os avalivas para os contratares?Pelos treinos?
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Sobre o Kleber e o Janko não devo ter sido demasiado claro,até porque meteste o Danilo ao barulho sem eu perceber mt bem porquê.
O Danilo tem que jogar. Porque é melhor lateral direito que o Maicon,porque o Maicon por muito esforçado que seja não é lateral direito.A equipa encrava o seu processo ofensivo com ele.
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No caso do Kleber,o que eu defendo é que ele deve lutar pela titularidade com o Janko.Não apenas nos treinos.Nos jogos. Haverá oportunidades para ambos e quem o justificar, quem apresentar o rendimento adequado em campo, ganha a titularidade.
Não defendo que Kleber deva ser ostracizado.Acho que ele deve ter oportunidade de jogar tal como o Janko e o rendimento de cada um ditará quem será mais ou menos titular.
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O que me parece insustentável é o Hulk jogar a ponta de lança.Que jogue Kleber ou Janko e que o Hulk assuma a sua posição na faixa direita.
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Já não estou a gostar desta conversa de na Liga Europa o Hulk voltar ao meio...Para mim,na Liga Europa o centro do ataque deve ser do Kleber.
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espero que tenha ficado mais claro a minha ideia.Eu não defendo que o Kleber não jogue.Acho que ambos devem ter oportunidades de jogarem e quem render mais mantém a titularidade.
Essa luta entre ambos só será boa para o próprio Kleber e, acima de tudo, para a equipa.
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um abraço.

Pedro Silva disse...

@ Ricardo Costa

Agora já percebi o teu ponto de vista sobre o Kléber e afirmo que estou de acordo com ele.

Quanto ao que escreveste sobre o facto de no Brasil habitarem craques em todo o lado, eu digo que estás a esquecer-te de um ponto importante: muito raros são os casos de sucesso de Jogadores que saltam do Brasil para um Gigante Europeu.

Por norma os Jogadores são contratados por Clubes de Média Dimensão e depois se ai derem nas vistas são apanhados pelos Gigantes.

Só que a fasquia começa a ficar muito elevada para um Clube como o FC Porto que não tem capacidade financeira para andar a sustentar o Santos por exemplo.

Sobre o Maicon, o que escreves é a tua opinião. Evidentemente que o central joga muito melhor a central e que o Danilo poderá ser um melhor defesa direito apesar de ele não gostar de jogar nesta posição.

Mas dai até me fazeres concordar que o jogo do FC Porto empanava por causa do Maicon vai uma enorme distancia como de Portugal á Capital da Sibéria.

Ricardo Costa disse...

@The Blue One,mas pelos vistos até estamos de acordo.
Obviamente que é raro um jogador sair do Brasil para ser titular num gigante.Quando tentam como fizeram com o Robinho geralmente dá asneira.
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Porquê?Porque na Europa têm que se adaptar a outra realidade social, outros métodos de trabalho e a um estilo de jogo mais rápido e exigente.Não quer dizer que não tenham qualidade.É um futebol diferente e eles têm que passar por um processo de adaptação.
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É aí que equipas como Porto ou Benfica podem lucrar. Somos um país priveligiado para receber jogadores sul americanos pela facilidade na adaptação ao clima,à cltura e também por a nossa liga ser mais fraca que outras.
Aqui eles podem crescer e vão-se adaptando e ainda para mais podem ir jogando a Champions que é uma boa montra.
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Se triunfarem aqui dão o salto.Isto é o ponto de passagem mas tb é a prova dos 9 para esses jogadores.Ou triunfam e dão o salto, ou fracassam e voltam para casa.
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O facto do mercado brasileiro estar a ficar mais caro tem a ver tb com o crescimento da economia brasileira e a capacidade que eles agora têm de encontrar parceiros para manter os seus jogadores e poderem proporcionar ao Neymar por exemplo, o mesmo salário que ele receberia em Madrid ou Barcelona.
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Agora é mais difícil chegar a esses craques. Mas por isso mesmo o Porto e outros têm-se adaptado e agora compram os passes de forma partilhada com fundos de investimento. É a única forma de nos mantermos competitivos.
Não há outros mercados onde possamos atacar,ou pelo menos não são mercados com tanta quantidade e qualidade por onde escolher.
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E ainda bem que agora reconheces que o Danilo é médio.Tinhas aquela teoria da conspiração que tinha sido por causa dele que o Fucile tinha saído...
Já todos vimos que não foi.Até pq o Sapunaru continua encostado e o Maicon continua adaptado a uma faixa...
Foi uma panca do V. Pereira.
O Porto não contratou um lateral direito que pode jogar a médio, o Porto contratou um médio que pode jogar a lateral direito, e isso faz toda a diferença.
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Ele agora terá que ser lateral direito pq o Vítor Pereira criou um problema no lado direito da defesa que não existia.O Danilo é a única solução,visto que o VP tb não conta com o Sapunaru.
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Eu não digo que o jogo empanava.O processo ofensivo sim.Obviamente que empanca, se só atacas de um lado e do outro o lateral não passa do meio campo...Principalmente em jogos contra equipas mais pequenas, o processo ofensivo fica comprometido,até porque ao contrário do Danilo, o Maicon nãpo tem propriamente qualidade de passe e capacidade para ir à linha cruzar...
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um abraço.