segunda-feira, 25 de julho de 2011

And Now For Something Completely Different (1)

Vejam esta idiotice publicada num blogue, mais propriamente no “geraçãobenfica”, onde passo os serões divertido com as baboseiras que por lá são debitadas, referindo-se a outra não menor imbecilidade dum jornaleiro do pasquim “i”, terminando, por fim, com a chamada de atenção para outro texto do Jornal de Negócios do dia 19 de Julho.

“Em 2009 foi assunto a "denúncia" feita na blogosfera benfiquista do favorecimento do FC Porto na construção do Estádio do Dragão. Dizia-se na altura num blog benfiquista, entre outros assuntos, a propósito da contribuição do Metro do Porto:

"O custo inicial do Estádio do Dragão apontava para valores a rondar os 123,3 Milhões de euros, mas no final a obra acabou por custar 98 Milhões de euros ao Futebol Clube do Porto. Para esta diferença entre o valor orçamentado e o valor concluído (descida única no mundo das obras de construção portuguesas) existe quem assegure que tal se deveu ao facto de a Metro do Porto (Empresa de capitais públicos) ter assumido o pagamento das fundações do Estádio do Dragão pelo facto de ter construído nessa altura o Terminal do Dragão, ou seja, neste caso estamos a falar em cerca de 25 Milhões de euros de apoios indirectos, já que a Metro do Porto podia ter feito uma Estação normal na Zona, e além disso trata-se de investimento em Acessibilidades ao Estádio do Dragão."Hoje, conhece-se que o Metro do Porto tem que liquidar 200 milhões de dívida até Agosto, fruto de uma gestão na altura presidida por... Valentim Loureiro. Ora, volvidos pouco mais de cinco anos deste horror económico, afirma o jornal i e o JN que será "o governo a pagar a dívida de 200 milhões de euros da Metro do Porto ao banco francês BNP-Paribas".

“Depois da cedência por valores irrisórios, praticamente zero, do Centro de Estágio Porto-Gaia para o FC Porto utilizar a seu bel-prazer com o dinheiro dos contribuintes...”

“... Depois do arquivamento em tribunal do processo de Nuno Cardoso pelos benefícios concedidos, enquanto presidente da autarquia do Porto, onde a justiça fez questão de permitir que fossem os contribuintes a pagar esses elevadíssimos (e ilegais?) benefícios directos e indirectos dados ao FCPorto para a construção do Estádio”

“... Agora mais um exemplo de pagamento pelos contribuintes dos excessos cometidos pelo Lobby do Norte em prol do Futebol Clube do Porto, cujo presidente ainda tem a lata de reclamar poder à Capital, ao Parlamento da República.”

“UMA VERGONHA!

... Como pergunta Pedro Santos Guerreiro, do Jornal de Negócios, e quem paga os meus 200 milhões questionando se é para este tipo de humilhações que vai servir o dinheiro da troika” (2)

Passando por cima do atabalhoado do texto do blogue que mistura alhos com bugalhos, vamos lá então, desmontar o que “geraçãobenfica” tenta insinuar:

1 - “O custo inicial era 123,3 ficou por 98 (!) e “hoje a Metro do Porto tem de pagar 200 Milhões”

Como qualquer ser normal entende, uma infra-estrutura de transportes tem custos associados para além dos materiais circulantes, como: expropriações e indemnizações, terraplanagens, pontões, túneis, etc. No caso específico do Metro ou das auto-estradas, convirá sempre (isto continuando a falar para pessoas normais) analisar quais os tipos de clientes que vão servir, a apetência e a utilidade que vai despertar nas populações, enfim a relação Proveitos/Custos que é, por exemplo, uma coisa que o senhor Vieira não faz. Um dia que seja corrido não é a ele que vão pedir contas. Nem a ele nem a ninguém, a menos que venham outra vez com a ladainha do Vale e Azevedo.

Continuando a falar do Metro do Porto, quando este foi projectado, o Futebol Clube do Porto jogava há 50 anos no então Estádio das Antas, um quarteirão mais acima do actual Estádio do Dragão. E foi a edilidade que entendeu por bem sugerir a sua construção 500 metros mais para nascente e, pormenor muito importante, em terrenos que já eram do Futebol Clube do Porto e se destinavam á construção duma piscina olímpica e dum pavilhão polivalente. O “geraçãobenfica” não percebe nada deste assunto, nem do que está a falar. Se nem sabe para o que servem 20 jogadores que chegam todos os anos ao aviário do Seixal a juntar aos 50 que por lá vegetam, como vai entender isto?

Para reduzir os Custos, a Administração do Metro ao “desenhar” a rede, aproveitou algumas estações do Caminho de Ferro então existentes (Senhora da Hora, Francos, Ramalde, Trindade, Campanhã, Contumil, etc.), sendo que, pela topografia do terreno, para uma linha procedente da Estação de Campanhã, a paragem seguinte só podia ser no único sítio lógico (as estações distam sensivelmente 900 metros umas das outras), junto à nova localização do Estádio do Dragão. Pelo menos de 15 em 15 dias, tinham a garantia dum Metro a abarrotar. Qualquer miúdo de 10 anos entende isto. O senhor “geraçãobenfica” não.

2 - “…uma gestão presidida por Valentim Loureiro…”

Não compreendo a insinuação. Se houve algum interesse do Major Valentim Loureiro na aprovação da estação naquele local, foi o da continuidade da linha (numa segunda fase) para Gondomar. Como a “geraçãobenfica” deveria saber (e não sabe), o Conselho de Administração inicial da Sociedade Metro era constituído pelos presidentes das câmaras abrangidos pela rede (Vila Nova de Gaia, Porto, Matosinhos, Gondomar, e Maia) que, naturalmente “puxavam” as linhas para os seus territórios.

3 – “depois da cedência por valores irrisórios…”

É isso mesmo: Uma cedência temporária duma infra-estrutura camarária a uma colectividade. Está previsto na lei. São às dezenas pelo País fora. Neste caso existe um protocolo com a Câmara de Gaia, pelo qual “é cedida ao nosso clube a utilização de um Centro de Treinos, (propriedade camarária) por um período de 50 anos, a troco de uma renda”. Qual é a diferença entre este, e o “CGD CAMPUS” do Seixal? Ambos foram financiados por organismos públicos e “arrendados” aos Clubes. No caso da “instituição”, a Caixa Geral de Depósitos ainda pagou uma parte significativa dos Custos para poder, em contrapartida, impingir um cartão de Crédito aos Sócios. Acresce ainda que foi feita uma negociata com a EUROÁREA para os terrenos circundantes que ainda está para durar (e pagar). Existe uma dívida com a Euroárea, no montante de 6 milhões de euros, «resultante dos acordos firmados em exercícios anteriores no âmbito do contrato promessa compra e venda dos terrenos da Urbanização Sul”. (3)

4 – “depois do arquivamento em Tribunal…”

Diz muito bem: “depois do Arquivamento”. Até parece uma verdade de La Palisse (4). O presidente da CMP de então, foi pronunciado por eventuais favorecimentos e, como seria de esperar, não foi condenado por quaisquer Tribunais (dos verdadeiros, não os do vaidoso da Liga). As quatro linhas deste ponto 4 encerram mais uma contradição: se o Processo foi arquivado, foi porque não existiam motivos para a condenação. Onde estão os “ilegais benefícios, directos e indirectos…”? Não estará o “geraçãobenfica” a confundir com os benefícios dados de bandeja pela CML através da ruinosa gestão da parelha Carmona/Santana, esses sim: directos e indirectos que até bombas de gasolina ofereceram, e terrenos “doados” 2 vezes na construção da Cesta do Pão?

5 – “Agora mais um exemplo… como pergunta Pedro Guerreiro…”

O Senhor Pedro Guerreiro teve o bom senso de não misturar os problemas do Metro do Porto com o Futebol Clube do Porto como faz, maldosamente, o “geraçãobenfica”. Questiona, entre várias perguntas de cácárácá, “para que serve o Metro do Porto.” Olhe amigo! Exactamente para a mesma coisa que serve o de Lisboa, de Paris ou de Moscovo, para as pessoas se deslocarem né?

Este conhecido benfiquista escreve umas croniquetas, uma vez por semana, na última página do pasquim RASCORD (onde não trabalha um único Portista), e já sabemos do que aquela casa gasta.

É colega, por exemplo, de Diogo Amaral, que também escreve na última página (coincidências), um parvalhão que trata toda a gente por tu (deve pensar que são da sua igualha), cujo paizinho levou uma valente ensaboadela há poucas semanas de uma Juíza (das verdadeiras) que reduziu a cinzas as 136 páginas do seu famoso “parecer”, pelo qual chupou 60 quilos à FPF. Não foi caro, sai mais-ou-menos a 450 euros cada página e o senhor Guerreiro não disse uma palavra. Também nunca o vi preocupado em denunciar, aquilo a que poderíamos chamar “gestão danosa” do presidente do seu clube que em 8 anos multiplicou o Passivo da “instituição” por 5, atingindo (por enquanto, mas com tendência para subir), o redondinho número de 500 milhões ou, até mesmo, os buracos que a parelha Carmona/Santana deixou na CML e na EPUL com as benesses que ofereceram ao Clube. O Senhor Guerreiro sabe que isto é tudo verdade, como ficou provado no Acórdão do Tribunal de Contas de cujo texto andam por aí alguns excertos, já que o texto integral foi, convenientemente, apagado! É um bom romance, a Morgadinha deve tê-lo na mesa-de-cabeceira.

Vejam lá o problema do economista do Rascord (ou do Jornal de Negócios). Acha que uma rede de Metro com 60 quilómetros na segunda cidade do País, e que é um serviço público pelo benefício que presta à comunidade, tendo um prejuízo de 200 milhões é “ele”, quem tem que os pagar! Uma porcaria dum clube de bairro, com um Passivo galopante que já vai em 500 milhões, falido tecnicamente e sem dar mostras de retrocesso, e o senhor Guerreiro não diz nada! Se calhar também é como os médicos amigos dos Laboratórios, ou aquela cambada de políticos que se acotovelam no camarote do senhor Vieira para ver os jogos de borla.

Olhe! Diga lá aos seus amigos que não gostei mesmo nada, dos equipamentos deste ano.

Foto montagens de JOSE LIMA

NOTA – Este texto é dedicado ao meu amigo e colaborador do Mística, Fernando Tavares

Até para a semana

(1) E Agora Algo Completamente Diferente é um filme inspirado na famosa série de televisão cómica Monty Python's Flying Circus dos anos 70 que poderemos traduzir livremente por Circo da Luz.



(4) La Palisse ou La Palíce (tira-teimas; uma evidência tão grande, que se torna ridícula)
O Senhor de La Palice
Morreu em frente a Pavia
Momentos antes da sua morte
Podem crer, inda vivia.

5 comentários:

Anónimo disse...

Também me divirto a ler este blog lampião( também alguns outros ) e suas alucinações e suspeitas por todos os poros quando o assunto é o FCP.

Imagine que eles comemoraram o empate com o paços no dragão, os tais 3 x 3 com golos de pizzi, só pelo facto de o tal jimmy hagan ter empatado 2 vezes e este era o 3º empate do FCP.

Coitaditos, qualquer coisa, por mínima que seja, serve para os alegrar.


Quando tenho pachorra, geralmente escrevo a seguinte frase na caixa de comentários:
«Quem teve vale e azevedo como presidente não pode dar lição de moral a ninguém»

mainada

JOSE LIMA disse...

Caro anónimo
Ih!Ih!Ih!
Por acaso já tenho "lá" visto essa frase várias vezes, é de partir o coco!
Mas o que tem mais piada, é que ainda há sócios que "acarditam naquilo.
Cumprimentos

Pedro Silva disse...

Lima este seu texto está excelente.

Já o disse pelas mais variadas vezes que esta corja que escreve nos Jornais é tudo menos razoável e isenta.

Este tipo que escreveu a dita Crónica deveria olhar para um tal Túnel do Metro de Lisboa que, pelo que se tem sabido, mete água por todos os lados e já se está a esgotar o prazo para se usar a garantia para as reparações. Ainda vão colocar o Governo a pagar o conserto de uma obra que nasceu super torta.

Porque razão o tipo hão escreve Crónicas sobre isto mas sim sobre o Metro do Porto?

Quanto ao Geração, eu já trabalhei com ele num Blog sobre Futebol (O Futebol Desporto Rei), e posso afirmar que o rapaz até é um excelente Cronista. O problema é quando ele resolve escrever no Geração... E ai só diz disparates.

Nunca visitei o Geração e não é agora que o vou fazer porque o que lá está escrito não deve ser levado a sério, e eu tenho muita coisa séria para fazer e pensar.

Grande abraço para si Lima e cumprimentos ao nosso Anónimo.

eumargotdasilva disse...

Acho o artigo muito bom; infelizmente eles não são gente normal e não vão entender. Ou melhor, são gente maldosa, que escreve para as massas que não pensam, apenas para deitar um pouco mais de gasolina no incêndio... enfim, pensam que a massa associativa do porto é feita de totós,como a deles, e não sabe pensar pela própria cabeça...
O primeiro ponto é que nem as cidades muito grandes conseguiriam pagar dos seus proveitos uma linha de metro; por exemplo, no Rio de Janeiro e S.Paulo (cidades com a 7,5 milhões e 10 milhões de habitantes) é o governo do estado que paga a grande fatia...
Se ainda vivêssemos num país onde os dinheiros dos impostos ficassem para a região onde são pagos, talvez o grande porto pudesse ter crédito na praça para financiar uma obra daquele valor... assim, é mesmo demagogia barata falar destes custos.

Poderíamos era falar se faz sentido o estado financiar os clubes, ou amnistiar dívidas ao fisco, mas aí também teríamos de falar se faz sentido o estado pagar aos atletas de alta competição, financiar o teatro, o cinema, a agricultura, etc...

JOSE LIMA disse...

Pois, cara Reine. Mas o que eu fico "lixado" é que esses parvalhões lá de baixo, fazem criticas só para atacar o nosso Clube.
Comigo não têm tempo. Levam logo para tabaco! Lembra-se por certo do "parecer" daquele parvalhão do Fretes que foi reduzido a cinzas por um Juiz (dos verdadeiros)? Porque é que a imprensa lisbonária não deu o mesmo relevo a esta banhada, pelo menos idêntico à que lhe tinham dado na altura em que aquele aborto jurídico foi produzido? Outro exemplo: Há cerca de meia hora, acabei de ver o Dia Seguinte, um programa de 2 horas onde passaram 50 minutos (!) a discutir se o Luisão deve ou não jogar na 4ª feira.
Já não lhes faltava terem um jornal oficioso, agora também tem um canal a promover aquela Companhia de Circo.
Abraço