quarta-feira, 4 de abril de 2012

Descubra as Diferenças

Eu, como não tenho nada que fazer, devoro tudo o que apanho, desde os folhetos do Continente até ás profecias do Professor Bambo. Até leio o “geração benfica”. Fui observando que os simpatizantes daquele clube não concordam muito com as opiniões dos pasquins vermelhos, já pensam pelas suas cabeças. (1) Esta semana, num excelente artigo, o comentador Bcool publicou noutro blogue mais um desabafo acerca da gestão ruinosa do senhor Vieira (2).

O estado a que chegou o clube é no mínimo calamitoso e as pessoas começaram a perceber. As desculpas “Vale e Azevedo” já não colhem. Para mim, que acompanhei o processo de perto (pelos jornais, entenda-se), acho que o homem perdeu mais dinheiro do que, eventualmente, levou. Se bem me lembro (como dizia o outro), numa entrevista à RTP, José Capristano (à altura chefe do departamento de futebol) quando precisava de dinheiro para pagar o salário aos atletas, ia buscá-lo ao único sítio possível: ao livro de cheques de Vale e Azevedo. O clube, por via dos inúmeros débitos à Banca e ao Estado, não tinha crédito, e as contas estavam congeladas. Todo o dinheiro que “entrava” era depositado na conta do Advogado e depois utilizado para pagar aos fornecedores. Acontece que Vale e Azevedo não estabeleceu, como devia, uma conta-corrente com o clube e, mais tarde, não conseguiu provar que o saldo lhe era favorável. Quando o expulsaram do clube, o Passivo andava pelos 82 milhões. Hoje é 6 vezes maior.

O processo é do conhecimento dos sócios mas tem sido habilmente escamoteado. A expressão “insolvência”, começou a ser utilizada naquela altura, relacionando-a com o clube da águia. Os Activos que possuía não chegavam para solver os compromissos. Mais recentemente, “anexar” o estádio à SAD para subir o Activo é um truque de ilusionismo, ninguém vai comprar um Estádio. Isto não tem nada a ver com “clubismos”. São factos que a História, um dia, se encarregará de ressuscitar.

Mas recordemos como foi:

“Lisboa rendeu-se à magia e à beleza da nova “catedral” da Luz. O novo estádio do Benfica representa mais um motivo de orgulho dos alfacinhas e dos adeptos benfiquistas. Foi uma noite memorável para os 65 mil benfiquistas que lotaram por completo o novo Estádio da Luz. Inaugurado em 25 de Outubro de 2003, pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, com a presença do Primeiro-ministro, Durão Barroso, e do Presidente da Câmara de Lisboa, Pedro Santana Lopes, na tribuna de honra, o momento fica para a história e o ambiente é de festa.

Santana Lopes, sportinguista de gema, empolga os 65 mil benfiquistas presentes no Estádio, que será palco da final do Euro 2004, ao designar a nova Luz como a obra de grande envergadura realizada em menos tempo e com grande eficácia.

“O Sport Lisboa e Benfica já conquistou muitos títulos em várias modalidades ao longo do seu historial e este é mais um e é especial”, declarou Santana Lopes de modo efusivo. No seu discurso, o autarca não deixa escapar a oportunidade de se dirigir aos “profetas da desgraça” que segundo o próprio, “encheram páginas e páginas de jornais” ao vislumbrarem a possibilidade da autarquia e do clube serem incapazes de fazer erguer o recinto inaugurado.

”Parem para pensar e ver que quando os homens e as mulheres querem que a obra nasça, a obra nasce mesmo!”, exclama o autarca, manifestando claramente essa sua convicção de modo entusiástico.

Santana Lopes com um arrebatado “Viva o Benfica!”, terminou o seu discurso sob uma onda de fortes aplausos quase ensurdecedores.

A emoção marcou o discurso oficial do líder encarnado, Manuel Vilarinho, que sublinhou o esforço necessário para edificar a obra em tempo recorde, estendendo um rol de agradecimentos. Começou pelos institucionais – Presidente da República, Governo e Presidente da CML –, passou pelos parceiros do projecto (bancos e construtora) e deteve-se nos homens do futebol – presidente da FPF, da Liga e da Sociedade Euro – 2004.” In jornais da época

Epílogo – O recente acórdão do Tribunal de Contas, acerca das “dádivas” feitas ao Clube, no consulado da dupla Santana Lopes, Carmona Rodrigues, foi suficientemente elucidativo para “levantar a lebre”. Um pedaço da situação caótica em que deixaram a CML voou para os lados da 2ª Circular e aterrou nos terrenos do clube do regime.

Abraço


1 comentário:

Pedro Silva disse...

@ Lima

È por estas e por outras que eu digo sempre que o Rui Rio pode ser uma "besta", mas é uma "besta" que não alinha nestas palhaçadas á Santana Lopes que prejudicam a Cidade e o Clube.

Estivesse uma tal de Elisa e outro qualquer que se diz muito Portista no Poder da CMP e acredite que este filme que o meu amigo descreve na sua Crónica também seria exibido no Dragão se bem que com outros actores.

Quanto ao resto que escreveu, está muito bom e acessível para qualquer leigo perceber, mas é como eu digo muitas vezes: com o mal dos outros posso eu bem.

Aquele abraço.