terça-feira, 9 de outubro de 2018

Nova Competição da UEFA

Quando numa das últimas crónicas escrevemos sobre a UEFA NATIONS LEAGUE (uma nova prova bianual para as seleções) nunca imaginamos que outro projeto do organismo que gere o futebol europeu já estava na forja, desta vez, para os clubes.

Ainda não se sabe qual será o nome, modelo competitivo e regulamento mas é certo que o futebol europeu terá uma terceira competição de clubes a partir de 2021 juntamente com a Champions League e Uefa League. O anúncio foi feito por Andrea Agnelli, membro do Comité Executivo da UEFA, durante a ECA (Associação Europeia de Clubes). 
Este homem assumiu a presidência da Juventus depois do pior momento da história do clube em 2006. Tinha rebentado o escândalo de corrupção que envolvia o clube de Turim num esquema de suborno a árbitros e futebolistas (onde é que eu já ouvi falar disto?). A Juventus foi despromovida para a segunda divisão italiana e perdeu os scudettos conquistados em 2005 e 2006 com o treinador Fabio Capello. O então presidente, Luciano Moggi, foi destituído e Andrea Agnelli arregaçou as mangas, rodeou-se de dirigentes que já tinham passado pelo clube e devolveu a glória de outros tempos à Juventus. 

Foi adiantado que a nova competição terá 32 equipas como já acontece com a Champions e irá ficar brevemente a UEFA League. Isto significa uma redução no número de participantes desta última que atualmente tem 48 equipas a participar na fase de grupos.
Já houve competições semelhantes entre 1960 e 1999. A Taça dos Vencedores de Taças (que teve um vencedor português, o Sporting, em 1964) e a Taça Intertoto que se realizou sempre sob a tutela da UEFA entre 1995 e 2005 e que atribuía vagas para a Taça UEFA. O Sporting de Braga foi até ao fim na competição em 2008. 

Sem mais pormenores revelados é clara a intenção de abrir as competições europeias a mais clubes e países mantendo ao mesmo tempo a Champions League, a competição de maior projeção com prémios monetários apetecíveis, de acesso quase exclusivo aos chamados “Big Five”: Inglaterra, Alemanha, Espanha, Itália e França. Estes países englobam 19 das 32 equipas participantes na fase de grupos em 2018/19 entre representantes de 15 países diferentes. Já a Uefa League está representada por 27 equipas na fase de grupos, sendo que ainda irá absorver os terceiros classificados das eliminatórias da Champions.

Assim a Champions League deverá manter-se como está e os participantes na Uefa League terão um acréscimo de receitas. A nova competição irá necessariamente ter um nível competitivo mais baixo mas dará projeção internacional aqueles clubes que geralmente não passam das pré-eliminatórias. Sobre a prova que poderá ser já oficializada em Dezembro próximo numa reunião do Comité Executivo da UEFA o dirigente diz que ainda está muita coisa por decidir. A ECA na qual está filiada a Liga Portuguesa diz que esta proposta está a ser construída “sem o conhecimento das Ligas nacionais.”
Resumindo: a partir de 2021 vamos ter as competições internas Liga NOS, Taça da Liga, Taça e Supertaça. As provas internacionais de clubes Champions League, Uefa League e agora esta anunciada nova prova a realizar de 2 em 2 anos. Se somarmos a tudo isto os jogos das seleções para o Campeonato do Mundo, Campeonato da Europa e a novíssima UEFA Nations League aqui anunciada há 3 semanas (todas intercaladas de 2 em 2 anos) não imaginamos de que forma os nossos atletas cedidos às seleções vão conseguir responder a este calendário.

Até à próxima

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