Joaquim Oliveira nasceu em Penafiel em 1947. Amigo do seu amigo, cultiva amizades com personagens ilustres da nossa história contemporânea, Ricardo Salgado, Santana Lopes, e mesmo José Sócrates que ao ser desafiado por Guterres para trazer o Euro 2004 para Portugal, se tornou um admirador, graças ao à vontade com que Joaquim Oliveira se movia nos palcos futebolísticos internacionais.
Depois duma saga por terras Angolanas a cumprir o serviço militar e onde viria mais tarde a explorar o negócio dos comes e bebes, talvez por influência da sua Mãe uma excelente cozinheira, com a revolução do 25 de Abril regressou a Portugal. Muito conhecido nos meios da bola por força da ligação ao seu irmão, António Oliveira, um dos mais geniais jogadores que pisou os nossos relvados, teve uma passagem fugaz pela vida nocturna habitualmente conotada com dirigentes e empresários do mundo do futebol. Foi a partir dos anos 80 que iniciou verdadeiramente a carreira de publicitário. Recordo-me do “velho” Estádio das Antas e noutros campos onde acompanhava o nosso FCP de vê-lo chegar horas antes dos encontros com os paineis debaixo do braço, para desenrolar e pregar em armações de ripas de madeira anúncios estáticos até que, com o seu irmão, funda em 1984 a Olivedesportos. Daqui para a frente foi sempre a subir. Estabelece com José Veiga, agente de jogadores, uma firma de intermediação de contratos, a Futinvest, passando mais tarde a sociedade para as mãos do empresário que se tornaria um dos maiores fornecedores de carne ensacada do Benfica.
Em 1985 estabelece uma parceria com a FPF e a RTP, e realiza aquele que viria a ser o seu primeiro contrato de transmissão televisiva, o Checoslováquia X Portugal. Joaquim Oliveira dominava o panorama da publicidade futebolística, negoceia e dá contra-partidas aos principais clubes portugueses, pagando antecipadamente partes das concessões. Com o aparecimento do primeiro canal privado, a SIC, com “ofertas” milionárias pelas transmissões televisivas, Vale e Azevedo, entretanto presidente do Benfica, idolatrado entre outros, por Leonor Pinhão, “rasga” os contratos com a Olivedesportos que passa um mau bocado.
Em 1994, com a preciosa ajuda de Ricardo Salgado, adquire o jornal O JOGO. Curiosamente inicia-se aqui um período de aproximação do BES e da PT ao mundo do futebol. É a época Vilarinho, no Benfica. Oliveira que tinha accionado o clube tem a receber uma avultada indemnização de 2 milhões de euros mas, face ao estado de quase falência da “instituição”, admite “trocar” o valor por 20.000 acções da Benfica Multimédia, iniciando uma proveitosa ligação para ambos. Em 1999 cria a empresa de conteúdos PPTV que, mais tarde se viria a transformar na SportTv, juntamente com a RTP e a PT. Neste entretanto, assiste-se a um ciclo de negociações muito engraçado. Oliveira compra os direitos televisivos à FPF, revende parte à RTP (os chamados “jogos em canal aberto”) e fica com o bolo principal para transmitir “por assinatura” na SportTv.
Muito rapidamente cria em 1999 a holding Sportinvest; em 2000 faz uma joint-venture com a PT dando origem à Sportinvest Multimédia, até que em 2004, adquire à RTP metade da participação desta na SportTv, ficando só com a PT Multimédia em partes iguais, hoje denominada ZON MULTIMEDIA. Joaquim Oliveira está como peixe na água. Compra à Liga, transmite os jogos no dia e hora que entende, recebe dinheiro dos assinantes e ainda se dá ao luxo de vender “as sobras” à TVI.
Em 2005 parte para os jornais. Cria a holding CONTROLINVESTE SGPS, actualmente denominada CONTROLINVESTE MULTIMÉDIA, compra a Lusomundo, e uma série de órgãos de comunicação social como o JN, o DN, a TSF, a LUSA etç, enquanto mantém participações em algumas SAD’s nossas conhecidas. Naquilo que diz respeito ao nosso clube, Joaquim Oliveira detém 10% dos direitos de voto e António Oliveira 11% o que faz dos “irmãos Oliveira” (como lhes chama o inefável Octávio) os mais sérios candidatos à sucessão do senhor Pinto da Costa. Como não são aconselháveis presidências separadas para o Clube a para a SAD, o António com mais qualificações será, se assim o desejar, o candidato natural. Não estou a ver associados “com muito boa figura” mas possuidores de meia dúzia de acções, a concorrer a este negócio.
ULTIMA HORA – Já depois de terminada esta crónica, tive conhecimento que o senhor Pinto da Costa anunciou a sua concordância junto da respectiva Comissão, de se recandidatar a um novo mandato até 2016.
Até para a semana
2 comentários:
Quem dera, para mim pelo menos, que Pinto da Costa aguente mais alguns bons anos na Presidência do F. C. Porto e, quando Vilas-Boas tiver que sair, descubra outro, e também outros Hulk como ele sabe...!
Deste texto do nosso amigo Lima realço este excerto:
"Em 1994, com a preciosa ajuda de Ricardo Salgado, adquire o jornal O JOGO. Curiosamente inicia-se aqui um período de aproximação do BES e da PT ao mundo do futebol. É a época Vilarinho, no Benfica. Oliveira que tinha accionado o clube tem a receber uma avultada indemnização de 2 milhões de euros mas, face ao estado de quase falência da “instituição”, admite “trocar” o valor por 20.000 acções da Benfica Multimédia, iniciando uma proveitosa ligação para ambos."
Dito de outra forma, o Oliveira salva o tal de Benfica do desaparecimento e colapso financeiro e os Benfiquistas ainda por cima dizem mal dele a torto e a direito.
E depois os burros são os outros...
Quanto á questão da Recandidatura de PC, acho que já está na altura de se encontrar outro Presidente.
Quando alguém se perpetua na Presidência seja do que for cria maus hábitos e muitas dificuldades no Futuro, porque, por muito que muita gente queira, ninguém é Eterno e o PC não é excepção.
Cumprimentos a todos.
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