segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Aposta Suja

É o título de um livro publicado há cerca de dois anos por Luís Aguilar, jornalista, autor, cronista e comentador que aborda o chamado match-fixing cuja tradução livre será “jogo fixado” (jogo controlado). Uma viagem ao mundo dos resultados combinados.
Na introdução o autor alerta-nos para o que está aí para vir. “Prepara-te. Não vai ser fácil. Este jogo está viciado. Comprado. Adulterado. Encenado. Todos sabem. Menos tu. Ficas na escuridão. Iludido. Mas nem tudo é o que parece. Aquela reviravolta, aquele jogo dramático, aquela goleada épica. Afinal não foi bem assim. Foste enganado. Fomos enganados. Este é o lado negro do futebol. Aquele que ninguém nos quer mostrar. Grupos de crime organizado combinam jogos em todo o mundo e tem lucros milionários nos mercados ilegais de apostas. Jogadores, treinadores, árbitros, empresários e dirigentes aceitam subornos para manipular resultados…"

E ao longo das cerca de 200 páginas são citados casos, exemplos, acontecimentos que fizeram com que, por exemplo a UEFA, tenha criado um grupo especial para combater este novo tipo de crime, uma mescla de suborno/corrupção. Recentemente a Federação Portuguesa de Futebol anunciou um acordo de cooperação com a Sportradar a ter início já em 2017

Os meus amigos já perceberam que este arrazoado todo terá que ver com a anulação do jogo Feirense X Rio Ave por ter, segundo fonte da Santa Casa, surgido “um fluxo anormal de apostas”, entre as quais, uma de 100 mil euros. O referido jogo foi então anulado seguindo uma participação com pedido de averiguações para a Polícia Judiciária.
Evidentemente que os jogadores e staff das equipas intervenientes sentiram-se visados tendo reagido, cada qual à sua maneira, na defesa do seu bom nome. Acredito que o caso não tenha nada a ver com nenhum daqueles clubes mas sim pelo facto, aparentemente anormal, da quantidade de apostas envolvidas. É que um dos argumentos da Santa Casa foi “o risco financeiro envolvido”. A partir daqui eu que sou um pobre apostador de meia dúzia de euros semanais deverei, antes de apostar, pensar duas vezes se vou prejudicar aquela instituição!

Não sei em que medida os vouchers e o colinho entram neste esquema. Devemos continuar atentos porque alguns sinais vindos “da reação” (leia-se clube do regime) não são nada animadores. Por agora, aguardemos os resultados da investigação e vamos estar atentos à próxima jornada uefeira, essa sim, que nos pode trazer bons proveitos.

Até à próxima

3 comentários:

Peter Rodrigues disse...

Bom dia Caro Pedro.

Uma coisa que não percebo nesta "não noticia" é que o argumento da SCML
é e cito "o risco financeiro envolvido".
Então só porque era arriscado a SCML perder muito dinheiro anula-se um jogo e põe-se em questão a honra de dois clubes e de todo o staff envolvido?

Então de forma unilateral a SCML anula um jogo sempre que achar que pode perder muito dinheiro?


Não percebi como esta pobre e esfarrapada desculpa passou ao lado de tanta critica.


Abraço


Pedro.

Pedro Silva disse...

Peter o artigo não é da minha autoria. As questões devem ser colocadas ao seu autor que é o José Lima.

Aquele abraço!

JOSE LIMA disse...

Allô Peter - Essa é mesmo a dúvida que me fez escrever esta crónica. Está referido no penúltimo parágrafo.
A história desta "suspensão" está mesmo muito mal contada.
Saudações Portistas