1-0! Este é o resultado de mais uma passagem de má memória do FC Porto pelos campos ingleses. Uma derrota que foi vendida cara, mas que se construiu numa desconcentração da equipa, num momento fatal: logo no início da segunda parte.
Mas do jogo de Stamford Bridge ficaram boas recordações. Ficou a impressão de que claramente o Porto é a única equipa portuguesa que joga de igual para igual com os milionários londrinos. Que é a única equipa lusitana que tem a experiência suficiente para fazer finca pé a um Chelsea que, apesar dos lesionados e castigados, é uma equipa fortíssima.
Experiência. Comecemos com esta ideia para definir o que foi o jogo do Porto. Jesualdo apostou em Mariano, em detrimento de Varela, devido à sua experiência na Champions. Talvez acreditasse que este se mostraria mais frio do que o ainda relativamente inexperiente Varela. Esta foi a grande modificação no ataque. Mas se nas declarações antes do jogo já se adivinhava a inclusão do médio argentino, não era nada previsível a entrada de Guarín em campo. Percebeu-se a intenção de Jesualdo: criar um meio campo forte e combativo, em que à frente de Fernando, última barreira antes da defesa, estivesse um jogador mais solto, mas também com tarefas ofensivas. O meio-campo do Porto ganhou assim mais consistência frente a um meio-campo mais forte no ataque como é o dos londrinos. Ora, se a aposta de Mariano falhou, a aposta em Guarín está ganha. Temos médio para jogos difíceis!
A primeira parte do jogo foi renhida. Debaixo de uma intensa carga de água, o jogo teve momentos em que a bola escorregava, em que o virtuosismo das duas equipas não vinha ao de cima e se tinha que jogar um futebol prático. Tanto o Porto como o Chelsea criaram, mesmo assim, oportunidades de golo, estando o Chelsea mais perto de as marcar. Porém, o Porto bateu-se como uma equipa sem medo. Uma equipa sem problemas em assumir também as despesas do jogo. A defesa não tremia. Helton segurava bem as bolas. Alvaro Pereira esteve um senhor na sua ala esquerda. Fucile passeava raça. Hulk tentava furar a muralha inglesa, constítuida quatro grandes defesas: Ashley Cole, Carvalho, Terry e Ivanović.
Mas a segunda parte começou com a desilusão a que os portistas se acostumaram em Inglaterra. Numa desatenção da defensiva, o Porto deixa-se passar por Anelka, um jogador renascido em Stamford Bridge. Começa então a luta contra o tempo. Apesar de faltarem mais de 40 minutos para o fim, o Porto acusou muito a pressão. Hulk simulava demais em vez de tentar chegar À baliza a rasgar. Falcao entra para o lugar de Mariano e não veio acrescentar grande coisa. Pouco depois entra Varela que veio trazer garra mas não determinação. O Porto esteve mais nervoso, com menos ideias. O Chelsea fechou mais a defesa para explorar esse desalinhamento do Porto, estando por vezes mais perto de marcar, e obrigando Helton a boas defesas.
Quase no fim, Fernando comete uma falta desnecessária e vai para a rua. Prejudica a equipa para o jogo com o Atlético. Sorte Guarín estar em forma. Mais uma vez o Porto não quebrou a malapata inglesa. Felizmente, os portistas podem orgulhar-se de poder jogar de igual contra equipas como o Chelsea. Outras seriam goleadas ou então gritariam o «Ai Jesus!».
FICHA DO JOGO
FICHA DO JOGO
UEFA Champions League (Grupo D – 1ª jornada)
Estádio Stamford Bridge, em Londres
Árbitro: Konrad Plautz (Áustria)Assistentes: Bernhard Zauner e Andreas Fellinger4º árbitro: Stefan Messner
CHELSEA: Cech; Ivanovic, Ricardo Carvalho, Terry «cap.» e A. Cole; Essien, Ballack, Malouda e Lampard; Kalou e Anelka
Substituições: Kalou por Belletti (76m)
Não utilizados: Turnbull, J. Cole, Sturridge, Hutchinson, Bruma e Borini
Treinador: Carlo Ancelotti
FC PORTO: Helton; Fucile, Rolando, Bruno Alves «cap.» e Alvaro Pereira; Fernando, Guarín e Raul Meireles; Mariano Gonzalez, Hulk e Rodríguez
Substituições: Mariano González por Falcao (54m) e Rodríguez por Varela (64m)
Não utilizados: Nuno, Belluschi, Maicon, Tomás Costa e Sapunaru
Treinador: Jesualdo FerreiraAo
Intervalo: 0-0
Marcador: Anelka (47m)
Disciplina: Cartão amarelo a Essien (15m), Malouda (18m) e Fernando (77 e 90m). Cartão vermelho, por acumulação, a Fernando (90m)
2 comentários:
Viva Duarte;
Acho que no geral a tua análise está próxima da minha.
Creio que o jogo não favoreceu Hulk que muitas vezes apanhava a bola no meio-campo do Chelsea sózinho e assim teria que partir para individualismos. Acho que também Rodriguez esteve algo mal... deixou-se bater em velocidade por Ivanovic. Acho que Pereira esteve útil a atacar mas concedeu muito espaço a defender. Foi da direita que surgiram as maiores ameaças em termos de cruzamento por parte do Chelsea.
Gostei do Guarín. Se bem que a única experiência que ele tem são os poucos minutos ao serviço do Porto (muito mais pela selecção), mostrou raça, vontade e poder. Gostei.
Acho que Fucile também esteve bem, sobretudo a ajudar no ataque quando pôde.
Varela é um jogador muito bom. Incrível como esteve perdido no Estrela Amadora...
Desta vez percebi muito bem o que quis fazer Jesualdo, só que não correu bem... Não houve aquela sorte que costuma sorrir aos Campeões. O facto é que o FC Porto se bateu de igual para igual com o Chelsea e muitas vezes encostou os Ingleses ás cordas.
Não percebo o porque de tanto Portista estar revoltado com o "autocarro" que Jesualdo pôs em frente á baliza... Estes tem de se convencer que na Liga dos Campeões o FC Porto não pode jogar como o faz em Portugal... Temos de perceber que por vezes é preciso jogar-se á Dunga para se chegar ás vitórias.
É normal que o Cebola tenha rendido pouco Samuel... Poucas vezes jogou e está fora do ritmo.
Agora Mariano mostrou mais uma vez que nestes jogos não dá uma para a caixa. Mais valia ter começado com o Varela, mas também aqui percebi a opção de Jesualdo.
Guarin não me engana... Vamos a ver se mantêm este nível. Eu teria optado por Belluschi, mas este não recupera tantas bolas como Guarin.
Uma palavra para o Helton que esteve genial na baliza Portista.
Para encerrar, queria chamar a atenção ao facto de o Apoel ter empatado em Madrid com o A. Madrid.
Pode ser bom, porque vai obrigar os Madrilenos a ter de atacar no Dragão e o FC Porto a jogar em Contra Ataque é especialista, mas por outro lado este empate vêm dar razão á minha ideia de que esta equipa do Chipre não é o "bombo" da festa como alguns Portista pensam que é.
Saudações Portistas!!!
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