quarta-feira, 25 de julho de 2012

Sinais dos Tempos

A actual situação financeira obriga as colectividades desportivas a um maior rigor na preparação dos Orçamentos. As autarquias estão proibidas por Lei de afectar verbas para clubes profissionais. O regabofe da Madeira terminou. As dádivas da CML aos dois circos da Capital, também. Sem palhaços não há Circo, mas os sócios, não gostam de ouvir falar das contas. Os Bancos e os Fundos a quem hipotecam os atletas controlam “aquilo”. Os empresários, o pouco que sobra. Acabou há muito, o tempo “das balizas às costas”, dos mecenas, do “senhor que tinha uma fábrica de sapatos e podia ajudar”. O que interessa, diz por exemplo, Carlos Barbosa, é o marketing. (?!?).

Curiosamente, “novos presidentes” nascem como cogumelos. Porque têm dinheiro para lavar, influência nos meandros das decisões, ou simplesmente para se mostrarem. Esquecem-se que as “instituições” sendo mal geridas tem um destino fatal a curto prazo. Os dirigentes dos órgãos do desporto (FPF e LIGA) são marionetas nas mãos dos outros dirigentes, os barbosas, gomes das silvas, ou rui costas, que se albergam nos clubes/sacos-de-gatos. Recordam-se do triste espectáculo que foi a indicação dos “delegados” para os vários cargos nas últimas eleições da FPF e da Liga? Agora com a questão dos empréstimos (proíbe/não proíbe), as comadres zangaram-se e até queriam devorar o Pagador de Promessas, o maior erro de casting de que há memória.

O principal problema é o avolumar dos Custos em função da, cada vez menor, entrada de Proveitos. Os clubes da treta da Segunda Circular querem fazer tudo à grande. Directores desportivos para aqui, financeiros para ali, lá vem um de comunicação, mais outro “motivador funcional”, e scoutings, muitos scoutings, os azeiteiros que impingem atletas de terceira apanha e recebem comissões a dois carrinhos: de quem vende e de quem compra. Depois admiram-se das tais “imparidades”, eufemismo que em futebolês, significa o prejuízo entre aquilo que custaram os “excedentários” e o valor pelo qual venham a ser transferidos. Chegou a hora da poupança. Até nos transportes.

Constou-me existir uma prestigiada SAD, que resolveu acabar com uma modalidade só para poder gastar mais dinheiro em sul-americanos. Pode lá ser! Era assim como se o Continente encerrasse a Perfumaria ou a secção dos Porto Vintage! Devem ser bocas da reacção. Se fosse verdade mais valia dedicarmo-nos a outra coisa. Por exemplo ao Teatro como a “instituição”.

A necessidade aguça o engenho. Pasquins como o Correio Manhoso ou A BOLHA passam a operadores televisivos. Os “promissores atletas” já não se emborracham com cervejolas. Comunicam pelo Facebook nos Shoppings da Segunda Circular e ajudam a vender Shampoos ou Bancos falidos. As Novas Tecnologias estão ai à porta. Sensores nas balizas, conta-quilómetros nas caneleiras, e sobretudo treta, muita treta, da Travessa da Queimada. É entrar, é entrar! O espectáculo vai começar.

Fotomontagens de JOSE LIMA

Até para a semana

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