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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Casas de Penhores Modernas

“Trazem de tudo. Ouro, prata, peças grandes e pequenas, chegam mesmo a trazer linhos e às vezes a própria roupa que trazem no corpo querem vender. É uma situação mesmo muito aflitiva, explicou à Lusa António Antunes, responsável pelos penhores da Joalharia Áurea, na Baixa de Lisboa.
 
O recurso às casas de penhores – disse António Antunes – é feito por pessoas de todas as camadas sociais e acrescentou que as épocas de maior procura são as do regresso às aulas (Setembro/Outubro), a época de pagamento das contribuições autárquicas e depois das festas (Natal e Ano Novo).
 
A procura é muita em Janeiro, sobretudo porque é preciso pagar a conta do Visa [cartão de crédito) que teve um consumo exagerado por causa das festas, considerou António Antunes.” In Público
A MESMA CENA NO FUTEBOL
 
Trazem de tudo. Jogadores provenientes de trocas, inadaptados a defesa esquerdo, frangueiros, ou promessas adiadas como Olá John. Até já apareceram anões como Miguel Vítor e Gaitan, ou da 3ª idade como Carlos Martins e Aimar. É uma situação muito aflitiva, explicou à BOLHA o responsável da Doyen Sports Investments.
 
O recurso aos Fundos, disse o gestor, é feito quer pelo clube quer pela SAD, e próximo das datas em que se vencem os sucessivos empréstimos obrigacionistas; os pagamentos aos clubes de origem dos atletas; ou para pagar entradas iniciais nas transferências do defeso. A procura vai ser muita em Janeiro, sobretudo para resolver o “tal assunto do lado esquerdo”, dos dois trincos caceteiros que “os mandaram passear” e do substituto de Maxi, sempre que seja expulso.
Os penhoristas modernos nem precisam do letreiro. No futuro até pode ser a Troika a ajudar à missa. Afinal o negócio deles é emprestar dinheiro. Se formos analisar os Relatórios dos circos da Segunda Circular, não chegam 2 folhas A4 para listar os atletas penhorados, alguns dos quais, com uma percentagem ridícula na posse da Sad.
 
Comprar um jogador é uma lotaria. O empresário impinge o atleta rotulado de craque. Os pasquins afectos aos 2 circos ajudam a colocar o homem nos píncaros da eficiência, inventando clubes interessados que “até foram ultrapassados pela Sad” na compra do barrete. O Fundo adianta umas massas para adocicar o negócio que os pacóvios lhe apresentarem. Se em cada 10 jogadores colocados, um ou dois forem vendidos, muito bem. Se não forem, que se lixe… “venham mais cinco”, como cantava o outro.
 
O negócio é aceite por ambas as partes. O Fundo tem um gestor que avalia os jogadores que devem ser penhorados, e a percentagem que oferece por eles. Depois como a gestão pertence ao Fundo, e não à Sad como diz o aldrabão do Dia Seguinte, sempre que haja uma hipótese de mais-valia, informa a Sad para vender ou exercer a opção de compra (desde que suba a parada). Se ninguém se interessar pelo atleta, não há problema. É mais um prejuízo a juntar ás “bolhas” do imobiliário (não confundir com A BOLHA). Bate chapas e tinta Robbialac.
 
O Jornal O PÚBLICO trouxe um artigo sobre os Passivos Financeiros (aquilo que devem aos bancos) da SAD dos 3 grandes que já vai em 350 milhões de euros e abordou também o assunto dos atletas penhorados aos Fundos, que todos os pasquins e a querida Televisão parecem agora descobrir. Gomes da Selva que o diga. Caiu-lhe a máscara.
Para dar “credibilidade” à notícia, diz Bruno Prata, que “as contas eram do Professor António Samagaio do ISEG”. Esse valor foi há 1 ano, digo eu. Tenho muita pena mas o cálculo está errado. Não meus amigos, não está errado por exagero, está “por defeito”, mas isso agora, não interessa nada. Mais uns dias aparecem por aí as contas todas.
 
Perante o desastre estrondoso dos Calimeros e como o clube da treta está muito pior, convém-lhes misturar as do Futebol Clube do Porto pelo meio, para baralhar as contas. Mas o senhor professor pode ficar descansado. Se somarmos o Passivo da SAD com o do Clube, a “instituição”, tem um valor maior do que Porto e Sporting juntos.
E perguntam os meus amigos: Porque está o Benfica/SAD com um Passivo tão grande? Resposta: Porque naquele golpe de ilusionismo que o Gato Félix tanto elogiou quando “puxaram” o Estádio para a SAD a fingir que os seus Activos tinham crescido muito, “esqueceram-se” que a Cesta do Pão, além de não estar paga, trazia um enorme buraco dependurado! E com esta história da crise nem a AR nem a CML nem a EPUL lhe podem valer, como no tempo do Santana Lopes e Carmona Rodrigues. Dois grandes marotos que deixaram a Câmara falida. Conta quem sabe, e foi de tal monta, que o António Costa depois de pagar aos fornecedores só lhe sobrou dinheiro para fazer uma rotunda. Para poupar até a mandou construir dentro de outra que já lá estava!
 
Claro que o Tribunal de Contas já produziu um acórdão onde colocou à mostra toda a aldrabice das benesses, mas tratando-se do clube do regime, ficou tudo no rol do esquecimento. Também “os políticos não são corruptos”, não é Dona Cândida Almeida? E o senhor Procurador-geral? Sabe quem consta que vai para o seu lugar? Um tal João Correia, conhece? Foi demitido pelo Governo anterior e, veja lá, também é benfiquista. Coincidências…
 
Até para a semana                                     

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Ele há coisas...

Atlético de Madrid

Falcão tem sido usado como argumento para alguma falta de liquidez (dinheiro na gaveta) do nosso Clube. Aquando da transferência fiquei com a ideia que o contrato previa o pagamento de 3 tranches. A 1ª com a assinatura do contracto; a 2ª até 31 de Julho 2012; e a 3ª até 31 de Julho de 2013.

De facto, lendo a Marca de hoje, confirma-se a história:

“El fichaje del ariete colombiano, después de una complicada negociación, supuso para el Atlético el pasado veran un desembolso de 40 millones más siete en variables. La cantidad fija se dividía en tres plazos, 22 pagados tras el acuerdo, los 9 en cuestión ahora y 9 más para el 31 de julio de 2013”.

São condições como outras quaisquer, o Atlético está “atrasado” em 2,5M€ (mais juros), mas não é este o ponto principal desta crónica.

Não querem lá saber que o Atlético, com dificuldades financeiras conhecidas, alegou (e disso o FC Porto tem conhecimento) estar à espera que os seus devedores lhes paguem o que devem, com a “instituição” incluída neste rol, por débitos da compra de Salvio na altura em que por cá andou?!?

“Fuentes rojiblancas consultadas este miércoles por MARCA admitían que aún no ha sido satisfecha la cantidad que reclama el Oporto, pero añadían que el club portugués está al tanto de las justificaciones y que ese dinero se abonará en cuanto el Atlético, a su vez, reciba cifras que le adeudan terceras entidades, entre las que podrían estar las del Benfica por Eduardo Salvio”.

O CAFÉ DA ESQUINA

Já vos falei de um café perto de minha casa, pertença dum compatriota/emigrante que veio de “vacanças” há cerca de 1 ano, e resolveu ficar. Em cima da arca de gelados da OLÁ, jaz como sempre, a BOLHA. Desta vez, com a capa virada para cima (o homem já perdeu a vergonha), no canto inferior direito, a foto do senhor Pinhão, fazia eco duma frase do Senhor Pinto da Costa “A aldrabice não paga IVA”. Estratégias de marketing para os pacóvios do clube da treta comprarem o jornal, digo eu. Curioso, lá fui à pág. 46, e como leio na diagonal, respiguei algumas frases.

… o Brasil espera, assim, festejar o seu primeiro título olímpico, muito brevemente. Vai ser uma festa merecida. Para o presidente do FC Porto e para os portistas em geral…

…”para o Brasil este torneio olímpico de futebol muito nos faz lembrar o que a Taça da Liga tem sido nestes últimos quatro anos para o Benfica: um relativo passeio…

Fiquei a pensar: queres ver que este pasquineiro está a comparar o Brasil com o clube da treta?

Noutro ponto da croniqueta:

… o centro de estágio do FC Porto é uma (Fundação) que pode ser extinta por ter uma das piores avaliações, blá, blá, blá, e recebeu entre 2008 e 2010 4,234M€ em apoios financeiros públicos…

Comentário – Eu a pensar que o senhor Pinhão ia, finalmente, contar a história verdadeira da construção da cesta do pão, onde o erário público foi lesado em 67M€, através de subvenções estatais e outras, via CML e EPUL, vem ele agora, incomodar-se com uma esmola de 4M€, que o Estado resolveu compartilhar com uma Fundação, entre mais de 700.

Aconselho-o vivamente a ler, por exemplo, uma notícia a propósito das conclusões do Acórdão do Tribunal de Contas sobre a construção do Titanic:

““A Polícia Judiciária já entregou ao Ministério Público o relatório final da investigação ao chamado "caso EPUL" – que diz respeito a um negócio entre a empresa municipal de Lisboa e o Sport Lisboa e Benfica (SLB) no âmbito da construção do actual Estádio da Luz para o Euro 2004. Segundo o documento, a que o DN teve acesso, "conclui-se que a participação da EPUL se traduziu num grave prejuízo" para a empresa, "que ainda hoje se reflecte na negativa situação patrimonial". Responsáveis? Os ex-administradores apontam o poder político (executivo municipal). Carmona Rodrigues (arguido no processo) disse que tudo foi tratado por Santana Lopes.

Neste processo estão em causa os acordos celebrados entre a EPUL (Empresa Pública de Urbanização de Lisboa) e o Benfica, os quais se traduziram em milhares de euros de apoios àquele clube de futebol para a construção do Estádio. Isto verificou-se apesar de, como salienta a PJ no relatório, o então presidente da Câmara de Lisboa, Pedro Santana Lopes, ter afirmado publicamente que a autarquia não iria dar nem mais um euro para os clubes.

Há várias verbas em causa: a primeira diz respeito a uma factura de 8,118 milhões de euros apresentada pelo Benfica à EPUL para pagamento das obras dos ramais de acesso, um valor que ultrapassou em 1,296 milhões o estabelecido no contrato programa. Alguns ex-administradores da EPUL justificaram tal desvio com o pagamento de IVA, mas já numa auditoria da Inspecção das Finanças foi referido que "apenas 19% das despesas apresentadas respeitam a ramais e fiscalização de obras", duas componentes a que a empresa municipal estava obrigada através do contrato celebrado com o Benfica.

A EPUL comprou ainda ao SLB uns terrenos à volta do Estádio por 32 milhões de euros. Ora, como referiu no processo Pedro Castel Branco, gestor do projecto Benfica Stadium de 2001 a 2004, a empresa pública adquiriu um terreno que "havia sido cedido em tempos, pela Câmara de Lisboa ao SLB para a construção de equipamentos desportivos".

Por fim, há ainda uma transferência de cerca de 10 milhões de euros da EPUL para o Benfica "a título de participação em lucros na venda de 200 fogos do Vale de Santo António". Como é que foi calculado este valor? Luís Cantante de Matos, gestor do projecto do Vale de Santo António de Novembro de 2002 a Janeiro de 2009, disse à PJ que quer o prazo quer o montante previsto como mais-valia lhe "foram impostos como objectivos a atingir". "Desconhece como terá sido calculado o valor de 9,975 milhões de euros", lê-se no relatório da Judiciária.””

Se preferir poderá ler também a Auditoria do próprio Tribunal de Contas http://www.tcontas.pt/pt/actos/rel_auditoria/2011/2s/audit-dgtc-rel004-2011-2s.pdf

Ele há coisas...

Até à próxima

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Descubra as Diferenças

Eu, como não tenho nada que fazer, devoro tudo o que apanho, desde os folhetos do Continente até ás profecias do Professor Bambo. Até leio o “geração benfica”. Fui observando que os simpatizantes daquele clube não concordam muito com as opiniões dos pasquins vermelhos, já pensam pelas suas cabeças. (1) Esta semana, num excelente artigo, o comentador Bcool publicou noutro blogue mais um desabafo acerca da gestão ruinosa do senhor Vieira (2).

O estado a que chegou o clube é no mínimo calamitoso e as pessoas começaram a perceber. As desculpas “Vale e Azevedo” já não colhem. Para mim, que acompanhei o processo de perto (pelos jornais, entenda-se), acho que o homem perdeu mais dinheiro do que, eventualmente, levou. Se bem me lembro (como dizia o outro), numa entrevista à RTP, José Capristano (à altura chefe do departamento de futebol) quando precisava de dinheiro para pagar o salário aos atletas, ia buscá-lo ao único sítio possível: ao livro de cheques de Vale e Azevedo. O clube, por via dos inúmeros débitos à Banca e ao Estado, não tinha crédito, e as contas estavam congeladas. Todo o dinheiro que “entrava” era depositado na conta do Advogado e depois utilizado para pagar aos fornecedores. Acontece que Vale e Azevedo não estabeleceu, como devia, uma conta-corrente com o clube e, mais tarde, não conseguiu provar que o saldo lhe era favorável. Quando o expulsaram do clube, o Passivo andava pelos 82 milhões. Hoje é 6 vezes maior.

O processo é do conhecimento dos sócios mas tem sido habilmente escamoteado. A expressão “insolvência”, começou a ser utilizada naquela altura, relacionando-a com o clube da águia. Os Activos que possuía não chegavam para solver os compromissos. Mais recentemente, “anexar” o estádio à SAD para subir o Activo é um truque de ilusionismo, ninguém vai comprar um Estádio. Isto não tem nada a ver com “clubismos”. São factos que a História, um dia, se encarregará de ressuscitar.

Mas recordemos como foi:

“Lisboa rendeu-se à magia e à beleza da nova “catedral” da Luz. O novo estádio do Benfica representa mais um motivo de orgulho dos alfacinhas e dos adeptos benfiquistas. Foi uma noite memorável para os 65 mil benfiquistas que lotaram por completo o novo Estádio da Luz. Inaugurado em 25 de Outubro de 2003, pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, com a presença do Primeiro-ministro, Durão Barroso, e do Presidente da Câmara de Lisboa, Pedro Santana Lopes, na tribuna de honra, o momento fica para a história e o ambiente é de festa.

Santana Lopes, sportinguista de gema, empolga os 65 mil benfiquistas presentes no Estádio, que será palco da final do Euro 2004, ao designar a nova Luz como a obra de grande envergadura realizada em menos tempo e com grande eficácia.

“O Sport Lisboa e Benfica já conquistou muitos títulos em várias modalidades ao longo do seu historial e este é mais um e é especial”, declarou Santana Lopes de modo efusivo. No seu discurso, o autarca não deixa escapar a oportunidade de se dirigir aos “profetas da desgraça” que segundo o próprio, “encheram páginas e páginas de jornais” ao vislumbrarem a possibilidade da autarquia e do clube serem incapazes de fazer erguer o recinto inaugurado.

”Parem para pensar e ver que quando os homens e as mulheres querem que a obra nasça, a obra nasce mesmo!”, exclama o autarca, manifestando claramente essa sua convicção de modo entusiástico.

Santana Lopes com um arrebatado “Viva o Benfica!”, terminou o seu discurso sob uma onda de fortes aplausos quase ensurdecedores.

A emoção marcou o discurso oficial do líder encarnado, Manuel Vilarinho, que sublinhou o esforço necessário para edificar a obra em tempo recorde, estendendo um rol de agradecimentos. Começou pelos institucionais – Presidente da República, Governo e Presidente da CML –, passou pelos parceiros do projecto (bancos e construtora) e deteve-se nos homens do futebol – presidente da FPF, da Liga e da Sociedade Euro – 2004.” In jornais da época

Epílogo – O recente acórdão do Tribunal de Contas, acerca das “dádivas” feitas ao Clube, no consulado da dupla Santana Lopes, Carmona Rodrigues, foi suficientemente elucidativo para “levantar a lebre”. Um pedaço da situação caótica em que deixaram a CML voou para os lados da 2ª Circular e aterrou nos terrenos do clube do regime.

Abraço