As manifestações de alívio do treinador, dirigentes, sócios, e escribas da BOLHA no último minuto do Benfica x Académica, deixaram-me tranquilo. É que nem mesmo eles “acarditam” naquilo. As súbitas mudanças de humor, da peixeira que treina aquele grupo esfarrapado, confirmam as minhas suspeitas. A “instituição” já não é o que era, está falida como os Calimeros. Por mais Taças da Liga que possam vencer é impensável pagar 4 milhões/ano ao asqueroso treinador e a mais 100 jogadores que andam espalhados por aí.
Nos anos 60 já “faziam a coisa pelo outro lado”. Bastava Germano (o terceiro em cima a contar da esquerda) levantar o braço lá estava um off-side! O Costa Pereira dava um frango? Era invalidado por “falta atacante”. José Torres saltava 1 metro mais alto do que a defesa? Não era expulso como o Mangala! O senhor de fato não era o treinador. Chamava-se Américo Tomás presidente de Portugal. Contavam-se anedotas melhores do que as do Relvas… até proibiu o clube do regime de exportar o Eusébio!
Eu não tinha carro nem casa própria. Precisava, pelo menos, 30% para a entrada inicial e ter crédito na praça. Hoje a “instituição” sem quaisquer bens penhoráveis excepto parcelas de uns rapazitos russos, brasileiros ou sul-americanos, um estádio e campos de treino por pagar, abalança-se a compromissos de 500 milhões de euros.
Felizmente naquela época ainda não nos incendiavam os autocarros. Íamos em Comboio Especial sempre com lotação esgotada, só portistas e bilhete assegurado (pagávamos mais 25 “tijolos” mas valia a pena). A viagem demorava 7 horas e chegávamos sempre em cima do início do jogo. Os mais endinheirados viajavam no dia anterior, de Mini Volkswagen, ou Simca Aronde, almoçavam no João do Grão, mais um cafezinho no NICOLA e depois passavam pela Feira Popular ou viam a 2ª sessão duma revista no Parque Mayer. O Santana Lopes ainda não tinha dado cabo daquilo.
No campo éramos gamados à fartazana. Os Calabotes ou Carlos Valentes de então tornaram-se nos Proenças, Duartes, Paixões e Lucílios do novo século. Característica comum: Todos eram reconhecidos adeptos do clube da treta, honestíssimos, pois claro!
Não se admirem portanto os meus amigos se lhes disser que “esta” é uma época especialmente complicada. Enquanto o nosso clube está a apostar na renovação dos contratos dos atletas mais promissores, os gestores de pacotilha estão a devolver à procedência e ao preço-da-chuva, as dezenas de charutos que têm por aí encostados.
No mais-maior-grande, só este ano, já voaram: Nelson Oliveira, Javi, Witsel, Bruno César, Nolito, Saviola, e Hugo Vieira. No Zbórdeng: Carriço, Insúa, Xandão, Elias, Schaars, Izmailov e mais alguns que se anunciam. A UEFA com a nova moda do controlo financeiro anda com a mania de apertar o pescoço a algumas SAD’s que podem começar a próxima temporada sem terem um tusto para mandar cantar um cego. Sei de uma que em 9 anos de conversa da treta, teve resultados negativos em 7, mas apresenta compromissos financeiros até 2024. E o BES já avisou: não há mais nada para ninguém! O truque de contrair mais dívida para chutar o Passivo para a frente ou arranjar uns investidores disfarçados de Fundos já não funciona. Daí o tal desespero…
Até à próxima
Sem comentários:
Enviar um comentário