quarta-feira, 9 de maio de 2012

É sempre a mesma História

Alguns amigos que fazem o favor de ler as minhas crónicas, por vezes perguntam-me porque não escrevo sobre aspectos técnicos da equipa ou das arbitragens e, sobretudo, sobre a pergunta do momento: deve ou não Vítor Pereira ficar no Dragão? Faz-me lembrar a primeira novela que a RTP passou, já há muitos anos, Gabriela, onde a determinada altura a pergunta-chave que aguentou vários episódios era (convém ler com sotaque brasileiro): “será q’ás moças do Bataclan devem sair na prôcissão?”

Sendo um portista da velha guarda conheço a história do clube de trás para a frente e da frente para trás. Comecei a ver os jogos do Futebol Clube do Porto no Campo da Constituição e, tal como o nosso Presidente, também lá assisti aos encontros das amadoras, nomeadamente o basquetebol, hóquei, andebol, etc. e, de quando em vez, recordo em textos alguns dos acontecimentos mais relevantes. Lembro-me como se fosse hoje, do célebre episódio Calabote (estive lá), da inauguração do Estádio das Antas, das constantes mudanças de presidente, dos jogadores fabulosos que tivemos, ainda o senhor Pinto da Costa era seccionista, a começar pelo mítico trio Barrigana, Virgilio, e Carvalho, o argentino Porcel, Pedroto, Pavão, Oliveira, Jaburu, Flávio, etc. Era o “tal tempo” em que perdíamos os jogos “só por atravessar a ponte”. Felizmente que, com o assumir da presidência, tudo se foi transformando, outros atletas fantásticos foram aparecendo. Cubillas, Futre, Madjer, Fernando Gomes, Paulinho Santos, Jorge Costa, Vítor Baía, Jardel, Aloísio, Kostadinov. Nos anos 2000, Jorge Andrade, Ricardo Carvalho, Bruno Alves, Pedro Mendes, Bosingwa, Costinha, Paulo Ferreira, Deco, Raul Meireles, Pepe, Quaresma, Lisandro, Lucho, Derlei, Helton, Hulk, Moutinho, Falcão, Rolando, Fernando, James, etc. que suportados por uma grande máquina, voltaram a dar mais um xito aos Amigos dos Túneis.

Por isso compreendi bem as palavras elogiosas do Dr. Guilherme Aguiar no programa Dia Seguinte, não só para o nosso presidente mas, para toda a estrutura daquela casa. Posso dizer sem nenhuma hesitação que é o único comentador de programas desportivos que sabe do que está a falar. Os outros são um desastre a começar pelo inenarrável Rui Silva, que não percebe absolutamente nada de futebol, nem do que se está a passar na “instituição”. Dias Ferreira, esse, conhece muito bem as histórias do seu clube, nomeadamente, o caos financeiro que se avizinha quando o BES acordar.

No canal das sopeiras, o descalabro não tem limites. Fernando Seara, o marido daquela locutora que aparece com uns penduricalhos, vestida de árvore de Natal a dialogar com um comentador masoquista, é um lambe botas, a distribuir queijadinhas de Sintra e camisolas dos chineses. Do seu currículo constam umas passagens por uns “Conselhos de Desporto” que ninguém sabe para que servem, e o de ter sido o grande responsável (foi o mandatário) pelo desastre da candidatura de Vieira que está a levar o clube à falência. O digno representante dos calimeros, Eduardo Barroso, pode perceber muito de fígados de cebolada mas quanto a futebol, zero absoluto.

Ressalve-se no Trio de Ataque a excelente postura e correcção de Júlio Machado Vaz, enquanto Rui Oliveira e Costa não diz nada de jeito, Miguel Guedes até tem pena dele, são asneirolas atrás de asneirolas. Então quando se mete a dissertar sobre o “4-4-2 em losango” é um fartar de rir. Coitado do homem que nem nas sondagens acerta.

Na Imprensa escrita, A BOLHA continua a encher-me as medidas. Todos os dias são atirados para as páginas do pasquim nomes e mais nomes de possíveis reforços para a “instituição”, provavelmente para juntar aos 70 que andam por aí espalhados. Miguel Sousa Tavares que critica o senhor Pinto da Costa 10 meses por ano, como estamos em Maio é o mês de dizer bem. Vá lá que desta vez não falou no Vieirinha, no Paulo Costa nem no Candeias. Quem sabe se não estará aqui um potencial candidato ao lugar de Vítor Pereira? No artigo desta semana, também promete uma réplica a Cruz dos Santos sobre a importantíssima questão da bola-na-mão, ou da mão-na-bola. Eu, se fosse a ele, não disputava este mano-a-mano. Com o Cruz dos Santos, leva banhada de certeza.

Compreendem agora, os meus amigos, porque não vale a pena comentar o jogo jogado? É sempre a mesma história! Foram tantos títulos, no futebol e noutras modalidades (317, só nas equipas seniores) que começa a ser demais. Mas, como também disse no Dia Seguinte o Dr. Guilherme Aguiar, este campeonato foi recebido com um misto de alegria e tristeza. Qualquer coisa falhou, não correu conforme estamos habituados.

Mas também, com um Sporting “sem ser roubado” nos primeiros jogos da época, e um Braga “normal” na ponta final do campeonato, a “instituição era despejada borda fora, nem punha os cotos na UEFA. E não venha para aqui o choradinho dos salários do Leiria que, em termos absolutos, nem representa assim tão grande rombo. Quaisquer centenas de milhares de euros poderiam ter resolvido o problema, se tivéssemos um presidente da Liga à altura em vez de um fantoche, rodeado de marionetas.

Se o problema do dinheiro fosse mesmo um problema, imagine-se como estaria o clube da treta à procura, não de milhares, mas de centenas de milhões. Por isso o presidente que, internacionalmente, não ganha um título há 50 anos, anda Europa fora, com o catálogo dos excedentários debaixo do braço, a tentar impingir as “pérolas”. Nesse clube também “é sempre a mesma história” mas com os treinadores.

Até para a semana

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