O título deste artigo refere-se ao clube da Luz, mas não procure por isso o leitor retirar dele algum sentido irónico. Tudo aponta para que o Benfica se sagre campeão e, com toda a sinceridade, julgo que o merece. Separar as águas demonstra maturidade, racionalidade e civismo, e o único Benfica que me interessa é aquele que envolve a sua equipa de futebol e sobe aos relvados; não as forças que gravitam em seu redor. Os infelizes episódios disciplinares que assolaram o futebol Português esta temporada, com todo o peso e prejuízo (que o houve, e o Porto pode e deve cobrar por isso) no desenrolar da prova, não nos devem afastar do essencial.
O Benfica reforçou-se de uma forma que os rivais não o fizeram - mesmo hipotecando os seus anéis com o risco de vir a perder os dedos – e jogou para vencer todos os jogos que disputou. Dizer-se que teve a sorte do seu lado em muitos momentos da temporada é secundário. Fez por merecê-la, e agora enfrenta a recta final da temporada já com uma taça no bolso (numa prova que por si só roça a insignificância, mas que atingiu especial importância ao ter sido digerida qual cálice de vinho do Porto, e logo com direito a três tragos…) e o plantel sem um único(!) lesionado.
Dizem os Chineses que há que encarar cada infortúnio com que nos deparamos como uma oportunidade. O Porto teve esta temporada infortúnios suficientes para várias temporadas, mas manda a verdade dizer que não se soube precaver de alguns, e foi directamente responsável por um ou outro.
Dizem os Chineses que há que encarar cada infortúnio com que nos deparamos como uma oportunidade. O Porto teve esta temporada infortúnios suficientes para várias temporadas, mas manda a verdade dizer que não se soube precaver de alguns, e foi directamente responsável por um ou outro.
Tendo passado toda a temporada, entre lesões e castigos, com um défice de avançados e um superavit de médios, Jesualdo demorou uma eternidade a decidir-se pelo 4-4-2 actual, colocando por fim toda a gente, quais artes mágicas, a jogar nas suas posições. O 4-3-3, com todo o respeito que nos merece (perdemos a conta ao número de campeonatos vencidos a jogar neste sistema), quando se trata de competir ao mais alto nível no futebol actual, não é para quem quer, é para quem pode; este ano o Porto nunca pôde, e no que respeita a críticas ao treinador só tenho uma a acrescentar: tenho memória, e como todos os portistas tive de “engolir” muito amargamente o triste espectáculo que constituiu o jogo de Londres com o Arsenal, do qual a pior recordação foi ver o central mais promissor do meu clube (Nuno André Coelho) a vaguear 45m no meio campo como um fantasma. Jesualdo substituiu-o ao intervalo, como o jogo exigia, mas espero que no balneário tenha tido o decoro de pedir desculpa ao rapaz pelo que o obrigou a passar.
MAS como, repito, tenho memória, também não gostei nada de ver o linchamento a que Jesualdo foi submetido pela imprensa desportiva – toda – após a eliminação da Champions, em moldes em tudo idênticos a um ajuste de contas. Especularmos se a história seria diferente com outro treinador ao leme é discutir-se o sexo dos anjos. Todas as grandes equipas terminam abruptamente. Todas! E para desgosto dos seus adeptos, normalmente por implosão. Aconteceu com os Galácticos do Real Madrid, com o Barça de Rijkaard e com muitas outras. Como adepto Portista, só lhe peço que saiba manter a dignidade (a sua, e que de passagem obrigue Bruno Alves a fazer o mesmo) até final da temporada, que se qualifique (caso se proporcione) para a Champions e que faça da eventual conquista da Taça de Portugal o encerrar de uma etapa e uma despedida condigna para um treinador que deixou a sua marca e se tornou somente o 2º da História Azul e Branca a sagrar-se Tetracampeão. Sonhassem todos os profissionais despedir-se assim.
Para terminar, gostaria de me referir ás entrevistas de ontem à noite a Pinto da Costa e Luís Filipe Vieira: Esteve bem o Presidente Portista; igual a si mesmo como comunicador, a recandidatar-se como era esperado (dado o seu trajecto, dificilmente sairá por iniciativa própria sem ser com um Campeonato no bolso) e inclusive a reconhecer a vitória sem espinhas do Benfica na final da Taça da Liga. Já de Luís Filipe Vieira, que não é propriamente um orador, retive algo que ainda dará muito que falar: a renegociação por alto dos contratos televisivos e as implicações (peso) que passarão a ter no orçamento dos clubes. Qual será o aumento efectivo? Aplicar-se-á por igual aos 3 grandes? Ressalve-se desde já que isto não coloca os nossos clubes a salvo de ter de vender os melhores jogadores (eles continuarão a procurar melhores campeonatos e melhores salários), mas numa época em que o dinheiro escasseia esta notícia pode ser um enorme balão de oxigénio. Aguardemos o desenrolar dos acontecimentos.
MAS como, repito, tenho memória, também não gostei nada de ver o linchamento a que Jesualdo foi submetido pela imprensa desportiva – toda – após a eliminação da Champions, em moldes em tudo idênticos a um ajuste de contas. Especularmos se a história seria diferente com outro treinador ao leme é discutir-se o sexo dos anjos. Todas as grandes equipas terminam abruptamente. Todas! E para desgosto dos seus adeptos, normalmente por implosão. Aconteceu com os Galácticos do Real Madrid, com o Barça de Rijkaard e com muitas outras. Como adepto Portista, só lhe peço que saiba manter a dignidade (a sua, e que de passagem obrigue Bruno Alves a fazer o mesmo) até final da temporada, que se qualifique (caso se proporcione) para a Champions e que faça da eventual conquista da Taça de Portugal o encerrar de uma etapa e uma despedida condigna para um treinador que deixou a sua marca e se tornou somente o 2º da História Azul e Branca a sagrar-se Tetracampeão. Sonhassem todos os profissionais despedir-se assim.
Para terminar, gostaria de me referir ás entrevistas de ontem à noite a Pinto da Costa e Luís Filipe Vieira: Esteve bem o Presidente Portista; igual a si mesmo como comunicador, a recandidatar-se como era esperado (dado o seu trajecto, dificilmente sairá por iniciativa própria sem ser com um Campeonato no bolso) e inclusive a reconhecer a vitória sem espinhas do Benfica na final da Taça da Liga. Já de Luís Filipe Vieira, que não é propriamente um orador, retive algo que ainda dará muito que falar: a renegociação por alto dos contratos televisivos e as implicações (peso) que passarão a ter no orçamento dos clubes. Qual será o aumento efectivo? Aplicar-se-á por igual aos 3 grandes? Ressalve-se desde já que isto não coloca os nossos clubes a salvo de ter de vender os melhores jogadores (eles continuarão a procurar melhores campeonatos e melhores salários), mas numa época em que o dinheiro escasseia esta notícia pode ser um enorme balão de oxigénio. Aguardemos o desenrolar dos acontecimentos.
PS: No momento em que vos escrevo, terminou o Arsenal-Barcelona para a Liga dos Campeões. Defrontaram-se as 2 equipas Europeias que seguramente melhor “tratam a bola”. Uma privilegiando a quantidade e qualidade da posse (Barça), a outra a velocidade com que a bola roda entre os jogadores quando em posse (Arsenal). A sensação com que ficamos ao ver o espectáculo que estas equipas proporcionam é semelhante aquela que sentimos durante a actuação da nossa banda Rock favorita: só queremos que aquilo nunca termine…
2 comentários:
Caro Mito
Excelente texto. Concordo com ele inteiramente e faço votos para que os seus desejos se concretizem. Este ano ainda temos que ganhar mais qualquer coisinha.
A sua observação sobre as melhorias dos contratos com os operadores televisivos é pertinente mas o mercado é pequeno, não espero grandes aumentos.
Como sabe, o titular dos direitos das transmissões da LIGA tem sido o Joaquim Oliveira que vai negociando com os clubes para depois revender ás tv's que, por sua vez, tem que angariar publicidade que compense aquele custo...
Vou voltar a este assunto numa das próximas semanas.
Abraço
Muito bacana seu blog, parabéns.
fussballeverton.blogspot.com
Enviar um comentário