sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Assembleia-geral dos Calimeros

A história do descalabro a que chegaram clube e Sad é como o vinho Constantino: “Já vem de longe”. Precisamos de recuar até ao projecto megalómano de José Roquette com a delapidação de valioso património do clube após a construção do Alvaláxia XXI, para perceber o estado em que o banqueiro e os seus sucessivos descendentes deixaram a centenária instituição. Os blogues afectos ao clube têm revelado estranhos segredos e procedimentos junto da Banca, só conhecidos de alguns, pelo que me escuso de entrar por aí, fixando-me apenas no último capítulo: a tão desejada Assembleia-geral.
Por diversas vezes tenho expressado nestas crónicas a minha opinião sobre a falta de conhecimentos desportivos e de gestão, da cambada que (ainda) dirige o Zbórden. Dispensas de jogadores mal explicadas, a contratação do maior número de treinadores numa época por m2, alienação de parcelas de passes a Fundos de Investimento, enfim, uma gestão danosa, não com dolo, mas por incompetência.
São conhecidas as intenções de grupos de sócios que pretendem recorrer ao mecanismo de exoneração de Godinho Lopes, através da convocação duma Assembleia-geral Extraordinária. No meu entendimento (e já participei em dezenas e dezenas de AG), não vai sair dali fumo branco, que é como quem diz, GL vai permanecer por mais uns tempos no (des)comando da SAD, a menos que se demita. Vou explicar porquê.

Primeiro porque como os meus amigos leram acima, o “descomando” verifica-se na SAD mas o requerimento para a Assembleia-geral visa demitir o presidente do Clube, o que não é bem a mesma coisa. Sim eu sei. Godinho Lopes é presidente de ambas, só que “responde” a um eleitorado diferente. As sucessivas trapalhadas em que se meteu foram cometidas na SAD. Nesta é que os sócios querem ver outra pessoa. No clube tanto faz.
Naturalmente, sendo o Clube o seu maior accionista e tendo a prioridade de indicar o presidente da SAD mesmo que a vontade da assembleia fosse essa, ainda faltava saber qual o sentimento dos restantes accionistas. E nada nos indica que concordassem com a saída de Godinho Lopes, ao que se diz, “garante” dos créditos prestados pela Banca.
Por isso não são de estranhar os grãozinhos de areia que alguns notáveis da brigada do croquete estão a colocar agitando o fantasma do descalabro que resultaria na demissão de Godinho Lopes. Depois, aquele clube é muito engraçado. Tem dezenas de stromps, conselheiros, comissões, congressistas, cada um a puxar para o seu lado, sem esquecer os inefáveis comentadores de serviço dos programas desportivos, qual deles o melhor.

Os atarantados membros da Mesa não sabem como dirigir, perante milhares de sócios, uma Assembleia que visa demitir o presidente, que como os Estatutos mandam, só pode ser por “justa causa”, muito difícil de provar, já se vê. Se fosse motivada pela ausência de sucesso desportivo ou pelo Passivo Financeiro escabroso, os vizinhos do outro lado da Segunda Circular, já tinham ido de vela há meia dúzia de anos.

Tenho o palpite que “isto” se vai transformar num processo kafkiano, anunciando-se até, que serão necessárias duas Assembleias-gerais para correr com o homem. Se bem entendo os argumentos dos doutos notáveis, a primeira será para verificar se existe ou não justa causa, e a segunda para saber se, existindo, os sócios confirmam a demissão.

Eu peço imensa desculpa mas terá ainda que haver outra. Não se esqueçam que mesmo que GL seja demitido de presidente do Clube, legalmente, nada o impede de continuar na SAD. Para sair (e é isso que os sócios querem) terá que haver uma terceira AG, para os accionistas da SAD dizerem da sua justiça. Um grande filme de acção!
Curiosamente quem está a baralhar isto tudo é o amigo Jesualdo. Os sócios querem lá saber dos Passivos, ou se meteram dinheiro na conta bancária dum Cardinal qualquer! Querem é ver a gorducha a balançar as redes, o resto é conversa para vender pasquins.

Até à próxima.

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