sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Falemos de Laurent Depoitre

Todas as vezes que o Futebol Clube do Porto tem um jogo menos conseguido eis que surgem logo uma quantidade de pessoas a clamar por Depoitre.

Porquê raio o treinador não colocou Depoitre em campo?

Porquê razão não se apostou no famoso “chuveirinho”?

A resposta a estas questões é simples. Demasiado simples. É tão simples que até fico com a impressão (se calhar errada) de que quem vem para a praça pública com tais perguntas o faz por manifesta má vontade.

Ora bem. A famosa táctica do “chuveirinho” é algo que agrada imenso aos adeptos. E é algo que - bem aplicada - resulta e faz com que a equipa dê a volta a um resultado negativo. Rui Vitória na época anterior recorreu várias vezes ao “chuveirinho” com algum sucesso. Mas, repito, para que o “chuveirinho” funcione é necessário que este seja bem aplicado, senão de outra forma vamos ter uma equipa a “despejar” bolas na área e a outra equipa a enviar as ditas para longe da sua área.

É aqui que “a porca torce o rabo” no que ao Futebol Clube do Porto diz respeito. Não se espere que o belga Depoitre tenha a capacidade de fazer aquilo que Raúl Jiménez fez no SL Benfica na época transacta.

O belga é um jogador um tanto ou quanto lento. É alto mas tem um mau jogo de cabeça. Em termos posicionais não é dos melhores. O seu remate é “fraquito”. Tal como o seu domínio de bola. Em suma, Depoitre é um atleta cujo estilo de jogo se assemelha muito ao de Éder. Ou seja; Depoitre é aquele tipo de jogador forte fisicamente que joga muito bem em tabelas de costas voltadas para a baliza adversária.

Depoitre não é, portanto, o tipo de jogador que resolve os jogos complicados do Futebol Clube do Porto. Não estou com isto a dizer que Depoitre não possa vir a fazer (como já fez) o golo da vitória nos jogos complicados, mas este não é (nem nunca será) a tal solução milagrosa que eu leio e ouço por aí.

É muito por isto que estou em crer que muitos dos comentários sobre Depoitre só têm um único objectivo: denegrir o treinador.

Já se me vierem falar de Depoitre como tendo sido uma má contratação e que Gonçalo Paciência era capaz de fazer melhor figura eu sou como outro… Mas não é isto que leio e pelos vistos não é isto que vou ler nunca dado que me parece que há muito mais gente interessada em prolongar o estado de coisas no FC Porto do que em fazer o possível para melhorar o dito estado.

4 comentários:

Jorge Vassalo disse...

Parece-me bastante linear - e basta ver o jogo com o Moreirense - que se espera que Depoitre faça de André Silva. Não dá. É um jogador pesado e não é avançado móvel.

Como marcou ele os dois golos que tem até agora? Com cruzamentos tensos? Mas onde está o extremo para os fazer? Ou o lateral? No Batalha!

Quando alguém pede o Depoitre, é porque, no fundo, sente bem o escândalo que é pedir a um menino de 18 aninhos para entrar aos 76 minutos para resolver!

Se foi NES a contratar Depoitre, a pergunta é "para quê?". É que, se é para fazer de AS, NES precisa de mudar as dioptrias ASAP.

Abraço

Pedro Silva disse...

Obviamente que cada um tem a sua perspectiva sobre a questão Depoitre. Eu baseio o que penso sobre o atleta naquilo que este foi fazendo em campo até à data.

Por acaso o FC Porto tem agora 4 extremos (Brahimi, Kelvin, Corona e Varela). Ou melhor, extremo no verdadeiro sentido do termo só tem um (Jesús Corona) mas a verdade seja dita que os outros até que não se dão nada mal na dita posição. Agora se estão interessados em suar a camisola e se tem qualidade para estar no FC Porto a conversa é outra. Para mais não creio que o problema de Depoitre esteja na ausência do extremo/defesa lateral por força do sistema de jogo de NES até porque está visto que o jogador em causa não é lá grande coisa na recepção de bola/jogo aéreo/domínio de bola/remate/posicionamento/desmarcação.

E sim, a falta de soluções no plantel com a qual o actual treinador do FC Porto tem de lidar é brutal. Acredito que NES tenha a sua quota-parte de culpa, mas há que ter em linha de conta que a Direcção do FC Porto optou por parcerias manhosas (Doyen e afins) para levar a cabo a construção do plantel. E este é um problema que tem tendência a agravar cada vez mais... São já alguns os relatos em que o insucesso desportivo de determinado Clube se deve à Doyen e ao seu famoso "catálogo".

Aquele abraço!

Pedro M. disse...

O Depoitre pode ser útil no sistema de 442. Num campeonato como o nosso, e com treinador com juízo seria titular com o AS.
Mas lá está, com treinador com juízo.

Saudações Portistas.

Pedro Silva disse...

Não estou aqui a analisar a questão da utilidade ou não de Depoitre e se este está ou não a ser bem aproveitado pelo actual treinador. Esta é uma temática que exige um texto com uma abordagem completamente distinta deste que estamos a comentar.

Abraço Azul e Branco.