quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

O Coveiro da Liga

Não será preciso recuar até ao início da época para se perceber que o controle das estruturas dirigentes foi, mais uma vez, o leitmotiv do senhor Vieira. Já em campeonatos anteriores, primeiro com Cunha Leal e o Algarvegate, depois com Ricardo Costa e o campeonato dos túneis, ganhou 2 títulos com batota em 10 anos de gestão. “Mais vale ter dirigentes na Liga do que bons jogadores” disse.
O episódio rebentou com estrondo na madrugada do último Sábado: A Olivedesportos rescindiu o contrato com a Liga de Clubes alegando incumprimento de cláusulas contratuais, nomeadamente o senhor Figueiredo não ter “contratado” em devido tempo com nenhuma operadora a transmissão dos jogos em aberto da Taça da Liga.
 
Voltando um pouco atrás convirá recordar que o Novo Regime Jurídico das Federações Desportivas (NRJFD), introduziu um novo sistema de selecção, escolha e votação para a eleição do Presidente e restantes Órgãos Sociais da FPF. Durante muitos anos a representatividade do número de membros que geriam os destinos da Federação, era proporcional à dimensão das Associações que a compunham. A Associação de Futebol do Porto que representa 340 clubes com cerca de 20.000 atletas estendendo-se pelos 18 concelhos que compõe o Distrito do Porto deveria, sob qualquer ponto de vista que analisasse o problema (serviço público, desenvolvimento desportivo, receita fiscal, etc), continuar a indicar muito mais elementos do que, por exemplo, a de Portalegre que nem sequer tem futebol profissional, e logicamente, aplicar este raciocínio nas restantes Associações do País.
Curiosamente este campeonato, com a passagem da Disciplina e da Arbitragem para a FPF, poderia ter representado o início de uma nova era para as instâncias que mandam no Futebol. Infelizmente parece que nada mudou. Na FPF continuamos a ver um presidente do Conselho de Arbitragem, Vítor Pereira, a quem ninguém pode pedir explicações (o órgão que dirige é autónomo), mas que se ajoelha perante o clube do regime, com as suas nomeações cirúrgicas, sempre em favor do clube da treta seu indefectível apoiante. Vieira apareceu também a dar o seu apoio a este coveiro da LIGA, o que baralhou mais as coisas. Todos sabemos que para o presidente é sempre bom ter alguém na retaguarda a manobrar alguns aspectos “administrativos”. Nada melhor do que ter a FPF e a LIGA nas mãos.
 
Por outro lado, Mário Figueiredo ganhou a presidência da Liga com base nas promessas feitas aos clubes mais modestos. Aumentar a então Liga Orangina de 18 para 22 clubes e conseguir a titularidade dos Direitos Televisivos para, como afirmou, “oferecer a todos os clubes uma melhor repartição, e um aumento substancial do valor global”.
 
Como tenho escrito noutros locais, esta irresponsabilidade só não me espanta por ter vindo de quem vem. Mário Figueiredo é um analfabeto desportivo e sem qualquer actividade conhecida como gestor. Foi eleito por delegados/fantoche, indicados por meia dúzia de presidentes que, pelos vistos, nem os Regulamentos conhecem.
Como pode este coveiro, que nem sequer conseguiu encontrar um patrocinador para a Segunda Liga, avançar com miríficas promessas de um aumento substancial no valor dos Direitos Televisivos, se negociados em bloco? Para já, o que conseguiu foi “ajudar” o senhor Vieira a não aceitar um contrato muito vantajoso com Joaquim Oliveira para a transmissão de 15 jogos do clube da treta no seu estádio durante 5 anos, por 111 milhões de euros! Aguardam-se novos episódios desta inebriante novela para saber como vai o presidente do clube falido resolver o seu problema, e o senhor Figueiredo arranjar dinheiro para pagar aos clubes participantes na Taça Lucílio Baptista
 
Até à próxima

1 comentário:

Armindo Goncalves disse...

Muito bem documentado... Gostei