segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Apesar de tudo era escusado

umagem retirada de zerozero
Começo, desde já, por dizer que me pareceu manifestamente escusado o Futebol Clube do Porto ter hoje passado pelo tremendo sofrimento que passou em pleno Estádio do Bessa. Especialmente se tivermos em linha de conta que a equipa de Jorge Simão só tinha um único objetivo: empatar!

Diga-se o que disser, a verdade é que este Boavista Futebol Clube de Jorge Simão (cujo ódio latente e expresso aos azuis e brancos é algo difícil de se explicar) tinha como missão tudo fazer para prejudicar as contas da equipa vizinha na corrida pela renovação do título de campeão. Só assim se percebe, de facto, a frustração bem visível de toda a equipa axadrezada (jogadores e equipa técnica). Por perceber fica a razão de tal dado que o grande objectivo da equipa do Bessa na liga NOS é o de tentar evitar a zona de descida e não o de levar a cabo uma espécie de “guerra santa” contra o seu “rival” das Antas sempre que o defronta. Há coisas que não se entendem.

Aproveitando a deixa do parágrafo anterior, o que também não se entende é o onze inicial que Sérgio Conceição escolheu para esta partida. Falamos de uma partida que todos sabiam que a equipa da casa ia tudo fazer (inclusive distribuir porrada por tudo quanto equipava de azul e branco) para que o nulo imperasse ao fim dos noventa e poucos minutos. Como tal até que percebo a ideia de se colocar Jesús Corona a fazer todo o flanco direito da equipa portista dado que o Boavista nunca atacou - conto pelos dedos de uma só mão as oportunidades de golo da equipa da casa durante todo o jogo - mas ao ter feito tal, Sérgio Conceição retirou profundidade ao ataque da equipa azul e branca que só tinha Marega a lutar contra toda a acérrima linha defensiva do Boavista.

Yacine Brahimi, Óliver Torres e Ótavio eram sempre “engolidos” pelo meio campo da equipa da casa (Herrera não esteve lá a fazer nada), pelo que não havia um fio de jogo ou algo que fizesse com que o FC Porto dominasse um jogo que o adversário não queria vencer. O pontapé para a frente e o apelo à eficácia nos lances de bola parada foram, quase sempre, a aposta forte deste FC Porto que ia dando cada vez mais ânimo e coragem a um Boavista sarrafeiro e maldoso.

Tal forma de estar por parte dos Dragões perante uma equipa axadrezada que apostava - sempre! - no bloco baixo, só não redundou em “suicídio” porque quis a sorte que Hernâni (na tal fase de desespero que caracteriza esta equipa de Sérgio Conceição) marcou o golo que deu os três pontos aos Dragões e a consolidação de uma liderança que poderia – por culpa própria - ter sido colocada sob forte pressão-

Já aqui o disse e repito, não gosto do 4x4x2 super ofensivo que o Futebol clube do porto utiliza nas probas nacionais (prefiro o racional 4x3x3 da Champions), mas admito perfeitamente a sua eficácia. Especialmente tendo em consideração que no nosso campeonato 99% das equipas joga da mesma forma que a equipa do Bessa quando defronta o FC Porto. Sérgio Conceição sabia de tal (se não sabia, já devia saber), pelo que fico claramente com a ideia de que isto era, efectivamente, escusado.

MVP (Most Valuable Player): Felipe. Foi deveras complicado olhar opara a exibição de hoje do conjunto azul e branco e tentar perceber quem se destacou – pela positiva - dos demais. Atribuo o MVP deste jogo ao defesa central Felipe pelo que fez nas poucas vezes em que o Boavista tentou incomodar Casillas e por nos lances de bola parada este ter tentado, sem sucesso, marcar o golo que poderia ter ditado um jogo bem mais fácil para os azuis e brancos.

Chave do Jogo: É óbvio para todos que esta só apareceu aos 90´+5, altura em que Hernâni aproveitou um ressalto na área axadrezada para marcar o golo da vitória portista.

Arbitragem: A exigência do jogo fala por si, mas Hugo Miguel tomou algumas decisões duvidosas como o fora de jogo anulado a Herrera e uma grande penalidade não assinalada sobre Rochinha por volta do minuto 70. Análise e opinião de Ricardo Lestre (jornalista do site zerozero)

Positivo: Golo de Hernâni. Num jogo onde tudo parecia correr mal e onde o adversário se preocupava mais em bater do que em jogar futebol, positivo só mesmo o golo que deu a vitória ao Futebol Clube do Porto.

Negativo: Héctor Miguel Herrera. Não acerta um passe, não se desmarca, não organiza jogo nem recupera bolas. Fez um golo que foi mal anulado pela equipa de arbitragem. Foi para isto que Sérgio Conceição mudou o sistema táctico? 

Artigo publicado no blog o gato no telhado (02/12/2018)

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