Podíamos estar aqui com chavões e dizer que num clássico «não há favoritos», «ganha quem está pior» ou «é um jogo de tripla». Tudo isto pode ser verdade e, noutras situações, não fazer sentido nenhum. Sim, estamos a falar de um clássico, mas estamos a falar de um clássico que chega num momento específico da época e das duas equipas. Sim, há um favorito e sim, a luta pelo título passa pelo Estádio do Dragão, este sábado, e envolve o FC Porto e o Sporting.
Não há muitas pessoas, mesmo ligadas afetivamente ao Sporting, que não olhem para a equipa de Nuno Espírito Santo como favorita no clássico da 20ª jornada. E acaba por ser normal e acertado que esse favoritismo seja entregue ao FC Porto. Está num momento mais sólido da temporada, ganhou ânimo com a aproximação ao Benfica e tem verdadeiramente uma forteza no Dragão. Esta temporada a equipa portista ainda não perdeu em nenhum dos 16 jogos em casa, sendo que para a Liga NOS apenas o Benfica não foi derrotado no reduto portista.
Um a reconstruir, o outro a solidificar
O próprio momento das duas equipas é bem diferente, e não estamos a falar apenas de resultados. O FC Porto chega ao clássico num momento sereno, onde esses resultados estão a aparecer e os adeptos estão confiantes. Por outro lado, o Sporting chega numa fase onde voltou a construir o plantel. O mercado de janeiro trouxe acertos no plantel portista e uma espécie de «mão à palmatória» no leão. Saíram jogadores que não estavam a render e entraram outros que estavam emprestados. Até por isso, a equipa de Nuno Espírito Santo pode entrar mais confiante e serena para o clássico.
Ainda assim, e mesmo tendo estes dados contra, todos reconhecemos que o Sporting é capaz de se apresentar a um nível imensamente superior ao que tem feito nos últimos meses. Foi assim na primeira volta contra o FC Porto (2x1), foi assim em Madrid (2x1) e, a espaços, no jogo frente ao Benfica, na Luz (2x1). Tendo estes exemplos em mente, o favoritismo dado ao FC Porto terá de ser dado de forma condicionada, até porque foi o Sporting, de Jesus, a última equipa a vencer no Estádio do Dragão.
Para finalizar, temos de falar da ausência de William Carvalho na equipa do Sporting. Já sabemos que joga Palhinha, falta saber se o jovem médio está preparado para fazer o trabalho que o internacional português já fez tão bem no início da temporada.
Os dados estão lançados. Uma equipa quer aproximar-se dos dois primeiros, a outra quer ficar na liderança da Liga, nem que seja à condição e cerca de 50 mil vão estar nas bancadas a criar um ambiente «daqueles». E há ainda milhões de adeptos encarnados a olharem para a classificação e a quererem, na sua maioria, «um empate ou vitória do Sporting».
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