O Novo Regime Jurídico das Federações Desportivas (NRJFD), introduziu um novo sistema de selecção, escolha e votação para a eleição do Presidente e restantes Orgãos Sociais da FPF. Durante muitos anos a representatividade do numero de membros que geriam os destinos da Federação, era proporcional à dimensão das Associações que a compunham. A A.F. do Porto que representa 340 clubes com cerca de 20.000 atletas estendendo-se pelos 18 concelhos que compõe o Distrito do Porto deveria, sob qualquer ponto de vista honesto que analisasse o problema (serviço público, desenvolvimento desportivo, receita fiscal, etc), continuar a indicar muito mais elementos do que, por exemplo, a de Portalegre que nem sequer tem futebol profissional e depois, lógicamente, aplicar este raciocínio nas restantes Associações do País.
Mas não! “Aquele método dá mais poder aos parolos lá de cima, do clube que ganha mais campeonatos do que os outros”, vociferava a “instituição” e os calimeros.
Os sábios pensantes que gravitam em torno do mundo do futebol, apresentam conclusões: “Hum! Aqui há gato! Temos que ser nós a controlar aquilo! Vamos mudar os Estatutos!
E, se bem o pensaram, melhor o fizeram. Alteraram completamente este conceito de proporcionalidade e, “inventando” uma nova distribuição das gentes do futebol, com o beneplácito do pior Secretário de Estado de Desporto que há memória, resolveram repartir entre os amigos da “verdade desportiva” (Ah! Ah! Ah!), a nova fórmula do poder.
Então é assim: São 84 os delegados à Assembleia-Geral. 55 são eleitos (20 pela Liga, 8 pelo futebol não profissional, 7 pelos clubes não profissionais, 5 pelos jogadores profissionais, 5 pelos não profissionais, 5 pelos treinadores e 5 pelos árbitros). 22 são para os presidentes de cada uma das Associações Distritais, 7 por inerência (presidentes da Liga; FPF; Sindicato de Jogadores; Associações de Treinadores; Árbitros, Dirigentes; e Médicos e Enfermeiros). Para a Direcção e Mesa da AG da Federação, será eleita a lista mais votada. Para os Órgãos de Disciplina, Arbitragem e Conselho Fiscal, aplicar-se-á o método de Hondt, naquilo que pode resultar numa grande trapalhada com a eleição de dirigentes com ideias diferentes, um Autêntico “saco de gatos”. Porém, para estes ultimos Órgãos, também se podem apresentar listas “independentes” em relação à Direcção, com cada um a puxar a brasa à sua sardinha. O mais curioso ou talvez não desta fantochada é que, em vez de caminharem para uma nova FPF os clubes da Capital continuavam a apoiar os coveiros de sempre, os Searas, ou os Hermínios, numa correria desenfreada aos votos, tentando apanhar o comboio que lhes fugia. É que, para uma lista ser admitida a sufrágio, bastava ser subscrita por 8 delegados-marionetas.
Ao clube da treta que já tinha feito tirocínio para apanhar a FPF no tempo do papa-almoços Laurentino Dias, a situação era ouro sobre azul. Infelizmente, para eles, esqueceram-se que os campeonatos não se ganham “pelo outro lado”, ganham-se lá em baixo, dentro das 4 linhas. Laurentino que nunca fez nada pelo Desporto, excepto entregar umas medalhas aos nossos esforçados atletas das modalidades amadoras, aproveitou em parcería com o benfiquista Luis Horta, o conflito Queiroz/Federação, e resolveu atirar com Madaíl de cangalhas.
O prato-pronto-a-servir do clube do regime, estava quase cozinhado. Faltava convencer umas Associações menores, com clubes como o Atlético, que vivem dos empréstimos das sobras da “instituição”, ou Marítimo e Nacional que o Tio Alberto ensinou desde a sua existência a chular as nossas finanças, cativar uns médicos, enfermeiros e massagistas, enganar uns jogadores e treinadores com falsas promessas, adiar o pagamento ao senhor que vende a cal para marcar o campo, e partir para o enésimo Empréstimo Obrigacionista, rumo a mais um Troféu, o do maior Passivo da Peninsula Ibérica.
A receita já era um sucesso: 250gr. de Octávio, 3 jornalistas simpatizantes da “instituição”, 1/2 duzia de ovos dos clubes regionais, 1 Colaço com pistolas de chocolate, suplementos vitamínicos q.b. mais 125gr. de pinhoas. Misturam-se os ingredientes numa amassadeira, juntam-se as claras, não em castelo, mas em Palácio de Sintra. Deixa-se levedar 30 minutos, moldam-se pequenos “suspiros” de chocolate com natas, e serve-se gelado.
É que agora quem manda naquilo são os delegados. Vejamos quem são alguns espécimes já conhecidos que os clubes da treta escolheram para seus representantes: Pragal Colaço, um advogado travestido de gangster é o delegado pelo Atlético (?); Octávio, um agricultor de Palmela que já não treina há vários anos (se é que alguma vez treinou), é um dos delegados dos Treinadores; João Pinto, agressor dum árbitro na Coreia e envolvido com o Zbórden na trafulhice da transferência para os paraísos fiscais, é indicado pelo Sindicato dos Jogadores; Fernando Seara, o conhecido mãozinhas/autarca/comentador que só apresentaria Listas depois de conhecer os sabujos que possam votar nele, ía pela “instituição”, provavelmente em representação dos tradutores de linguagem gestual. Já estão a ver a corja que se prefilava na caça ao voto e lugares no camarote.
De repente rebentou a bomba! Os clubes mais relevantes que, no fundo, são quem dá o corpo ao manifesto, resolveram o assunto em duas penadas: convidaram o Dr. Fernando Gomes para o cargo e este, depois de curta reflexão, aceita. As marionetas cairam que nem tordos. O ainda presidente da Liga, só precisa de boa sorte para gerir o futebol no meio daquela canalhada!
Até para a semana
Tratamento de imagem JOSE LIMA
2 comentários:
Exelente
.Lima, eu apenas vou escrever o seguinte:
Enquanto esta corja se passear no futebol e não só, Portugal nunca mais sairá do enorme buraco negro em que está metido.
E mais não digo porque não vale a pena.
Grande abraço.
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